José Guilherme Cantor Magnani

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

José Guilherme Cantor Magnani (São Mateus do Sul, 10 de julho de 1944) é um antropólogo brasileiro nascido no Paraná. É referência nos estudos de Antropologia urbana.


José Guilherme Cantor Magnani
Nascimento 1944 (80 anos)
Cidadania Brasil
Ocupação antropólogo
Empregador(a) Universidade de São Paulo

Vida[editar | editar código-fonte]

Filho de pai marceneiro e de uma professora primária, Magnani é o mais velho de cinco irmãos[1]. Realizou seus estudos primários em uma escola pública e depois seguiu para um seminário diocesano em Curitiba, onde concluiu seus estudos secundários.[1]

É graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em Sociologia pela Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO), Chile, e Doutor em Ciências Humanas (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (1982), onde defendeu tese de livre-docência (2010) e de professor titular (2012).[2]

Professor titular do Departamento de Antropologia da FFLCH-USP, Magnani atua na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana. É coordenador do Núcleo de Antropologia Urbana da USP (NAU/USP) [3], e da revista eletrônica do NAU, a Ponto.Urbe [4] e da coleção "Antropologia Hoje" (Nau/Editora Terceiro Nome).

Realizações[editar | editar código-fonte]

Atua como pesquisador em Antropologia Urbana, com ênfase em etnografia, sociabilidade, lazer e religiosidade.[5][6][7]

Uma de suas principais contribuições à Antropologia Urbana foi demonstrar que, além dos princípios distintivos a casa e a rua, apresentados por Roberto DaMatta como condutores de valores caros à cultura brasileira, há também uma categoria intermediária entre ambas e que, a partir de pesquisa de campo, Magnani nomeou de pedaço, definindo-o como o espaço intermediário entre o privado (a casa) e o público (a rua), "onde se desenvolve uma sociabilidade básica, mais ampla que a fundada nos laços familiares, porém mais densa, significativa e estável que as relações formais e individualizadas impostas pela sociedade".[8]

Escritos[editar | editar código-fonte]

José Guilherme Magnani é autor de vários livros e capítulos de livros; organizou várias coletâneas e publicou dezenas de artigos, em periódicos especializados e em anais de eventos científicos.

Livros e coletâneas

  • Da periferia ao centro: trajetórias de pesquisa em Antropologia Urbana. São Paulo: Terceiro Nome, 2012. 345p .
  • Jovens na Metrópole: etnografias de circuitos de lazer, encontro e sociabilidade. São Paulo: Terceiro Nome, 2007. 280p . (como organizador, com Bruna Mantese)
  • Expedição São Paulo 450 anos: uma viagem por dentro da metrópole. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura / IFF, 2004. v. 1. 224p .
  • Festa no Pedaço: cultura popular e lazer na cidade. 3ª ed. São Paulo: Editora Unesp/Hucitec, 2003. 166p .
  • Na metrópole: textos de antropologia urbana. 2ª ed. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2000. 320p . (como organizador, com Lilian Torres)
  • O Brasil da Nova Era. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. 63p .
  • Mystica Urbe: um estudo antropológico sobre o circuito neo-esotérico na metrópole. São Paulo: Studio Nobel, 1999. 143p .
  • Umbanda. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1991. 64p .


Alguns artigos publicados em livros ou coletâneas

  • 2007 – “Santana de Parnaíba, memória e cotidiano” in ABREU, R. et alii (org.) Museus, coleções e patrimônios: narrativas polifônicas. Rio de Janeiro, Garamond Universitária.
  • 2005 – “Neoezoterismus v Brazílii”, in MORAVIKOVA, Michaela (org), New Age. Bratislava (Slovakia), Ústav Pre Vztahy Štátu a Cirkví

Alguns artigos publicados em revistas especializadas
  • 2007 - Vai ter música? – para uma antropologia das festas juninas de surdos na cidade de São Paulo”. Ponto.Urbe, revista eletrônica do NAU, ano 1. n.1
  • 2006 - "Urban youth circuits in São Paulo. Tempo Social. Revista de Sociologia da USP, vol., n.2, (edição internacional de “Os circuito dos jovens urbanos”, Tempo Social, vol 17, 2005)
  • 2005 – Xamãs na cidade. Revista USP – Religiosidade no Brasil n. 67, pg 218-228 set/out/nov
  • 2005 - From close up and within: notes for an urban ethnography. Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol.1 (edição internacional de "De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana") Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 17, n. 49 2002.
  • 2004 – Cultura Urbana: transformaciones de las grandes metrópolis. Revista Esencia y Espacio, vol. 19, Ciudad de México (tradução de “Transformações na cultura urbana das grandes metrópoles” in SILVA, Moreira Alberto (org.) Sociedade Global, cultura e religião, Petrópolis: Vozes, 1999.
  • 1999 – A cidade de Tristes Trópicos. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 42, n. 1 e 2 .
  • 1994 – Leisure in Popular Districts in São Paulo. Loisir et Société, Quebéc, Canada, v. 17, n. 2
  • 1986 - Pensar grande o patrimônio cultural. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, São Paulo, v.3 nº 2 ISSN 0102-6445
Outros

Prêmios e honrarias[editar | editar código-fonte]

Recebeu o prêmio Erico Vanucci Mendes (CNPQ - SBPC) em 1989 e o Prêmio Mérito de Humanidades, em comemoração aos 80 anos do Setor de Ciências Humanas (SCH) da Universidade Federal do Paraná, em 2018 .

Referências

  1. a b «Memória das Ciências Sociais no Brasil | José Guilherme Magnani | CPDOC». cpdoc.fgv.br. Consultado em 21 de agosto de 2021 
  2. Neto, José Q. de Miranda (20 de novembro de 2020). «Abrindo as fronteiras da Etnografia urbana: entrevista com o Professor Dr. José Guilherme Magnani». Lepurb. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  3. Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana da USP (LabNAU) - Histórico
  4. ponto.urbe, revista do Núcleo de Antropologia Urbana. Departamento de Antropologia da USP. ISSN eletrônico 1981-3341
  5. Joao. «Festas e ritos: espaços urbanos e espaços rurais e suas diferenças. Entrevista especial com José Guilherme Magnani». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  6. «Folha de S.Paulo - Programa: Série de debates discute o misticismo - 25/05/2000». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  7. Castilho, Cristiano. «Se essa rua fosse minha». Gazeta do Povo. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  8. MAGNANI, J. Guilherme (1998), Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade. São Paulo, Hucitec [1ª ed., Brasiliense, 1984], p. 116

Ligações externas[editar | editar código-fonte]