Saltar para o conteúdo

Garzúlio II Corcorúnio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Garzúlio Corcorúnio.
Garzúlio II Corcorúnio
Nacionalidade Reino da Armênia
Etnia Armênia
Ocupação General

Garzúlio II (em latim: Garzulius[1]) ou Garzoil (em armênio/arménio: Գարջոյլ; romaniz.: Garjoyl) foi um nobre armênio (nacarar) do século IV da família Corcorúnio, ativo no reinado de Ársaces II (r. 330–339).

Soldo de Constâncio II (r. 324–361)
Dracma de Sapor II (r. 309–379)

Nome[editar | editar código-fonte]

Garzúlio (em latim: Garzulius) é a forma latinizada do armênio Garzoil (Գարջոյլ, Garjoyl), cuja origem é desconhecida.[2][3] Nina Garsoïan propôs que o primeiro elemento de seu nome (gar-) esteja associado ao parta gar-, que derivou do avéstico gari-, "montanha".[4]

Vida[editar | editar código-fonte]

Garzúlio pertencia à família Corcorúnio e era filho de Manaspe, a quem sucedeu como naapetes (chefe do clã) e malcaz (título gentilício hereditário entre os Corcorúnios). É possível que seja o homônimo citado décadas antes, mas também é possível que sejam pessoas distintas, pois parece que os Corcorúnios repetiram os mesmos prenomes de geração em geração.[4] Em 358, acompanhou o católico Narses I, o Grande (r. 353–373) para Constantinopla[5] para buscar Olímpia, a futura esposa Ársaces II (r. 330–339),[6] e negociar privilégios fiscais com o imperador Constâncio II (r. 337–361).[7] Foi um dos emissários enviados pela rainha Zarmanducte e pelo regente Manuel Mamicônio a Ctesifonte, a corte do xainxá Sapor II (r. 309–379), depois da expulsão de Varasdates (r. 374/5–378). Na ocasião, chegou na corte com muitos presentes e promessas de submissão da Armênia, o que alegrou Sapor que lhe concedeu presentes. Garzúlio retornou acompanhado pelo marzobã Surena e 10 mil cavaleiros. Presentes foram concedidos à nobreza.[8] Mais a frente, durante as lutas contra Meruzanes I, Garzúlio foi acidentalmente morto.[4][9]

Referências

  1. Moisés de Corene 1736, Index Garzulius.
  2. Ačaṙyan 1942–1962, p. 450.
  3. Justi 1895, p. 11.
  4. a b c Fausto, o Bizantino 1989, p. 372.
  5. Fausto, o Bizantino 1989, p. 133 (IV.xi).
  6. Garsoïan 2004, p. 88.
  7. Redgate 2000, p. 117.
  8. Fausto, o Bizantino 1989, p. 221-222 (V.xxxviii).
  9. Fausto, o Bizantino 1989, p. 227-228 (V.xliii).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Գարջոյլ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Garsoïan, Nina (2004). «The Aršakuni Dynasty (A.D. 12-[180?]-428)». In: Richard G. Hovannisian. Armenian People from Ancient to Modern Times, vol. I : The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2 
  • Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung 
  • Moisés de Corene (1736). Historiae Armeniacae libri III. Londres: Caroli Ackers 
  • Redgate, Anne Elizabeth (2000). «The Peoples of Europe». The Armenians. Oxford: Blackwell Publishing. ISBN 0-631-22037-2