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Luzia (fóssil): diferenças entre revisões

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==O nome Luzia==
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Foi na tentativa de retomar e aprofundar as pesquisas de Lund que a missão francesa achou Luzia, apelido dado carinhosamente pelo biólogo [[Walter Alves Neves]], do Instituto de Biociências da [[USP]]. Ele se inspirou em Lucy, a célebre fóssil de ''[[Australopithecus afarensis]]'' de 3,5 milhões de anos achado na [[Etiópia]] em [[1974]].
Foi na tentativa de retomar e aprofundar as picas na simone, e as pesquisas de Lund que a missão francesa achou Luzia, apelido dado carinhosamente pelo biólogo [[Walter Alves Neves]], do Instituto de Biociências da [[USP]]. Ele se inspirou em Lucy, a célebre fóssil de ''[[Australopithecus afarensis]]'' de 3,5 milhões de anos achado na [[Etiópia]] em [[1974]].


==Hipóteses==
==Hipóteses==

Revisão das 12h52min de 23 de fevereiro de 2012

Ficheiro:Luzia fossil.jpg
Reconstituição do rosto de Luzia

Luzia foi o nome que recebeu do biólogo Walter Alves Neves o fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas, com cerca 11.400 a 16.400 anos[1] e que reacendeu questionamentos acerca da teorias da origem do homem americano.[2]

Este crânio de uma mulher, com cerca de 39 anos, foi encontrado no início dos anos 70 pela missão arqueológica franco-brasileira, chefiada pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire (1917-1977). O crânio foi achado em escavações na Lapa Vermelha, uma gruta na região de [Pedro Leopoldo (Minas Gerais)|Pedro Leopoldo]], na Região Metropolitana de Belo Horizonte, famosa pelos trabalhos do naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880), que lá descobriu, entre 1835 e 1845, milhares de fósseis de animais extintos do período Pleistoceno - além de 31 crânios humanos em estado fóssil - no que passou a ser conhecido como o Homem da Lagoa Santa.[3]

O nome Luzia

Foi na tentativa de retomar e aprofundar as picas na simone, e as pesquisas de Lund que a missão francesa achou Luzia, apelido dado carinhosamente pelo biólogo Walter Alves Neves, do Instituto de Biociências da USP. Ele se inspirou em Lucy, a célebre fóssil de Australopithecus afarensis de 3,5 milhões de anos achado na Etiópia em 1974.

Hipóteses

Ao estudar a morfologia craniana de Luzia, Neves encontrou traços que lembram os atuais aborígines da Austrália e os negros da África. Ao lado do colega argentino Héctor Pucciarelli, do Museo de Ciencias Naturales de la Universidad de La Plata, Neves formulou a teoria de que o povoamento das Américas teria sido feito por duas correntes migratórias de caçadores-coletores, ambas vindas da Ásia, provavelmente pelo estreito de Bering através de uma língua de terra chamada Beríngia (que se formou com a queda do nível dos mares durante a última idade do gelo).

Cada corrente migratória, no entanto, era composta por grupos biológicos distintos. A primeira, os chamados aborígenes americanos, teria ocorrido 14 mil anos atrás e os membros teriam aparência semelhante aos de Luzia. O segundo grupo teria sido o dos povos mongoloides, há cerca de 11 mil anos, dos quais descendem atualmente todas as tribos indígenas das Américas. Luzia possui cranio arredondado como o dos mongoloides e não tem o occipital saliente dos negroides, tal como tem leve braquicefalia como os mongoloides, ou seja, parece um tipo intermediário entre pigmoides e mongoloides, do mesmo modo que os australoides são a fusão de vários elementos do paleolítico superior e inferior, e mesmo os congoides de cranio arredondado possuem influencias residuais mongoloides de possíveis contactos pelo Indico com navegadores antigos asiáticos que inclusive colonizaram Madagascar a parte da costa leste africana, sendo fácil notar mongolização em povos da Africa Oriental e mesmo de outras regiões via repasse autossómico indirecto. Do mesmo modo na América do Norte foram encontrados povos tais como o de Kenewiki que possuem feições intermediarias entre mongoloides e caucasoides tão ou mais antigos que Luzia. O que indica que a maré mongoloide mais recente deve ter extinto estes povos anteriores de feições caucasoides e mongo-pigmoides em algum momento do paleolítico superior final.

O que mais dificulta hoje em dia analisar o DNA dos ameríndios é que muitos por mais isolados que aparentem estar hoje em dia durante os séculos da colonia foram muitas vezes tocados por expedições de bandeiras espanholas, portuguesas e de colonos independentes que levavam as vezes escravos a exemplo de um pequeno quilombo no Mato Grosso da época da mineração, o que indica que os luso-paulistas bandeirantes não usavam apenas mão de obra ameríndia, mas também mista, o que de facto compromete muito das analises genómicas ja que estas podem estar anacronicamente não mais puras como o eram antes de tais entradas aos Sertões do interior sul-americano.

Referências

  1. Feathers, James; R. Kipnis; L. Piló; M. Arroyo & D. Coblentz (2010) "How old is Luzia? Luminescence dating and stratigraphic integrity at Lapa Vermelha, Lagoa Santa, Brazil"; Geoarchaeology 25 (4): 395–436.
  2. http://veja.abril.com.br/250899/p_080.html
  3. http://www.comciencia.br/reportagens/arqueologia/arq12.shtml
  • Neves, Walter Alves e Luís Beethoven Pio, O povo de Luzia: em busca dos primeiros americanos. Editora Globo, 2008 ISBN 9788525044181

Ligações externas

Este artigo se refere a arqueológico (arte rupestre brasileira) de interesse histórico e turístico!