Lambert le Bègue

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lambert le Bègue
Presbítero da Igreja Católica
Pároco em Liège
Info/Prelado da Igreja Católica
Ordenação e nomeação
Dados pessoais
Morte 1177
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Lambert le Bègue (? — Liège, 1177) foi um padre belga do século XII.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de de artesões valões pobres, Lambert nasceu antes de 1225. Le bègue significa "o gago", mas não se sabe se ele sofria de disfemia; de fato, o epíteto não era pouco usual à época. Como padre secular, foi responsável primeiro por uma igreja sob os cuidados da catedral de Liège; posteriormente, tornou-se cura de uma pequena igreja, nomeada em homenagem a São Cristóvão, no subúrbio da mesma cidade.[1]

Le Bègue foi um sacerdote de relevo. Seus sermões tiveram profunda influência no povo de Liège. Como padre, pregava contra os abusos eclesiásticos de seus semelhantes. Participou do sínodo diocesiano de 1166, em que pediu uma reforma do clero.[1]

Como consequência de seus sermões, não raramente incisivos, o clero de Liège (um frequente objeto de seus ataques) o acusou de heresia em 1175; le Bègue foi condenado e aprisionado. Entretanto, ele fugiu e peregrinou para a Itália. Na Itália, contatou o antipapa Calisto III. O antipapa (a quem o príncipe-bispo de Liège se submetia) permitiu seu retorno, em paz, à cidade. Lambert provavelmente retornou a Liège e lá faleceu na cidade em 1177..[2] No século XVII, foi contado entre os santos da Igreja.[1]

Obra[editar | editar código-fonte]

Seus sermões, que já foram comparados aos de São Francisco de Assis e Pedro Valdo, frequentemente clamavam pela reforma do clero - notadamente a adoção de vestuário mais modesto e a proibição de ordenamento de filhos de padres. Suas posições foram defendidas em um tratado intitulado Antigraphum Petri. Ademais, escreveu alguns poemas em valão (dedicados aos fiéis, sob sua instrução, que renunciaram ao mundo) e traduziu a história da Virgem Maria, os Atos dos Apóstolos e as epístolas paulinas para o vernáculo. Infelizmente, nenhum destes trabalhos chegou a nossos dias.[1][2]

As posições dele divergiam da doutrina e da tradição da Igreja Católica. Lambert enfatizava a devoção pessoal e o amor ao próximo em oposição à graça e aos sacramentos eclesiásticos. Para ele, todos os custos impostos para a ministração dos sacramentos (ou quaisquer outros atos religiosos) constituíam simonia. Também se opunha às peregrinações à Palestina e afirmava que nenhuma obediência era devida a padres que faltassem com seus deveres.[1]

Provavelmente o trabalho mais conhecido de le Bègue foi a fundação, ou ao menos o apoio precoce, ao movimento das beguinas, que viria a se tornar um dos mais inusitados e influentes grupos religiosos da Baixa Idade Média.[1]

Referências

  1. a b c d e f g Haupt, Herman (1910). «Lambert le Bègue». The New Schaff-He[drzog Encyclopedia of Religious Knowledge. VI. Nova Iorque/Londres: Funk and Wagnalls Company. pp. 402, 403. Consultado em 30 de maio de 2013 
  2. a b Gilliat-Smith, Ernest (1907). «Beguines & Beghards». Enciclopédia Católica (em inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company. Consultado em 21 de maio de 2013 
Ícone de esboço Este artigo sobre catolicismo é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.