Harold Osborne

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Harold Osborne
Nascimento março de 1905
Wakefield
Morte março de 1987
Suíça
Cidadania Inglaterra
Alma mater
Ocupação filósofo, escritor

Harold Osborne (Wakefield, Yorkshire, março de 1905 - Suiça março de 1987) foi um professor, escritor e crítico de arte, foi um dos fundadores da British Society of Aesthetics em julho de 1960.[1]

A British Society of Aesthetics é uma das principais organizações internacionais a promover a discussão e a pesquisa de Arte, Harold Osborne fundou a instituição junto com Sir Herbert Read. Foi também editor do The British Journal of Aesthetics (1960-1977), publicação desta sociedade (in Diffey & The Continuum Encyclopedia of British Philosophy).[2]

Reconhecido crítico de arte, é autor de dois livros Estética e Teoria da Arte (Aesthetics and Art Theory - An Historical Introduction, 1968), publicado em 1974, e A Apreciação da Arte (The Art of Apreciation, 1970), 1978. Publicações fundamentais para o estudo da arte e da crítica de arte nas principais universidades brasileiras.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Harold Osborne nasceu em 1905 e foi levado para Wakefield, em Yorkshire. Ele estudou na Escola Básica de Wakefield ao lado de outros homens de arte e de estética de Yorkshire, como Henry Moore e Herbert Read. Na Universidade de Cambridge distinguiu-se em estudos clássicos e filosofia.

Osborne cumpriu serviço militar o que lhe deverá ter dado experiências muito além do circuito acadêmico. Esteve assim ao serviço do Governo britânico em La Paz, Bolívia. Seus livros, Indians of the Andes (1952) e Bolivia: A Land Divided (1954), foram um resultado deste período da sua vida. Ele voltou para a Inglaterra em 1952.

Foi conhecido em todo mundo pelas suas teorias filosóficas sobre estética e a sua reputação foi além de um círculo restrito de filósofos.

Filosofia[editar | editar código-fonte]

Escreveu The Art of Appreciation (1970), onde defende que as artes estimulam e expandem os poderes de percepção.

Osborne equipara percepção com apreciação e caracteriza experiência estética como percepção. Ele entende que a experiência estética de uma obra de arte dirige a atenção ao longo de um campo sensorial limitado, focando o campo das qualidades consoante a sua inerente intensidade, as suas semelhanças e contraste, e os seus agrupamentos específicos. Essa percepção é total e completa e processa-se sem o tipo de edição que caracteriza as nossas atividades e rotinas diárias. Experiência estética envolve o exercício da visão integrada.

O tipo de arrebatamento que caracteriza o interesse estético também dá à experiência estética a característica emocional da cor; o seu estado de espírito, que Osborne pensa se aproximar da serenidade, mesmo quando o objeto analisado tem um caráter dinâmico.

Também é importante perceber que a absorção perceptual no objeto de experiência estética implica estarmos menos conscientes dos nossos próprios sentimentos e mais consciente das qualidades e propriedades do objeto; É como se nós habitássemos o próprio objeto. As exigências da consciência perceptível e a obrigação de ver o objeto em toda a sua complexidade também tendem a desencorajar o mero consumo de reflexões e associações.

Experiência estética tem assim um rigor característico; é necessária imaginação para compreender as qualidades de trabalho, mas a imaginação está também a ser julgada.

Outra característica da experiência estética é que a aparência se sobrepõe a existência no aspecto material. O fato de um objeto ser uma coisa material existente no mundo é de menor interesse do que o imaginário que o próprio material sugere. Esse imaginário adaptado sustenta consciência no modo estético em parte porque ele liberta-nos em direção a novos mundos. A consciência própria não desaparece por completo; se assim fosse correríamos o risco de perder o contacto com as qualidades e significados da obra de arte.

Osborne lembra que percepção estética é exercida em muitos aspectos da vida humana, mas ele considera que os trabalhos de belas artes e os seus homólogos em natureza são capazes de aumenta-la na sua plenitude. É o mesmo que dizer que os trabalhos de arte podem apurar as faculdades perceptivas e para que sejam apreendidas de forma adequada exigem uma, cada vez mais, delicadeza mental.

É central na teoria de Osborne a elevada consciência aumentada das coisas que as pessoas sentem durante a experiência estética. Esta consciência não só faz sentir mais vital, desperto, e alerta que de costume, como também permite a mente trabalhar com maior liberdade e eficiência. As novas descobertas e abordagens são a constante recompensa.

Osborne argumenta que percepção, como a razão, deve ser cultivada para seu próprio bem. Mas enquanto razão encontra maior saída e a expansão em filosofia, lógica, matemática e no referencial teórico científico, o cultivo de percepção sempre foi o motivo para a expressão das necessidades e aspirações espirituais. Seja qual for a ideologia adotada, a libertação dos constrangimentos da vida material com propósito de compreender em pleno e livremente a humanidade de cada um é uma quase realidade universalmente suspirante e um ideal a seguir.

Obra[editar | editar código-fonte]

  • Indians of the Andes: Aymaras and Quechuas, (1952);[3]
  • Theory of Beauty: An Introduction to Aesthetics, (1952);[4]
  • Aesthetics and Art Theory: An Historical Introduction, (1970);[5]
  • A Apreciação da Arte (The Art of Apreciation), (1970);
  • South American Mythology, (1997);[6]
  • Bolivia: A Land Divided, (1985);[7]

Referências

  1. «Harold Osborne - Oxford Reference». www.oxfordreference.com (em inglês). doi:10.1093/oi/authority.20110803100255514. Consultado em 28 de maio de 2019 
  2. «The British Society of Aesthetics» (em inglês). Consultado em 28 de maio de 2019 
  3. Osborne, Harold (13 de setembro de 2013). Indians of the Andes: Aymaras and Quechuas (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781136544521 
  4. Osborne, Harold (1952). Theory of Beauty: An Introduction to Aesthetics (em inglês). [S.l.]: Routledge & K. Paul 
  5. Osborne, Harold (1970). Aesthetics and Art Theory: An Historical Introduction (em inglês). [S.l.]: Dutton 
  6. Osborne, Harold (1997). South American Mythology (em inglês). [S.l.]: Chancellor Press. ISBN 9780753700037 
  7. Osborne, Harold (1985). Bolivia, a Land Divided (em inglês). [S.l.]: Greenwood Press. ISBN 9780313249822 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Smith, Ralph (1995), Excellence II, The Continuing Quest in Art Education. Reston: Virginia, National Art Education Association

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]