Libério Neves

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Libério Neves
Nascimento 1934
Morte 2019

Libério Neves (Buriti Alegre, 29 de abril de 1934 - Belo Horizonte, 11 de agosto de 2019) foi um escritor e poeta brasileiro. É considerado o primeiro poeta a trazer o concretismo para Minas Gerais.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Antônio Libério Neves[2] nasceu em 29 de abril de 1934, em Buriti Alegre. Mesmo natural de Goiás, se considerava Goianeiro, uma mistura de mineiro com goiano.[3] Era filho de uma família humilde, seu pai, Marinho, era amansador de burros, e sua mãe, Gabriela, dona de casa.[4]

Realizou seus estudos iniciais em Tupaciguara e Uberlândia.[5] Teria se mudado para Belo Horizonte em 1952, aos 18 anos, estudando Direito na Universidade Federal de Minas Gerais. Bacharelou-se em 1960.[4] Dos tempos de formação, fez amigos para a vida inteira, dentre eles Sérgio Sant’Anna, Sebastião Nunes, e Fernando Brant.[6]

Em 1963 fez parte da Semana Nacional de Poesia e Vanguarda, realizada em Belo Horizonte. O evento reuniu os principais nomes da poesia nacional e buscou criar uma linguagem nova e autenticamente brasileira para a poesia, sem abdicar da preocupação comum de atribuir-lhe função participante no contexto da realidade nacional.[7]

Faleceu em 11 de agosto de 2019, depois de passar alguns dias internado numa Unidade de Terapia Intensiva.[6]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Foi casado, por 52 anos, com Marisa. Tiveram 4 filhos: Pedro, Ariano, Adriano e Libério. Seu primeiro livro, Pedro solidão, é uma homenagem ao primeiro filho do casal, que faleceu prematuramente.

Produção literária[editar | editar código-fonte]

Sua produção poética é fortemente influenciada pelo concretismo dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos.[3] Também teve por influências Carlos Drummond de Andrade, Affonso Ávila e João Cabral de Mello Neto.[4] Sobre seu estilo, Libério criou uma estrutura de versos curtos incendiados por uma música verbal singular, que lhe permite ser sofisticado sem ser maneirista, exuberante sem ser barroco.[8]

Suas publicações eram constantes no Suplemento Literário de Minas Gerais, na qual era redator. Inicialmente escrevia exclusivamente poesia, todavia, na década de 1970 se enveredou pela prosa. Nas últimas décadas do século XX destacou-se como autor de literatura infanto-juvenil.[3]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Pedro solidão (1965, poesia).[3]
  • Ermo (1968, poesia).[3][4]
  • Pequena memória de terra funda (1971, prosa).[3][5]
  • Solidão dos muros (prosa).[3]
  • Mil quilômetros redondos (1974, prosa).[3][5]
  • Força de gravidade em terra de vegetação rasteira (1979).[6]
  • Que tal nosso quintal (1980, infanto-juvenil).[3]
  • O cavalo amarelo (1982).[3]
  • Circulação de sangue (1983).[6]
  • A bicicleta encantada (1983).[3]
  • Olhos de Gude (1983).[3]
  • Animagens (1986).[3]
  • Para sonhar que vive (1988).[3]
  • Balão de couro (1990).[3]
  • Lembrança bate as asas (1991).[3]
  • Memória dos cães (1993).[3]
  • Voa, Palavra (1995).[3]
  • As cores mágicas (1996).[3]
  • Fera no estilingue (1999).[3]
  • O cavalo e a galinha (1999).[3]
  • Você vem comigo? (1999).[3]
  • Águas (2000).[3]
  • Coisas do coração (2000).[3]
  • Peço a palavra (2004).[3]
  • Mineragem (2006).[3]
  • O homem que virou formiga (2009).[3]
  • Papel passado (2013, Antologia Poética).[6]
  • Bolas em Jogo (2014).[3]

Revista Vereda[editar | editar código-fonte]

No início dos anos 1960, ajudou a fundar a revista Vereda, na companhia de outros poetas como Henry Corrêa de Araújo, Valdimir Diniz e Maria do Carmo Ferreira. O objetivo era, sem deixar de lado a problemática social, fazer poesia concretista. Nessa produção destaca-se seu poema Pássaro em Vertical.[8]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Recebeu em 1964 o Prêmio Literário Cidade de Belo Horizonte.[3] Em 1969 recebeu o Prêmio Cláudio Manuel da Costa da Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Minas Gerais.[5]

Em 2019 foi o homenageado do Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais.[3]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Gerais, Assembleia Legislativa de Minas. «Memória & Poder: Libério Neves (chamada) - Assembleia Legislativa de Minas Gerais». Portal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Consultado em 19 de fevereiro de 2024 
  2. «Feira gratuita de livros infanto-juvenis chega a BH». G1. 5 de setembro de 2019. Consultado em 19 de fevereiro de 2024 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad WorkTab. «Salão do Livro 2021». Salão do Livro 2021. Consultado em 19 de fevereiro de 2024 
  4. a b c d https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/liberio-neves-o-poeta-goiano-que-os-mineiros-sequestraram-212728/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. a b c d «Libério Neves – Brasil – Poesia dos Brasis – Minas Gerais - www.antoniomiranda.com.br». www.antoniomiranda.com.br. Consultado em 19 de fevereiro de 2024 
  6. a b c d e «O homem e os seus possíveis». Quatro Cinco Um: a revista dos livros. Consultado em 19 de fevereiro de 2024 
  7. Ávila, Carlos (23 de dezembro de 2023). «Há 60 anos, Semana Nacional de Poesia de Vanguarda abria diálogo criativo de BH com o resto do país». Estado de Minas. Consultado em 19 de fevereiro de 2024 
  8. a b cartografos (29 de junho de 2015). «Libério Neves, o gentleman do verso». Consultado em 19 de fevereiro de 2024