João de Aguiar Pupo

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João de Aguiar Pupo
Conhecido(a) por renomado dermatologista brasileiro
Nascimento 12 de maio de 1890
Itatiba, SP, Brasil
Morte 23 de agosto de 1980 (90 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Faculdade Nacional de Medicina (graduação)
Instituições Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Campo(s) Medicina
Tese Histopatologia da Lepra (1913)

João de Aguiar Pupo (Itatiba, 12 de maio de 1890São Paulo, 23 de agosto de 1980) foi um renomado médico e professor universitário brasileiro.

Três vezes diretor da Faculdade de Medicina de São Paulo, foi o responsável por implantar a residência médica na instituição e por tratar pacientes com hanseníase na mesma ala de pacientes com outras enfermidades, salientando o caráter não contagioso da doença.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho do major Herculano Pupo Nogueira e Francisca Bueno de Aguiar. Graduou-se em medicina pela Faculdade Nacional de Medicina. Ainda bastante jovem e recém-formado, João foi convidado por Arnaldo Vieira de Carvalho, fundador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para trabalhar como Preparador da Cadeira de Química Médica, a qual assumiu, como substituto, em 1914. Em 1929 tornou-se Catedrático de Dermatologia e Sifiligrafia.[2][1]

João foi um renomado dermatologista brasileiro. Atuando no Serviço de Profilaxia de São Paulo, desenvolveu diversos estudos sobre a Leishmaniose, sífilis e Hanseníase. Foi Diretor da Faculdade de Medicina por três mandatos não consecutivos. Em sua primeira gestão, de 1935 a 1937, foi marcada pela implantação da Livre-Docência na faculdade e, em sua segunda gestão, de 1956 a 1959, destacou-se pela criação do Instituto de Medicina Tropical, pela criação de novos Departamentos e pela implantação do regime de internato para os alunos de 6º ano.[2]

Como diretor da faculdade, João também implementou o sistema de Residência Médica e introduziu disciplinas como genética e pesquisa científico-estatística. Como sanitarista, impulsionou obras como os Hospitais Santo Ângelo, Cocais, Pirapitingui e Aimorés, assim como foi promotor de centros de águas termais. Desafiou a lógica médica da época ao internar pacientes com hanseníase nas mesmas alas de pacientes com outras enfermidades e se opõe ao uso da palavra "lepra" para designar a doença devido ao estigma social e religioso, exigindo o uso de mal de Hansen ou hanseníase.[3]

Foi diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Foi membro e presidente da Associação Brasileira de Hansenologia e membro honorário da Academia Nacional de Medicina. Foi presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas de 1956 a 1959.[2]

Morte[editar | editar código-fonte]

João precisou implantar um marcapasso em 1980, mas veio a falecer em 23 de agosto do mesmo ano, em São Paulo, aos 90 anos devido a problemas cardíacos.[2][1]

Referências

  1. a b c Dante Chinchilla e Carlos Fernando Gatti (ed.). «O primeiro presidente do CILAD foi um brasileiro». Protetores da pele. Consultado em 21 de junho de 2021 
  2. a b c d «João de Aguiar Pupo». Museu da Faculdade de Medicina da USP. Consultado em 21 de junho de 2021 
  3. International Journal of Leprosy and other Mycobacterial Diseases (ed.). «Name changes reflect trends». International Journal of Leprosy and other Mycobacterial Diseases. Consultado em 21 de junho de 2021