Leandro Pereira Gonçalves

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Leandro Pereira Gonçalves
Leandro Pereira Gonçalves
Leandro Pereira Gonçalves na noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Plínio Salgado: Um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975)"
Nascimento 5 de junho de 1979 (44 anos)
São Paulo
Residência Juiz de Fora
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Historiador e professor universitário

Leandro Pereira Gonçalves (São Paulo, 5 de junho de 1979) é um historiador brasileiro, e professor de História da América Contemporânea e do Brasil Republicano no departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora. Sua produção acadêmica enfoca os estudos das direitas, dos fascismos, integralismo, salazarismo e franquismo, principalmente em questões relacionadas à História da América Latina, nos campos da História Política e Cultural, assim como elementos transnacionais e abordagens comparadas com a Península Ibérica.[1]

Trajetória acadêmica[editar | editar código-fonte]

Em 2012, concluiu doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A pesquisa contou com um estágio no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e resultou no livro Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975),[2][3] publicado no Brasil pela FGV Editora e em Portugal pela Imprensa de Ciências Sociais. Possui estágio de pós-doutoramento pelo Centro de Estudios Avanzados da Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. Tem experiência em vários níveis de ensino e pesquisa. Entre 2014 e 2017 foi Professor do Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. No ano de 2017 foi professor visitante na Universidad de la Republica, Uruguay. Atualmente é Professor de História da América Contemporânea e do Brasil Republicano do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora, com atuação no Programa de Pós-Graduação em História. Desde 2019 é Editor da Locus: Revista de História. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e pesquisador FAPEMIG. Faz parte do Conselho Administrativo da International Association for Comparative Fascist Studies. Pesquisador do Observatório da Extrema Direita e colabora como Investigador do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa e do HISPONA/Universidade de Santiago de Compostela. É Líder do Grupo de Pesquisa (CNPq) e Coordenador da Rede de Investigação Direitas, História e Memória (UFJF/UFF).[4][5]

Obra[editar | editar código-fonte]

Escreveu uma série de livros e artigos sobre o integralismo, tema que estuda há mais de vinte anos[6] e no qual é uma referência.[7]

O livro Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975), publicado em 2018, segundo o pesquisador Rodrigo Santos de Oliveira acrescentou "nova luz às pesquisas", e "supriu uma grande lacuna na historiografia sobre o integralismo brasileiro", sendo "leitura obrigatória para aqueles que se dedicam ou pretendem se dedicar ao estudo do integralismo brasileiro".[8] Sobre a mesma publicação, Maria Inácia Rezola disse que foi desenvolvida com uma abordagem "particularmente interessante e original", e que a revisão da bibliografia apresentada na obra é de "extrema utilidade para estudiosos e todos os interessados no fenômeno das direitas radicais".[9]

Em parceria com o historiador Odilon Caldeira Neto, publicou em 2020 o livro O fascismo em camisas verdes: do integralismo ao neointegralismo pela FGV Editora que teve boa aceitação, sendo indicado como um dos melhores livros de política de 2020, pelo jornal Folha de São Paulo[10] e pela Revista Veja.[11] Com prefácio do jornalista da GloboNews, Octavio Guedes, a obra foi matéria de diversos jornais, revistas e vídeos especializado,[12][13][14] além de resenhada por vários especialistas, como o historiador, professor da New School for Social Research, Federico Finchelstein que afirmou ser os autores "grandes especialistas no tema" e que se trata de um "texto essencial para entendermos que os riscos do fascismo e da ditadura no país mais importante da América Latina não são novidade".[15] Os autores alertam que "os integralistas, que não desempenhavam papel formal na política brasileira, voltaram a disputar espaço no processo de emergência do Bolsonarismo."[16] Em 2022 o livro foi publicado em inglês com título Fascism in Brazil: From Integralism to Bolsonarism. Com prefácio de Federico Finchelstein e Octavio Guedes, faz parte da série "Fascism and the Far Right" da editora Routledge.

Ainda em 2022, ao lado da historiadora Gabriela de Lima Grecco, editou pela Alianza Editorial, Fascismos Iberoamericanos. Com prefácio do historiador britânico Roger Griffin, o livro é composto de capítulos que analisam a existência de um fascismo transnacional e, especificamente, ibero-americano.

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • Fascism in Brazil: From Integralism to Bolsonarism (London; New York: Routledge, 2022) (com Odilon Caldeira Neto)
  • Fascismos iberoamericanos (Madrid: Alianza Editorial, 2022) (editado com Gabriela de Lima Grecco)[17]
  • Ação integralista em Minas Gerais: estudos e historiografia (Juiz de Fora: Editora UFJF, 2022) (com Everton Fernando Pimenta)
  • O fascismo em camisas verdes: do integralismo ao neointegralismo (Rio de Janeiro: FGV Editora, 2020) (com Odilon Caldeira Neto)[18]
  • Igrejas e Ditaduras no mundo lusófono (Recife: Edupe, 2020; Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2019) (editado com Maria Inácia Rezola)
  • Abordagens cruzadas no mundo atlântico: relações contemporâneas entre a Península Ibérica e a América (Rio de Janeiro, Recife: Autografia, Edupe, 2019) (editado com Érica Sarmiento)
  • Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975) (Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2017; Rio de Janeiro: FGV Editora, 2018)[19]
  • Entre tipos e recortes: histórias da imprensa integralista, 3 volumes (Porto Alegre: EdiPUCRS, 2017, 2018; Rio de Janeiro: Autografia, 2019)
  • Militares e Política no Brasil (São Paulo: Expressão Popular, 2018; 2ª edição em 2021) (editado com Marly Vianna, Paulo Ribeiro da Cunha e Jefferson Rodrigues Barbosa)[20]
  • Espaços e sociabilidades no mundo ibero-americano (Porto Alegre, EdiPUCRS, 2017) (editado com Vinícius Liebel)
  • Políticas educacionais e regimes autoritários: intelectuais, projetos e instituições (Rio de Janeiro, Porto Alegre: Autografia, Edupe, EdiPUCRS, 2017) (editado com Maurício Parada)
  • Depois dos cravos: liberdades e independências (Porto Alegre, EdiPUCRS, 2017) (editado com Marçal Paredes)
  • Diálogos entre autoritarismo e democracia no mundo ibero-americano (Porto Alegre, EdiPUCRS, 2017) (editado com Marçal Paredes)
  • Histórias da política autoritária: integralismos, nacional-sindicalismo, nazismo e fascismos (Porto Alegre: EdiPUCRS, 2016) (editado com Giselda Brito Silva e Maurício Parada)
  • Dimensões do poder: história, política e relações internacionais (Porto Alegre: EdiPUCRS, 2015) (editado com Marçal Paredes, Luciano Abreu e Helder Silveira)
  • Presos Políticos e Perseguidos Estrangeiros na Era Vargas (Rio de Janeiro: Mauad, 2014) (editado com Marly Vianna e Érica Sarmiento)

Referências

  1. Ricardo Senra, Porta dos Fundos: 'Integralismo se fragmentou em pequenos grupos neofascistas', diz biógrafo de Plínio Salgado, BBC Brasil, 27 de dezembro 2019
  2. FGV Editora. Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975), 2018
  3. Imprensa de Ciências Sociais. Plínio Salgado: Um Católico Integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975), 2018.
  4. Eduardo Somboni, Como ideias fascistas da década de 1930 permanecem vivas na era Bolsonaro, Folha de São Paulo, 10 de julho de 2020.
  5. Federico Finchelstein, Brilho eterno do messias: Fanático, violento, racista e muito bem-sucedido, fascismo no Brasil tem trajetória contada em livro fundamental para pensar a era Bolsonaro, Quatro cinco um: A revista dos livros, 01° de outubro de 2020
  6. Senra, Ricardo. "Porta dos Fundos: 'Integralismo se fragmentou em pequenos grupos neofascistas', diz biógrafo de Plínio Salgado". Notícias UOL, 27/12/2019
  7. Morais, Mauro. "'A direita autoritária brasileira não foi levada a sério', defendem pesquisadores". Tribuna de Minas, 12/07/2020
  8. Oliveira, Rodrigo Santos de. "Gonçalves, Leandro Pereira. Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975)". Resenha. In: Revista Brasileira de História, 2020; 40 (84)
  9. Rezola, Maria Inácia. "Plínio Salgado: um Católico Integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975) by GONÇALVES Leandro Pereira". Resenha. in: Análise Social, 2018; 53 (228): 785-788
  10. «Opinião - Celso Rocha de Barros: Em ano trágico, livros sobre política foram ótimos». Folha de S.Paulo. 27 de dezembro de 2020. Consultado em 7 de outubro de 2021 
  11. «Os melhores livros de política de 2020 | Thomas Traumann». VEJA. Consultado em 7 de outubro de 2021 
  12. «Como ideias fascistas da década de 1930 permanecem vivas na era Bolsonaro». Folha de S.Paulo. 10 de julho de 2020. Consultado em 7 de outubro de 2021 
  13. «Quem são os integralistas, o fascismo brasileiro que mantém seguidores até hoje». BBC News Brasil. Consultado em 7 de outubro de 2021 
  14. Quem são os fascistas brasileiros?. [S.l.: s.n.] 
  15. Finchelstein, Federico. "Brilho eterno do messias". Quatro cinco um, a revista dos livros, 01/01/2020
  16. «Leandro Pereira Gonçalves e Odilon Caldeira Neto: Pai do aerotrem, Levy Fidelix foi uma das vias entre tradição fascista e Bolsonaro». Folha de S.Paulo. 8 de maio de 2021. Consultado em 7 de outubro de 2021 
  17. Osorio, Camila (23 de fevereiro de 2022). «El fascismo también fue latinoamericano». El País (em espanhol). Consultado em 5 de abril de 2022 
  18. NÃO FICÇÃO | 'O FASCISMO EM CAMISAS VERDES: DO INTEGRALISMO AO NEOINTEGRALISMO', Revista Época, 10 de julho de 2020
  19. Carolina Leonel, Professor da UFJF lança livro sobre trajetória de Plínio Salgado, Tribuna de Minas, 12 de setembro de 2018
  20. Carta Maior, Militares e Política no Brasil: Um estudo sobre o pensamento e de posicionamento político dos militares, 28 de maio de 2018

Ligações externas[editar | editar código-fonte]