Luiz Gonzaga do Monte

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Luiz Gonzaga do Monte
Presbítero da Igreja Católica
Atividade eclesiástica
Diocese Arquidiocese de Natal
Ordenação e nomeação
Ordenação diaconal 31 de julho de 1927
Ordenação presbiteral 18 de setembro de 1927
Dados pessoais
Nascimento Vitória de Santo Antão
3 de janeiro de 1905
Morte Natal
28 de fevereiro de 1944 (39 anos)
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Belarmina Ferreira
Pai: Pedro Alexandre do Monte
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Servo de Deus Padre Luiz Gonzaga do Monte (Vitória de Santo Antão, 3 de janeiro de 1905Natal, 28 de fevereiro de 1944) , conhecido como Padre Monte ou Cônego Monte, foi um sacerdote católico brasileiro, presbítero do clero de Natal e sócio fundador da Academia norte-Riograndense de Letras.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Padre Luiz Gonzaga do Monte nasceu em 3 de janeiro de 1905 em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, em uma família modesta, primogênito de cinco irmãos, entre eles Dom Nivaldo Monte. A vida de sua família foi marcada por mudanças frequentes devido à profissão de seu pai nas estradas de ferro, levando-os a se estabelecerem em Natal, Rio Grande do Norte, em 1917.

Iniciou sua jornada espiritual aos 14 anos no Seminário de São Pedro em Natal, onde também participava da Congregação Mariana. Durante seus anos de formação no seminário, dedicou-se aos estudos de Filosofia e Teologia. Devido à condição financeira simples da família, sua mãe (Dona Belarmina Monte) teve que contribuir com serviços de lavadeira para o seminário em troca da formação educacional de Monte, refletindo o sacrifício para a educação dos filhos. Monte foi ordenado padre em 18 de setembro de 1927, e sua vida religiosa foi profundamente marcada por seu compromisso com o ensino e a doutrina católica.[2]

Como padre assumiu as funções de Capelão do Colégio da Imaculada Conceição (CIC), do Colégio Santo Antônio (Marista) e da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Foi também assistente eclesiástico da Congregação Mariana e da Ação católica na Arquidiocese, e diretor espiritual do Seminário de São Pedro.

Em 1941, foi nomeado cônego honorário do cabido da Arquidiocese de São Luís do Maranhão.

Padre Monte era um homem de múltiplas facetas e um intelectual dedicado, dominando quase quinze idiomas e contribuindo significativamente para a fundação da Academia Norte-Riograndense de Letras. Atuou como catedrático de Latim no Atheneu Norte-Riograndense, e ainda lecionou na Escola Técnica de Comércio e no Seminário de São Pedro.[3]

Sua vida intelectual e científica foi marcada por um profundo interesse na relação entre ciência e religião, refletida em suas obras e pensamentos. Seu trabalho "Fundamentos Biológicos da Castidade", por exemplo, destaca-se por sua tentativa de conciliar aspectos científicos com a moralidade católica. Também pesquisou sobre a geologia potiguar, sendo o descobridor da scheelita no Rio Grande do norte.[4]

Além disso, Padre Monte dedicou-se incansavelmente à evangelização pela impressa, sendo um dos principais escritores do jornal católico A Ordem, onde defendia a doutrina e a Igreja Católica dos ataques sofridos.[5]

A vida de Padre Monte foi tragicamente abreviada por uma tuberculose, que o levou à morte em 28 de fevereiro de 1944. Apesar de sua morte prematura, deixou um legado duradouro que ultrapassou as barreiras entre ciência e fé, deixando um exemplo de como a busca pela verdade pode unir campos aparentemente distintos. Sua vida e obra continuam a inspirar aqueles que procuram um caminho onde o conhecimento e a espiritualidade se entrelaçam de forma harmoniosa.[6]

Beatificação[editar | editar código-fonte]

Em 10 de dezembro de 2004, a Arquidiocese de Natal pediu à Congregação para a Causa dos Santos a autorização para a abertura do processo de beatificação do Padre Monte. Em junho de 2005 a Congregação deu o parecer favorável com o Nihil obstat, concedendo ao padre Monte o título de Servo de Deus. Atualmente o processo está em tramitação na Arquidiocese de Natal, com investigação das virtudes do sacerdote e registro de graças atribuídas a intercessão de padre Monte.[7][8]

Oração a Padre Monte[editar | editar código-fonte]

Ó Deus, fonte de todo o bem e luz da verdade, Vós ornastes o coração do vosso servo PADRE LUIZ GONZAGA DO MONTE com as virtudes da bondade, simplicidade e piedade, e iluminastes a sua mente com sabedoria celeste e terrestre, tornando-o mestre espiritual de tantas almas, concedei-nos a graça de venerá-lo entre os vossos Bem-aventurados e atendei aos pedidos que vos fazemos por sua intercessão (...). Por Cristo Nosso Senhor. Amém.[9]

Referências

  1. HOLLANDA, Helenita Yolanda Monte. Ad Lucem Versus: o luminoso destino de um homem – Uma biografia do Servo de Deus –. Bahia: [S.E], 2005.
  2. Norte, Redação Tribuna do (27 de set. de 2020). «Um santo que morou por aqui» 
  3. Paiva, Jorge O'Grady de (1947). Verdade e Vida. [S.l.: s.n.] 
  4. NAVARRO, Jurandyr (Org.) (1976-2009). Antologia do Padre Monte. Natal: Fundação José Augusto 
  5. Lopes, Bruna Rafaela de Lima. «A TRAJETÓRIA INTELECTUAL DO PADRE LUIZ GONZAGA DO MONTE (1919-1944)» (PDF). ANPUH-RS 
  6. «Memorial Padre Cônego Luiz Gonzaga do Monte». dhnet 
  7. LIMA, Bruna Rafaela de. Cientista, sábio e santo: Padre Luís Gonzaga do Monte na interpretação cascudiana. Simpósio Nacional de História. Disponível em: https://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364869558_ARQUIVO_textocompletoBrunaenviadoem01deabril.pdf
  8. Norte, Redação Tribuna do (17 de out. de 2017). «Mártires e santos de nossos tempos» 
  9. http://www.culpoblogue.com/2013/01/padre-luiz-monte-um-sabio-o-mais-culto.html