Guilherme de Baden (1829–1897)

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Guilherme
Príncipe de Baden

Guilherme de Baden
Consorte Maria Maximilianovna de Leuchtenberg
Nascimento 18 de dezembro de 1829
  Karlsruhe, Alemanha
Morte 27 de abril de 1897 (67 anos)
  Karlsruhe, Alemanha
Pai Leopoldo I de Baden
Mãe Sofia da Suécia
Filho(s) Maria de Baden
Maximiliano de Baden

Guilherme de Baden (em alemão: Ludwig Wilhelm August von Baden; Karlsruhe, 18 de dezembro de 1829 - Karlsruhe, 27 de abril de 1897) foi um general e político prussiano. Era pai do príncipe Maximiliano de Baden, o último presidente do reino da Prússia e último chanceler do Império Alemão. Guilherme era um príncipe de Baden e membro da Casa de Zähringen.

Família[editar | editar código-fonte]

Guilherma nasceu em Karlsruhe, no grão-ducado de Baden, a 18 de dezembro de 1829, sendo o quinto filho e terceiro varão do grão-duque Leopoldo I de Baden e da sua esposa, a princesa Sofia da Suécia. Pelo lado do pai, Guilherme era neto do grão-duque Carlos Frederico de Baden e da sua esposa, a baronesa Luísa Carolina de Hochberg e, pelo lado da mãe, era neto do rei Gustavo IV Adolfo da Suécia e da sua esposa, a princesa Frederica de Baden.

Era irmão da duquesa Alexandrina de Saxe-Coburgo-Gota, dos grão-duques Luís II e Frederico I de Baden, do príncipe Carlos de Baden, da princesa Maria de Leiningen e da grã-duquesa Olga Feodorovna da Rússia.[1]

Carreira militar[editar | editar código-fonte]

Durante o seu breve serviço militar no contingente federal de Baden, Guilherme obteve o rank de tenente em 1847 e primeiro-tenente em 1849.[2] Cerca de 1849-50, Guilherme começou a prestar serviço militar na posição de primeiro-tenente da primeira guarda, um regimento de infantaria do exército real prussiano.[3] Guilherme recebeu a sua educação no exército prussiano. A partir de 1856, Guilherme passou a prestar serviço como major da guarda de artilharia. Guilherme reformou-se do exército prussiano em 1863 com o rank de general-tenente, pouco depois de se casar com a princesa Maria de Leuchtenberg.[4]

Guerra Austro-Prussiana[editar | editar código-fonte]

Em 1866, durante a Guerra Austro-Prussiana entre o Reino da Prússia e o Império Austríaco, Guilherme comandou a divisão de Baden que pertencia ao 8.º corpo federal, que esteve do lado da Confederação Alemã, liderada pelo Império Austríaco.[5] A dissolução do 8.º corpo federal iniciou-se a 30 de Julho de 1866, quando Guilherme se rendeu numa carta enviada ao quartel-general prussiano em Marktheidenfeld.[6] A carta de rendição dizia que o pai de Guilherme, o grão-duque Leopoldo, tinha entrado em negociações directas com o rei Guilherme da Prússia e que este tinha dado permissão às tropas de Baden para regressar a casa em segurança.[6]

Logo depois da Guerra Austro-Prussiana, Guilherme reformou-se do exército de Baden baseando-se no sistema prussiano. Guilherme e o príncipe Augusto de Württemberg foram os dois príncipes da Alemanha do sul que foram mais importantes no processo de união dos estados do sul e do norte. A 22 de setembro de 1868, Guilherme anunciou a sua demissão do comando das tropas do grão-ducado de Baden e foi substituído pelo general Beza.[7]

Guerra Franco-Prussiana[editar | editar código-fonte]

Durante a Guerra Franco-Prussiana de 1870-71, Guilherme comandou a primeira brigada de Baden no corpo de Werderschen. A 30 de outubro de 1870, Guilherme e o general Gustav Friedrich von Beyer chegaram a Dijon. Os franceses tinham transportado dez mil soldados de comboio para o local e a cidade foi defendida por todos os habitantes, incluindo as mulheres. A resistência não foi fácil de combater pelos alemães que sofreram graves perdas, contudo, segundo o historiador Gustave Louis Maurice Strauss, Guilherme "comportou-se como um São Apolinário galante e ocupou os subúrbios pelos quais os alemães acabaram por conseguir entrar na cidade, onde foram travados combates violentos de barricada a barricada, de casa a casa que duraram até à meia-noite."[8] Dijon foi ocupada por vinte e quatro mil prussianos a 18 de janeiro de 1870, mas acabaria por ser recuperada pelos franceses depois de uma dura batalha e voltou a cair em mãos prussianas a 19 de Janeiro.[9]

Carreira depois da guerra[editar | editar código-fonte]

Em 1895, o kaiser Guilherme II promoveu-o à la suite ao regimento de granadeiros em honra do 25.º aniversário em honra da Batalha de Nuits-Saint-Georges. Ao mesmo tempo, Guilherme II concedeu-lhe a Ordem de Mérito, a ordem militar mais prestigiada do reino da Prússia.[2]

A posição mais alta a que Guilherme chegou foi a de general de infantaria.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Desde muito jovem, Guilherme teve um lugar na Primeira Câmara do Diet do grão-ducado de Baden. Entre 1871 e 1873, Guilherme foi representante de Baden no Reichstag do Império Alemão no qual era membro do Partido Imperial da Alemanha, também conhecido por Partido Conservador Livre.[2]

Casamento e descendência[editar | editar código-fonte]

Guilherme casou-se com a princesa Maria Maximilianovna de Leuchtenberg, princesa Romanovskaya, filha mais velha do duque Maximiliano de Leuchtenberg e da sua esposa, a grã-duquesa Maria Nikolaevna da Rússia, no dia 11 de fevereiro de 1863 em São Petersburgo, no Império Russo. Quando soube do casamento, o presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, enviou uma carta ao irmão mais velho de Guilherme, o grão-duque Frederico I de Baden, onde dizia: "Participo da satisfação que este feliz evento proporcionou e rogo que Vossa Alteza Real aceite as minhas mais sinceras felicitações pela ocasião juntamente com a garantia da minha mais elevada estima."[10] Antes do casamento, Guilherme tinha viajado até à Inglaterra na categoria de possível pretendente da princesa Maria Adelaide de Cambridge.[11][12]

Guilherme e Maria tiveram dois filhos:

Candidato ao trono grego[editar | editar código-fonte]

Após a deposição do rei Oto da Grécia e o referendo de 1862, Guilherme foi escolhido pelo kaiser Guilherme I da Alemanha e por Otto von Bismarck para candidato do trono do Reino da Grécia.[13] O Império Russo tinha duvidas se deveria apoiar Guilherme ou o seu cunhado, o duque Nicolau de Leuchtenberg. Como potencial candidato, Guilherme não exigia que a família do rei Oto renunciasse aos seus direitos ao trono grego.[14] Segundo a edição de dia 16 de Março de 1863 do New York Times, a compra de acções gregas em Londres resultou de um relatório no qual se afirmava que Guilherme seria formalmente recomendado para o trono.[15]

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Guilherme esteve presente na inauguração do monumento em honra de Martinho Lutero a 27 de junho de 1868.[16]

Após a morte do seu cunhado, o duque Ernesto II de Saxe-Coburgo-Gota, Guilherme foi até ao Schloss Reinhardsbrunn a 23 de outubro de 1893 para visitar a viuva, a sua irmã Alexandrina, e receber o sucessor do duque, o príncipe Alfredo. Esteve presente no funeral do duque em Coburgo a 28 de abril de 1893.[17]

Guilherme morreu a 27 de abril de 1897 aos sessenta e sete anos. Foi enterrado na cripta dos grão-duques no Fasanengarten em Karlsruhe, a Capela Sepulcral.

Referências

  1. The Peerage
  2. a b c Poten, Bernhard von (1897), Allgemeine Deutsche Biographie, Band 42: Wilhelm (Prinz von Baden), Leipzig: Duncker & Humblot, pp. 701–703
  3. Longmans, Green, and Co. (1897), The Annual Register: A Review of Public Events at Home and Abroad for the Year 1897, Longmans, Green, and Co.
  4. Lewis (1881), A history of Germany: from the earliest times, founded on Dr. David Müller's "History of the German people", Harper & Brothers
  5. Gifford, Augusta Hale (1899), Germany, her people and their story: a popular history of the beginnings, rise, development, and progress of the German empire from Arminius to William II, Lothrop publishing company
  6. a b Wright, Charles Harrison von; H.M. Hozier (1872), The campaign of 1866 in Germany
  7. Townsend, George Henry (1869), The Handbook of the Year
  8. Strauss, Gustave Louis Maurice (1875), Men who have made the new German empire: a series of biographical sketches, Tinsley Brothers
  9. The Evening Post Staff (25 January 1871), "Arrival of the English Mail at Hokitika.", The Evening Post: 2
  10. Lincoln, Abraham (2008), The Collected Works of Abraham Lincoln, Volume 6, Wildside Press LLC, ISBN 1434476979
  11. Duff, David (1985), Queen Mary, Collins
  12. Sophie of Württemberg (1989), A stranger in The Hague: the letters of Queen Sophie of the Netherlands to Lady Malet, 1842–1877, Duke University Press, ISBN 0822308118
  13. Christmas, Walter (1998), King George of Greece, Adegi Graphics LLC, ISBN 9781402175275
  14. John, Van der Kiste (1994), Kings of the Hellenes: the Greek kings, 1863–1974, Alan Sutton, ISBN 0750905255
  15. The New York Times Staff (16 March 1863), "Financial and Commercial News", The New York Times,
  16. The Sydney Morning Herald Staff (23 September 1868), "The Luther Monument at Worms", The Sydney Morning Herald
  17. Deseret News Staff (28 August 1893), "Funeral of Duke Ernst", Deseret News
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