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Henning Albert Boilesen: diferenças entre revisões

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'''Henning Albert Boilesen''' ([[Copenhague]], [[14 de fevereiro]] de [[1916]] - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[15 de abril]] de [[1971]]) foi um [[empresário]] [[Dinamarca|dinamarquês]] radicado no [[Brasil]], presidente da [[Ultragás]], e acusado por [[militante]]s de [[esquerda]] de ser um dos financiadores da [[Operação Bandeirante]], de ensinar técnicas de [[tortura]]s e de ser agente da [[Central Intelligente Agency|CIA]]. Foi assassinado por militantes do [[MRT]] e da [[Ação Libertadora Nacional]] (ALN) em [[15 de abril]] de [[1971]], na cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[São Paulo|SP]].
'''Henning Albert Boilesen''' ([[Copenhague]], [[14 de fevereiro]] de [[1916]] - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[15 de abril]] de [[1971]]) foi um [[empresário]] [[Dinamarca|dinamarquês]] radicado no [[Brasil]], presidente da [[Ultragás]], e acusado por [[militante]]s de [[esquerda]] de ser um dos financiadores da [[Operação Bandeirante]], de ensinar técnicas de [[tortura]]s e de ser agente da [[Central Intelligente Agency|CIA]]. Foi assassinado por militantes do [[MRT]] e da [[Ação Libertadora Nacional]] (ALN) em [[15 de abril]] de [[1971]], na cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[São Paulo|SP]].


Boilesen foi uma pessoa muito influente na indústria brasileira na época da ditadura, tendo em seu currículo a participação na fundação do [[Centro_de_Integra%C3%A7%C3%A3o_Empresa-Escola|CIEE - Centro de Integração Empresa Escola]], a presidência da [[Ultragás]] e a presidência do [[Rotary]].
Boilesen foi uma pessoa muito influente na indústria brasileira na época da ditadura, tendo em seu currículo a participação na fundação do [[Centro_de_Integra%C3%A7%C3%A3o_Empresa-Escola|CIEE - Centro de Integração Empresa Escola]], a presidência da [[Ultragás]] e a presidência do [[Rotary]].


Boilesen foi um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do [[modus operandi]] dos [[DOI-CODI]] (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna).
Boilesen era acusado de ter sido um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do [[modus operandi]] dos [[DOI-CODI]] (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna).


Presidente do grupo Ultra, Boilesen foi executado a tiros por militantes [[guerrilheiro|guerrilheiros]] urbanos de duas organizações de esquerda, em 1971, nos [[Jardins]] em São Paulo. Seus executores dizem que o escolheram como exemplo para um [[justiçamento]], acusando-o de ajudar no financiamento da repressão e de assistir a sessões de tortura de presos políticos.
Presidente do grupo Ultra, Boilesen foi morto a tiros por militantes [[guerrilheiro|guerrilheiros]] urbanos de duas organizações de esquerda, em 1971, nos [[Jardins]] em São Paulo. Aqueles que cometeram tal ato alegam que escolheram o empresário como exemplo para um [[justiçamento]], acusando-o de ajudar no financiamento da repressão e de assistir a sessões de tortura de presos políticos.

Dizem também que Boilesen gozava da intimidade dos agentes de segurança da OBAN e que haveria até um instrumento de tortura conhecida como Pianola Boilesen, em homenagem ao empresário que trouxe do exterior uma máquina de eletro-choque acionada por teclado.
Dizem também que Boilesen gozava da intimidade dos agentes de segurança da OBAN e suscitam que haveria até um instrumento de tortura conhecida como Pianola Boilesen, em homenagem ao empresário que trouxe do exterior uma máquina de eletro-choque acionada por teclado.


É comentado, também, que a execução de Boilesen ocorreu por uma tentativa de seqüestro falha onde este, ao tentar fugir, foi fuzilado pelas costas. Posteriormente, o caso virou propaganda útil para o partido militar e para partidos esquerdistas.
É comentado, também, que a execução de Boilesen ocorreu por uma tentativa de seqüestro falha onde este, ao tentar fugir, foi fuzilado pelas costas. Posteriormente, o caso virou propaganda útil para o partido militar e para partidos esquerdistas.


O documentário ''Cidadão Boilesen'' de [[Chaim Litewski]], montado por [[Pedro Asbeg]], conta a história do empresário a partir de um ponto de vista Centro-Esquerdista.<ref>[http://cinema.uol.com.br/ultnot/2009/04/04/ult4332u1055.jhtm Retrato sobre a ditadura vence festival "É Tudo Verdade"] - ''[[UOL]] Cinema'', [[4 de abril]] de [[2009]].</ref> O documentário afirma que Boilesen era um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos típicos dos seres humanos fascistas. O filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente no início do século passado; além de entrevistar amigos, colaboradores [[civil|civis]] e [[militar|militares]] do empresário, o filho mais velho deste, o [[cônsul]] americano em São Paulo à época dos acontecimentos e um dos guerrilheiros que participaram da morte de Boilesen. Contém ainda depoimentos de figuras como o ex-[[Presidente]] do Brasil [[Fernando Henrique Cardoso]], o ex-[[governador]] de [[São Paulo]] [[Paulo Egídio Martins]], [[Erasmo Dias]] e do [[cardeal]] [[Dom Paulo Evaristo Arns]], entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o hábito do empresário de assistir as sessões de tortura, apesar da ausencia de provas.<ref>http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,estreia-cidadao-boilesen-documentario-premiado-em-festivais,472737,0.htm</ref>
O documentário ''Cidadão Boilesen'' de [[Chaim Litewski]], montado por [[Pedro Asbeg]], conta a história do empresário a partir de um ponto de vista Centro-Esquerdista.<ref>[http://cinema.uol.com.br/ultnot/2009/04/04/ult4332u1055.jhtm Retrato sobre a ditadura vence festival "É Tudo Verdade"] - ''[[UOL]] Cinema'', [[4 de abril]] de [[2009]].</ref> O documentário afirma que Boilesen era um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos típicos dos seres humanos fascistas. O filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente no início do século passado; além de entrevistar amigos, colaboradores [[civil|civis]] e [[militar|militares]] do empresário, o filho mais velho deste, o [[cônsul]] americano em São Paulo à época dos acontecimentos e um dos guerrilheiros que participaram da morte de Boilesen. Contém ainda depoimentos de figuras como o ex-[[Presidente]] do Brasil [[Fernando Henrique Cardoso]], o ex-[[governador]] de [[São Paulo]] [[Paulo Egídio Martins]], [[Erasmo Dias]] e do [[cardeal]] [[Dom Paulo Evaristo Arns]], entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o suposto hábito do empresário de assistir as sessões de tortura, apesar da ausencia de provas.<ref>http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,estreia-cidadao-boilesen-documentario-premiado-em-festivais,472737,0.htm</ref>


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Revisão das 14h33min de 9 de maio de 2011

Henning Albert Boilesen (Copenhague, 14 de fevereiro de 1916 - São Paulo, 15 de abril de 1971) foi um empresário dinamarquês radicado no Brasil, presidente da Ultragás, e acusado por militantes de esquerda de ser um dos financiadores da Operação Bandeirante, de ensinar técnicas de torturas e de ser agente da CIA. Foi assassinado por militantes do MRT e da Ação Libertadora Nacional (ALN) em 15 de abril de 1971, na cidade de São Paulo, SP.

Boilesen foi uma pessoa muito influente na indústria brasileira na época da ditadura, tendo em seu currículo a participação na fundação do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola, a presidência da Ultragás e a presidência do Rotary.

Boilesen era acusado de ter sido um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do modus operandi dos DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna).

Presidente do grupo Ultra, Boilesen foi morto a tiros por militantes guerrilheiros urbanos de duas organizações de esquerda, em 1971, nos Jardins em São Paulo. Aqueles que cometeram tal ato alegam que escolheram o empresário como exemplo para um justiçamento, acusando-o de ajudar no financiamento da repressão e de assistir a sessões de tortura de presos políticos.

Dizem também que Boilesen gozava da intimidade dos agentes de segurança da OBAN e suscitam que haveria até um instrumento de tortura conhecida como Pianola Boilesen, em homenagem ao empresário que trouxe do exterior uma máquina de eletro-choque acionada por teclado.

É comentado, também, que a execução de Boilesen ocorreu por uma tentativa de seqüestro falha onde este, ao tentar fugir, foi fuzilado pelas costas. Posteriormente, o caso virou propaganda útil para o partido militar e para partidos esquerdistas.

O documentário Cidadão Boilesen de Chaim Litewski, montado por Pedro Asbeg, conta a história do empresário a partir de um ponto de vista Centro-Esquerdista.[1] O documentário afirma que Boilesen era um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos típicos dos seres humanos fascistas. O filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente no início do século passado; além de entrevistar amigos, colaboradores civis e militares do empresário, o filho mais velho deste, o cônsul americano em São Paulo à época dos acontecimentos e um dos guerrilheiros que participaram da morte de Boilesen. Contém ainda depoimentos de figuras como o ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo Paulo Egídio Martins, Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o suposto hábito do empresário de assistir as sessões de tortura, apesar da ausencia de provas.[2]

Referências

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