João Teixeira Soares de Sousa

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 Nota: Se procura pelo engenheiro ferroviário brasileiro, veja João Teixeira Soares.
João Teixeira Soares de Sousa
João Teixeira Soares de Sousa
Nascimento 12 de setembro de 1827
Terreiros
Morte 1 de fevereiro de 1875
Ponta Delgada
Cidadania Reino de Portugal
Progenitores
  • Miguel Teixeira Soares de Sousa
Alma mater
Ocupação político, editor, etnologista, historiador, antropólogo

João Teixeira Soares de Sousa (Manadas, 12 de Setembro de 1827Ponta Delgada, 1 de Fevereiro de 1875), em geral citado como Dr. João Teixeira Soares, político e investigador da história e antropologia açoriana, foi deputado pelas ilhas de São Jorge e Graciosa, juiz e autor de numerosas publicações sobre a história da ilha de São Jorge e sobre temas da cultura popular, incluindo numerosas recolhas de provérbios e cantigas tradicionais.

Biografia[editar | editar código-fonte]

O Dr. João Teixeira Soares nasceu nos Terreiros, freguesia de Manadas, concelho de Velas, filho do grande morgado e político Miguel Teixeira Soares de Sousa e de sua mulher Maria Angélica Soares de Albergaria, família das mais abastadas da ilha, detentora de importantes áreas agrícolas e ligada à produção de vinho e de laranja.

Seguindo o percurso típico dos jovens da classe abastada insular, aparentemente com o objectivo de cursar medicina, em Outubro de 1849 matricula-se na Universidade de Coimbra, onde obtém o grau de bacharel em Matemática em 1853 e de Filosofia em 1854. Tendo iniciado o curso de Medicina em 1852, acabou por abandonar a Universidade sem o concluir.

Em 1854 regressou a São Jorge onde assumiu a direcção dos negócios familiares, ingressando quase de imediato na política local: nos anos imediatos é escolhido para vereador da Câmara Municipal de Velas e depois nomeado juiz substituto na comarca respectiva.

Nas eleições gerais de 1864 foi eleito deputado, pelo novel círculo de S. Jorge e Graciosa, partindo para Lisboa nos finais daquele ano. Durante a sua estadia em Lisboa iniciou um percursos de investigação da documentação histórica referente à sua ilha natal, em particular no Arquivo da Torre do Tombo. Desse labor resultou a transcrição de numerosos documentos e a localização de outros que depois utilizará nos seus artigos sobre história local.

A solicitação de Teófilo Braga, recolheu numerosos contos, proverbios ditos e cantigas populares, num trabalho pioneiro na recolha do cancioneiro e romanceiro jorgense, transformando-se num dos principais colaboradores da obra Cantos Populares do Archipelago Açoriano que Teófilo Braga editaria em 1876. É também na revista Era Nova [1] (1880-1881), dirigida por Teófilo Braga, que se encontram dois textos da sua autoria, editados postumamente: "Camões nas ilhas dos Açores" e "Os doze de Inglaterra" (estudo crítico-histórico). Também de forma póstuma se encontra colaboração da sua autoria na Revista de Estudos Livres [2] (1883-1886) dirigida pelo mesmo.

Aproveitando a proliferação que na época ocorreu na imprensa açoriana, manteve diversos jornais em São Jorge, nos quais, a par de outros da ilha Terceira e da ilha de São Miguel, publicou numerosos estudos históricos e etnográficos.

Com apenas 54 anos de idade faleceu na ilha de São Miguel, ilha onde tinha ido procurar aconselhamento médico após prolongada doença.

Referências

  1. Rita Correia (2 de Maio de 2013). «Ficha histórica: Era Nova: Revista do Movimento Contemporâneo (1880-1881)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 7 de Outubro de 2014 
  2. Pedro Mesquita (22 de outubro de 2013). «Ficha histórica: Revista de estudos livres (1883-1886)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de abril de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]