Irreligião no Brasil

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Religião no Brasil (2010)[1][2]

  Igreja Católica (64.6%)
  Protestantismo (22.2%)
  Espiritismo (2.0%)
  Outras religiões (3.2%)
  Irreligião (8.0%)
Templo positivista no Brasil. O positivismo, movimento laico, influenciou o pensamento e as ações dos fundadores da república brasileira[3]

A irreligião no Brasil aumentou nas últimas décadas. No censo de 2010, 8% da população se identificou como "irreligiosa".[4] Desde 1970, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística inclui a sem religião como uma opção de autodescrição em seu censo decenal, para pessoas que não se consideram membros de nenhuma religião específica, incluindo teístas não filiados e deístas. No censo de 2010, 8,0% da população se autodeclarou "irreligiosa".

A Constituição concede liberdade de religião e pensamento aos seus cidadãos (Art. 5º, VI). Em 2008, foi fundada a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos; promove o secularismo e apóia vítimas irreligiosas de preconceito.[5]

Embora a Constituição Federal garanta a tolerância religiosa a todos os seus cidadãos (ver art. 5º, inciso VI), ela proíbe expressamente todos os entes que integram a Federação a fundação e o financiamento de cultos públicos e igrejas estaduais controladas e coordenadas pelo Poder Público - (vide art. 19, I), visto que até agora o Estado brasileiro reconhece em seu ordenamento jurídico o "caráter peculiar" da Igreja Católica sob as demais religiões (ver art. 16 do Decreto 7107/2010), razão pela qual a lei reconhece a Virgem Maria, a mãe de Jesus, como “padroeira do Brasil” (art. 1º da Lei 6.802 / 1980); a Constituição juramentada “sob a proteção de Deus” (ver Preâmbulo da Constituição Federal); Os feriados católicos (como o dia de Nossa Senhora Aparecida e o dia do nascimento de Nosso Senhor) são reconhecidos como feriados nacionais por lei (Lei 10.607 / 2002, Lei 6.802 / 1980); a religião católica tem um status exclusivo para si (ver Decreto 7107/2010); cidades e estados levam o nome de santos católicos; Estátuas católicas estão expostas em repartições públicas; a expressão "Deus seja louvado" está presente em todas as notas do Real; e o ensino religioso exclusivamente católico em escolas públicas é permitido no país (ADI 4439).

Uma pesquisa de 2009 mostrou que os ateus eram o grupo demográfico mais odiado no Brasil, entre várias outras minorias pesquisadas. De acordo com a pesquisa, 17% dos entrevistados afirmaram sentir ódio ou repulsa pelos ateus, enquanto 25% sentiam antipatia e 29% eram indiferentes.[6]

Em 2022, uma pesquisa do Datafolha constatou que os não religiosos representam 25% da juventude brasileira (entre 16 e 24 anos) em todo o país. Nas duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, os não religiosos representam 30% e 34% da população da mesma idade, respectivamente, superando os jovens evangélicos, católicos e de outras religiões. Segundo os professores Ricardo Mariano e Silvia Fernandes, há uma tendência crescente no Brasil de desfiliação religiosa entre os jovens por causa da liberalização social e suas crenças individualistas muitas vezes vistas como conflitantes com dogmas morais rígidos, códigos de conduta rígidos e a crescente politização das religiões por parte das igrejas, especialmente as evangélicas.[7]

Brasileiros não religiosos notáveis[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Brazilian Institute for Geography and Statistics). 2010 Census. Retrieved 7 de agosto de 2012.
  2. «2010 Population Census - General characteristics of population, religion and persons with disabilities (Português)». ibge.gov.br. 16 de novembro de 2012. Consultado em 10 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 16 de novembro de 2012 
  3. «Positivism in Brazil». BROWN UNIVERSITY 
  4. «Censo 2010: número de católicos cai e aumenta o de evangélicos, espíritas e sem religião». Consultado em 5 de setembro de 2012 
  5. «Sorria! O inferno não existe». Consultado em 6 de setembro de 2012. Arquivado do original em 15 de maio de 2012 
  6. «Ateus e drogados são os mais odiados pelos brasileiros». Paulopes.com.br. 3 de maio de 2009. Consultado em 5 de agosto de 2013 
  7. «Jovens 'sem religião' superam católicos e evangélicos em SP e Rio». BBC News Brasil. Consultado em 7 de dezembro de 2022 
  8. «Chico Anysio fica revoltado com morte do filho de Cissa Guimarães: "que Deus é este?"». Consultado em 5 de setembro de 2012. Arquivado do original em 25 de março de 2014 
  9. «O direito de ser ateu - Drauzio Varella». Consultado em 1 de fevereiro de 2017 
  10. «Letícia Persiles faz sucesso com seus cabelos, roupas e batons em 'Amor eterno amor', mas diz que não segue moda». Consultado em 5 de setembro de 2012 
  11. «Island of Knowledge: The Limits of Science & the Search for Meaning». The Skeptics Society 
  12. Gleiser, Marcelo. «Science And Spirituality: Could It Be?» 
  13. «Nando Reis». Consultado em 5 de setembro de 2012. Arquivado do original em 19 de dezembro de 2011 
  14. «Nathália Dill: "A beleza não sustenta"» (em Portuguese). Consultado em 5 de setembro de 2012 
  15. «A vida é rir, chorar e viver intensamente» (em Portuguese). Consultado em 5 de setembro de 2012 
  16. «Aos 45 anos, Paula Burlamaqui fala sobre o desejo de ser mãe: 'Não aconteceu. Tenho até óvulos congelados'». Consultado em 5 de setembro de 2012