Saltar para o conteúdo

María Xosé Queizán

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
María Xosé Queizán
María Xosé Queizán
Nascimento María Xosé‏ Queizán Vilalonga de Soutomaior
5 de fevereiro de 1939
San Xulián de Vigo, Paderne
Cidadania Espanha
Progenitores
  • José Queizán Hermida
Cônjuge Xosé Luís Méndez Ferrín
Filho(a)(s) Cristal Méndez Queizán
Alma mater
Ocupação escritora, ativista pelos direitos das mulheres, crítica literária, romancista
Distinções
  • Laxeiro award (2024)

María Xosé Queizán Vilas (Vigo, Espanha, 5 de fevereiro de 1939 - ) é uma escritora, professora catedrática de língua e literatura galega e uma das principais figuras de relevo do movimento feminista na Península Ibérica.

Natural de Vigo, na comunidade autónoma da Galiza, em Espanha, nasceu a 5 de fevereiro de 1939, sendo filha do advogado galego José Queizán Hermida e de Concepción Vilas García.

Começou a sua carreira como escritora na sua adolescência, escrevendo artigos para o periódico El Pueblo Gallego. Posteriormente diversificou o seu trabalho literário ao escrever romances, contos, ensaios, peças de teatro e vários poemas, trabalhando também como tradutora.

María Xosé Queizán Vilas com parte dos integrantes da 1ª geração de licenciados do curso de Galego-Português da Universidade de Santiago de Compostela: Anxo González Guerra, Manuel Castelao Mexuto, Luís Cambeiro Cives, Vitoria Ogando, Manuel Ferreiro Fernández, Tareixa Roca Sánchez, María dos Anxos González Refoxo, Ramona Giráldez Domínguez, María do Carme García Pereiro, Luís Gayoso Baqueiro, Carme Vázquez Castro, Manuel Figueiras Fernández, Francisco Salinas Portugal e César Morán Fraga. (09/09/2017)

Nos anos cinquenta envolveu-se nas artes performativas, actuando e dirigindo diversas peças de teatro. Fundou o Teatro de Arte y Ensayo de la Asociación de la Prensa de Vigo em 1959 e dirigiu o Teatro Popular Galego de 1967 a 1968. Pouco depois começou a estudar Filologia Hispânica no Colégio Universitário de Vigo e prosseguiu os seus estudos académicos na subsecção de Galego-Português da Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela, tornando-se numa das primeiras estudantes licenciadas no recém criado curso de Galego-Português em 1978, impulsionado pelo filólogo e escritor galego Ricardo Carvalho Calero. Após, exerceu como professora de língua galega e de literatura em várias escolas e institutos de Vigo.

O seu carácter empreendedor e o seu amor pelo teatro levaram-na a desempenhar vários papéis a cargo de diversas organizações, como directora da associação Feministas Independentes Galegas (FIGA),[1] directora da galeria de arte Roizara de Vigo, vice-presidenta do Conselho Municipal da Mulher na câmara municipal de Vigo e directora e organizadora do I encontro de Mujeres Poetas Peninsulares y de las Islas em 1996.[2]

Trabalho Literário

[editar | editar código-fonte]

Em 1977 publicou o seu primeiro ensaio A muller en Galicia (A mulher na Galiza), seguindo-se Recuperemos as mans em 1980 e Misoxinia e racismo na poesía de Pondal em 1998, entre outras obras.[3]

Nos anos 80, criou a revista Festa da Palavra Silenciada, realizada apenas por mulheres, que coordena e dirige desde 1983, e em 1989 publicou a obra teatral Antígona, a forza do sangue (Antígona, a força do sangue), com a qual participou e foi finalista no Prémio Álvaro Cunqueiro.[4]

Na poesia, a sua primeira antologia de poemas Metáfora da metáfora foi publicada em 1991, seguindo-se a obra Despertar das amantes em 1993, Fóra de min em 1994 e muitas outras obras poéticas.

Como tradutora, figuram no seu currículo obras como O Caderno Azul de Marguerite Yourcenar e vários contos de Karen Blixen, Emilia Pardo Bazán e Charlotte Perkins Gilman.

No outono de 2018 publicou o seu livro de memórias, intitulado Vivir a galope.

Apresentação do livro autobiográfico Viver a galope na Livraria Paz em Pontevedra, a 17 de fevereiro de 2019, com Llerena Perozo Porteiro.

Literatura infanto-juvenil

[editar | editar código-fonte]
  • Desempregados (1989)
  • Non convém chorar máis (Não convém chorar mais) (inédita)
  • Antígona, a forza do sangue (1989)[22]
  • Antígona. A cartuxeira. Neuras (2008)[23]
  • Clara Campoamor e a defesa do voto feminino (inédita)
  • Ritos de sangue (2012)

Guião Cinematográfico

[editar | editar código-fonte]
  • Com hoxe e con mañá (Com hoje e com amanhã) (1977)
  • Prisciliano (1984)

Prémios e Reconhecimento

[editar | editar código-fonte]

Reconhecida pelo seu activismo feminista e trabalho literário, ao longo dos anos María Xosé Queizán foi homenageada e premiada por diversas ocasiões, recebendo o título de sócia honorária da Asociación de Escritores en Lingua Galega (1998) e o Prémio da Junta da Galicia (1984) pelo guião de cinema Prisciliano, Prémio Voz da Liberdade (2011) pelo seu trabalho em defesa dos direitos das mulheres, Prémio Irmandade do Livro da Federação de Livreiros da Galiza (2013), Prémio Lois Peña Novo (2018), Prémio Otero Pedrayo (2018), Prémio Igualdade Ernestina Otero (2019) do Conselho Municipal da Mulher e da Concellería de Igualdade do Concelho de Vigo e Prémio da Gala do Livro Galego (2019) atribuído pela Federação de Livraria da Galiza, sendo ainda dado o seu nome a um parque na cidade de Vigo em 1998, com uma escultura da mesma realizada por Juan Salgueiro.

Lista de Referências

[editar | editar código-fonte]
  1. Bermúdez, Silvia; Johnson, Roberta (1 de janeiro de 2018). A New History of Iberian Feminisms (em inglês). [S.l.]: University of Toronto Press 
  2. Dupláa, Christina; Zavala, Iris M. (1993). Breve historia feminista de la literatura española (en lengua castellana) (em espanhol). [S.l.]: Anthropos Editorial 
  3. Revista portuguesa de história. [S.l.: s.n.] 1994 
  4. Silva, Maria de Fátima Sousa e; Fialho, Maria do Céu Grácio Zambujo; Brandão, José Luís Lopes (30 de dezembro de 2016). O Livro do Tempo: Escritas e reescritas: Teatro Greco-Latino e sua recepção II (em espanhol). [S.l.]: Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press 
  5. Queizán, María Xosé (1984). A orella no buraco (em galego). [S.l.]: Editorial Galaxia 
  6. Queizan, Maria Xose; Queizán, María Xosé (1999). The Likeness (em inglês). [S.l.]: Peter Lang 
  7. Queizán, María Xosé (20 de abril de 2016). Amor de tango (em espanhol). [S.l.]: Edicións Xerais 
  8. Queizán, María Xosé (2 de dezembro de 2013). Ten o seu punto a fresca rosa (em espanhol). [S.l.]: Edicións Xerais 
  9. Queizán, María Xosé (11 de abril de 2016). Sentinela, alerta! (em galego). [S.l.]: Edicións Xerais 
  10. Queizán, María Xosé (2011). Meu pai vaite matar (em galego). [S.l.]: Xerais de Galicia 
  11. Queizán, María Xosé (5 de março de 2015). Son noxento (em galego). [S.l.]: Edicións Xerais 
  12. Queizán, María Xosé (1977). A muller en Galicia: a muller na sociedade galega, a lingua galega e a muller : (análise estructural de dous métodos represivos) (em galego). [S.l.]: Edic. do Castro 
  13. Queizán, María Xosé (1998). Misoxinia e racismo na poesía de Pondal (em galego). [S.l.]: Edicións Laiovento 
  14. Queizán, María Xosé (2008). Anti natura (em galego). [S.l.]: Edicións Xerais de Galicia 
  15. Queizán, María Xosé (2 de março de 2011). Mary Wollstonecraft Shelley e a súa Criatura artificial (em espanhol). [S.l.]: Edicións Xerais 
  16. Queizán, María Xosé (2017). Rosalía de Castro e o poder sexual (em galego). [S.l.]: Xerais 
  17. Queizán, María Xosé (1991). Metáfora da metáfora (em galego). [S.l.]: Espiral Maior 
  18. Queizán, María Xosé (1993). Despertar das amantes (em galego). [S.l.]: Espiral Maior 
  19. Queizán, María Xosé (2004). Non o abras como unha flor: (poesía reunida, 1980-2004) (em galego). [S.l.]: Edicións Xerais de Galicia 
  20. Queizán, María Xosé (2007). Cólera (em galego). [S.l.]: Xerais 
  21. Queizán, María Xosé (1989). O segredo da Pedra Figueira (em galego). [S.l.]: Edicións Xerais de Galicia 
  22. Queizán, María Xosé (1989). Antígona, a forza do sangue (em galego). [S.l.]: Edicións Xerais de Galicia 
  23. Queizán, María Xosé (2008). Antígona ; A cartuxeira ; Neuras (em galego). [S.l.]: Editorial Galaxia