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Gisela da Borgonha, Duquesa da Baviera

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Gisela
Gisela da Borgonha, Duquesa da Baviera
Gisela representada ao lado do marido com os seus respectivos brasões.
Duquesa Consorte da Baviera
Reinado 98528 de agosto de 995
Antecessor(a) Ela mesma
Sucessor(a) Cunegunda de Luxemburgo
Duquesa Consorte da Baviera
Reinado 972976
Predecessor(a) Judite da Baviera
Sucessor(a) Ela mesma
 
Nascimento 955/960
  Arles, Reino da Borgonha (na atual França)
Morte 21 de julho de 1006/1007
  Ratisbona, Ducado da Baviera, Sacro Império Romano-Germânico (na atual Alemanha)
Sepultado em Abadia de Niedermünster, Ratisbona
Cônjuge Henrique II da Baviera
Descendência Henrique II do Sacro Império Romano-Germânico
Bruno, Bispo de Augsburgo
Gisela, Rainha da Hungria
Brígida, Abadessa de Andlau
Casa Antiga Casa de Guelfo
Otoniana (por casamento)
Pai Conrado I da Borgonha
Mãe Adelaide de Bellay

Gisela da Borgonha (Arles, 955/960Ratisbona, 21 de julho de 1006[1] ou 1007)[2] foi duquesa da Baviera como esposa de Henrique II da Baviera. Ela era a mãe do imperador Henrique II do Sacro Império Romano-Germânico.

Gisela foi a filha primogênita do rei Conrado I da Borgonha e de Adelaide de Bellay, sua primeira esposa.

Os seus avós paternos foram o rei Rodolfo II da Borgonha e Berta da Suábia. Os seus avós maternos são desconhecidos. A sua tia paterna foi Adelaide da Itália, consorte do imperador Otão I, que foi canonizada pelo Papa Urbano II em 1097.

Gisela teve pelo menos um irmão integral, Conrado. Pelo segundo casamento do pai com a princesa Matilde de França, teve quatro meio-irmãos: Matilde, que pode ter sido casada com Hugo IX, conde de Egisheim; Berta, a segunda esposa do rei Roberto II de França; Gerberga, cujo primeiro marido foi Hermano I, conde de Werl e o segundo foi o duque Hermano II da Suábia, e o rei Rodolfo III, que foi o último governante independente da Borgonha, além de ter sido o último membro masculino legítimo de sua linhagem da Antiga Casa de Guelfo.

Ela também teve um meia-irmão ilegítimo, Burcardo, arcebispo de Lyon em 978, filho da amante do rei, Adiulda, esposa de Anselmo.

Por volta do ano de 965, quando tinha entre 5 a 10 anos de idade, a princesa ficou noiva do duque Henrique II da Baviera, que tinha por volta de 14 anos. Henrique era filho de Henrique I da Baviera e de Judite da Baviera, além de sobrinho do imperador Otão I, que também era tio de Gisela por casamento. Os dois se casaram em algum momento antes de 972,[1] e tiveram quatro filhos, dois meninos e duas meninas.

Iluminura de Henrique II feita no século X parte da coleção de manuscritos da Biblioteca Estadual de Bamberga.

Em 973, Otão I faleceu e foi sucedido pelo filho, Otão II. O novo imperador teve de lidar com os parentes da Borgonha de seu primo da Baviera, formando um bloco considerável de poder nos domínios do sul de seu reino.

O marido de Gisela se revoltou imediatamente, quando, depois da morte do cunhado, o duque Burcardo III da Suábia, ainda em 973, Otão II ignorou a reivindicação do duque da Baviera, e deu o ducado da Suábia para seu sobrinho, Otão. Após vários anos de luta feroz, Henrique foi aprisionado no Palácio Imperial de Ingelheim. Ele acabou fugindo, no entanto, e foi declarado deposto de seu título em 976, e, novamente, dois anos depois, levado sob a custódia do bispo Folcmar de Utrecht.

Gisela e o filho, Henrique, buscaram refúgio com o bispo Abraham de Freising; a duquesa foi exilada em Merseburg, após o julgamento do marido, em 978.[1]

O duque da Baviera apenas foi solto após a morte de Otão, em 983. Ele tentou roubar o trono do sucessor Otão III, que ainda era menor de idade, contudo, com a intervenção da imperatriz viúva e mãe do jovem, Teofânia Esclerina, e a de sua predecessora, Adelaide, a tia de Gisela, Henrique finalmente desistiu, no ano de 985, e recuperou a Baviera.

Gisela faleceu em 21 de julho no ano de 1006 ou 1007, na cidade de Ratisbona, e foi sepultada na Abadia de Niedermünster.

A cruz em 2006 sendo exibida em Munique.

A filha da duquesa, também chamada Gisela, a rainha da Hungria, doou para o túmulo da mãe uma cruz de ouro que ficou conhecida como Giselakreuz ou seja "Cruz de Gisela". Supostamente, a cruz contém um pedaço da Vera Cruz. Esse é o caso mais antigo de uma única doação por um rainha húngara para a igreja, além do item mais antigo sobrevivente de uma rainha da Hungria.[3]

A cruz, que exibe a imagem de Cristo no centro com um grande topázio em cima de Sua cabeça,[4] possui 44.5 cm de altura, é feita de carvalho, rubis, safiras, esmeraldas, [3] pérolas e seda, e foi fabricada na técnica de ouro cloisonné. Hoje a peça encontra-se em exibição na Residência de Munique. [5]

Aos pés de Cristo estão duas mulheres em formato de miniatura, sendo que uma delas representa uma rainha coroada, e, a outra, uma freira; a rainha seria a Gisela filha, e a freira seria a Gisela mãe. Ambas as mulheres vestem vestidos folgados, amarrados na cintura. A principal diferença entre elas é que a rainha está usando uma coroa encimada por três lírios e está de frente para o observador da cruz, enquanto que sua mãe está usando um véu de freira, e de frente para Cristo. A inscrição na peça deixa claro que a cruz deveria servir como um memorial para a duquesa, assim como teria um propósito de uso litúrgico para a Abadia.[3]

Descendência

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  • Henrique II do Sacro Império Romano-Germânico (6 de maio de 973 - 3 de julho de 1024), sucessor de Otão III. Foi casado com Cunegunda de Luxemburgo, mas não teve filhos com ela. Teve apenas uma filha ilegítima chamada Aisha, esposa de Guilherme, conde de Focario;
  • Bruno (m. 24 de maio de 1029), chanceler imperial de 1005 a 1006, e bispo de Augsburgo a partir de 1006. Ele fundou o Mosteiro Colegiado de São Maurício, em Augsburgo. Bruno era opositor do irmão, Henrique;
  • Gisela da Baviera (985 - 7 de maio de 1065), foi esposa do rei Estêvão I da Hungria, com quem teve cinco filhos, inclusive o santo Emérico da Hungria. Ela é considerada beata pela Igreja Católica;
  • Brígida, freira na Igreja de São Paulo, em Ratisbona, e depois abadessa de Andlau, na atual França.
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Referências

  1. a b c «Gisele (Bourgogne) von Bayern». Wiki Tree 
  2. «BURGUNDY KINGS». Foundation for Medieval Genealogy 
  3. a b c Mielke, Christopher (2021). «The Gisela Cross». The Archaeology and Material Culture of Queenship in Medieval Hungary, 1000–1395. [S.l.]: Springer International Publishing. p. 36 a 38. 317 páginas. Consultado em 22 de Agosto de 2024 
  4. Mielke, Christopher (2016). «LIFESTYLES OF THE RICH AND (IN)ANIMATE: OBJECT BIOGRAPHY...». In: Lisa Benz, Zita Eva Rohr. Queenship, Gender, and Reputation in the Medieval and Early Modern West, 1060-1600. [S.l.]: Springer International Publishing. p. 15. 214 páginas. Consultado em 22 de Agosto de 2024 
  5. «Treasury – Picture gallery». residenz-muenchen.de. Consultado em 22 de Agosto de 2024 

Ligações externas

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  • Burgundian Notes, Reginald L. Poole, The English Historical Review, Vol. 26, N.º 102, págs 314 a 315
  • Burgundy and Provence, 879–1032, Constance Brittain Bourchard, The New Cambridge Medieval History: Volume 3, C.900-c.1024, ed. Rosamond McKitterick e Timothy Reuter, (Cambridge University Press, 1999), pág 342
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Gisela of Burgundy».