Joaquim Pereira Baraona
Joaquim Pereira Baraona | |
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Nascimento | 23 de Setembro de 1930 Ourique |
Morte | 30 de Maio de 2018 Cascais |
Nacionalidade | Portuguesa |
Ocupação | Empresário e diplomata |
Joaquim António Pereira Baraona, mais conhecido como Comendador Joaquim Baraona, ComM (Ourique, 23 de Setembro de 1930 − Cascais, 30 de Maio de 2018), foi um empresário português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu no concelho de Ourique, no dia 23 de setembro de 1930, filho de José Godinho Baraona e Cecília Maria Pereira Baraona, comerciantes e agricultores.[1] Frequentou a Escola Primária em Ourique, o Colégio Luis de Camões em Lisboa, e o Instituto Industrial de Lisboa, tendo igualmente concluído vários cursos de aperfeiçoamento em Portugal e no estrangeiro, principalmente em Paris.[1]
Destacou-se na posição de provedor na Santa Casa da Misericórdia de Cascais, tendo sido responsável pela remodelação do Hospital,[2] que foi então considerado como um dos mais avançados em território nacional, de um bairro para alojar mais de uma centena de famílias pobres, e de uma creche com capacidade para 120 crianças.[1] Em Cascais, também dirigiu o jornal A Nossa Terra, e exerceu como conselheiro municipal, e presidente da Assembléia Geral dos Bombeiros Voluntários e do Rotary Clube,[1] do qual foi um dos fundadores.[2] Também foi um dos principais impulsionadores da criação do Grupo dos Amigos do Paredão, no sentido de promover a dinamização e manutenção daquela estrutura, que posteriormente se revelou de grande importância.[2] Promoveu igualmente a formação de uma academia em Cascais, e apoiou a Academia das Letras e Artes e a Sociedade Musical,[2] tendo sido presidente do Grupo Dramático e Desportivo.[1] Foi igualmente membro do Conselho de Coordenação Médico Social do Distrito de Lisboa e presidente do Sector de Urbanismo do Grémio da Construção Civil.[1] Em Ourique, presidiu à Assembleia Geral da Santa Casa de Misericórdia e ao Club Sousa Teles.[1] Também planeou a instalação de uma unidade turística no concelho, baseada na vertente da natureza, com actividades ligadas à caça e pesca, mas este empreendimento não chegou a avançar.[2]
Em 23 de Abril de 1974, foi-lhe feita uma homenagem nacional por parte do governo, cerimónia onde estiveram presentes mais de duas mil pessoas.[1] Porém, apenas dois dias depois deu-se uma revolução, tendo Joaquim Baraona sido alvo de perseguições no período de instabilidade que se seguiu.[1] A organização militar do Comando Operacional do Continente emitiu um mandato de detenção, sob a acusação de ser um perigoso reaccionário, tendo as forças comunistas confiscado e vendido em hasta pública todas as suas posses, tanto privadas como da sua empresa.[1] Assim, Joaquim Baraona foi forçado a abandonar o país em 19 de Maio de 1975,[1] tendo-se refugiado no Brasil, na cidade de Vitória, no estado do Espírito Santo.[2]
Foi nomeado como vice-cônsul de Portugal naquele estado, tendo ali exercido igualmente como empresário.[3] Na década de 1970 sido responsável pela instalação de um importante complexo hoteleiro no interior do estado, o Green Park Hotel, que se consolidou como uma alternativa ao tradicional turismo atlântico, divulgando as potencialidades turísticas da região.[3] Foi também um dos impulsionadores do estatuto de cidade-irmã entre a capital do estado, Vitória, e a cidade portuguesa de Cascais.[3] Também no Brasil, foi vice-presidente da Fundação Hospitalar do Município de Domingos Martins, e conselheiro na Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Espírito Santo.[1] Esteve à frente das empresas PINHAL — Planejamento Imobiliário, URBHOCON — Urbanismo, Hotelaria e Construções, e Vela Branca Imobiliária.[1]
Faleceu no concelho de Cascais, em 30 de Maio de 2018.[2]
Em 30 de Abril de 1974, foi condecorado com o grau de comendador na Ordem do Mérito,[4] Recebeu igualmente o título de irmão honorário da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, e cavaleiro da Grã Cruz da Ordem dos Cavaleiros do Santo Sepulcro.[1] Em 25 de Julho de 2022, foi homenageado pela Câmara Municipal de Ourique, durante as comemorações dos 883 anos da Batalha de Ourique.[5] Durante a cerimónia, foi reconhecido pelo presidente da Câmara Municipal, Marcelo Guerreiro, como um ouriquense «de referência», que se afirmou «um pouco por todo o mundo».[6] O seu nome foi colocado numa artéria em Ourique,[7] e numa rotunda em Cascais.[2]
No Brasil, foi homenageado em 11 de Agosto de 1992 com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, pelo Tribunal Superior do Trabalho,[8], tendo igualmente recebido a Comenda Jerônimo Monteiro do estado de Espírito Santo,[3] e a Ordem de Mérito de Belas-Artes da Universidade do Rio de Janeiro, grau de Grande Oficial.[1] Foi condecorado pelo Instituto Internacional de Heráldica e Genealogia com a Medalha Cívica e Cultural Regente Antonio Feijó, classe ouro, e o grau de comendador da Legião Presidente Antônio Carlos.[1]
Casou com Maria Amália Pereira dos Santos Gallis Baraona, tendo sido pai de João Francisco Gallis Pereira Baraona, Francisco José Gallis Pereira Baraona, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona e Maria Isabel Gallis Pereira Baraona.[1]
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]- Personalidades da Costa do Estoril (Supereco Propaganda, 1995)
- Rotary Clube de Cascais-Estoril: Meio século ao serviço de Cascais, da comunidade e do Rotary Internacional (Rotary Clube de Cascais-Estoril, 2018)
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q MAGALHÃES, Djalma Juarez (11 de Agosto de 2020). «Joaquim Antônio Pereira Baraona». Morro do Moreno. Consultado em 17 de Setembro de 2022
- ↑ a b c d e f g h ENCARNAÇÃO, José d' (6 de Junho de 2018). «Joaquim Baraona». Costa do Sol. Ano VI (237). Paço de Arcos. p. 6. Consultado em 17 de Setembro de 2022 – via Issuu
- ↑ a b c d MONJARDIM, Cacau (1 de Junho de 2018). «Palcos e Atores». ES Hoje. Vitória. p. 6. Consultado em 17 de Setembro de 2022 – via IsSuu
- ↑ «Entidades nacionais agraciadas com ordens portuguesas». Ordens Honoríficas Portuguesas. Consultado em 17 de Setembro de 2022
- ↑ «Ourique assinala Batalha com homenagem a Joaquim Baraona». Rádio Pax. 25 de Julho de 2022. Consultado em 17 de Setembro de 2022
- ↑ «Ourique homenageou comendador Joaquim Pereira Baraona». Correio Alentejo. 26 de Julho de 2022. Consultado em 17 de Setembro de 2022
- ↑ «Ourique: Comendador Joaquim Baraona dá nome a artéria». Rádio Campanário. 22 de Julho de 2022. Consultado em 17 de Setembro de 2022
- ↑ «Sinopse noticiosa: Eventos referentes ao ano de 1992» (PDF). Revista do Tribunal Superior do Trabalho. Rio de Janeiro: Tribunal Superior do Trabalho. 1993. p. 172-173. Consultado em 17 de Setembro de 2022 – via Jus Laboris
Leitura recomendada
[editar | editar código-fonte]- HENRIQUES, João Aníbal (2001). A Montanha. Apontamentos Biográficos de Joaquim Baraona. Cascais: Vão de Escada