Armênia (província do Império Sassânida)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Marzobanato da Armênia)
 Nota: Para outros significados, veja Armênia persa.
Parskahayastan
Պարսկահայաստան
Armênia persa
Província do(a) Império Sassânida
 
252287
387428
428645/646



Armênia persa, 387-591
Capital Dúbio
Líder Marzobã

Período Antiguidade Tardia/Idade Média
428 Abolição da monarquia armênia por Vararanes V
645/646 Conquista muçulmana


Armênia (em persa médio: 𐭠𐭫𐭬𐭭𐭩, Armin) ou Persarmênia (em armênio/arménio: Պարսկահայաստան; romaniz.:Parskahayastan), era província do Império Sassânida. O Reino da Armênia esteve sob suserania persa desde 252, no reinado do Sapor I (r. 240–270). Em 287, sob Narses I (r. 270–287), a dinastia arsácida é restaurada sob Tirídates III. Em 387, o imperador Teodósio I (r. 378–395) e Sapor III (r. 383–388) assinam a Paz de Acilisena segundo a qual o Reino da Armênia seria repartido entre o Império Romano e o Império Sassânida; a porção romana torna-se uma província após a morte do rei Ársaces III, enquanto a porção sassânida continuou a existir como um reino vassalo até 428, quando Artaxias III é deposto e a dinastia é abolida pelo xá Vararanes V (r. 420–438).

A deposição do rei foi peticionada pela nobreza armênia e Vararanes nomeou Vemir-Sapor como marzobã do país (governador fronteiriço), o que iniciou o chamado Marzobanato da Armênia (em armênio/arménio: Մարզպանական Հայաստան; romaniz.:Marzpanakan Hayastan), um período no qual marzobãs, nomeados pelo xá, governaram a Armênia Oriental, em oposição a Armênia Ocidental, governada por príncipes armênios, e depois governadores, sob suserania do Império Bizantino. Esse período se encerra com a conquista muçulmana da Armênia no século VII e a criação do Emirado da Armênia sob suserania do Califado Ortodoxo.

História[editar | editar código-fonte]

Durante o reinado do imperador Teodósio I (r. 378–395), provavelmente em 387, o Império Romano, na tentativa de firmar uma paz definitiva com Sapor III (r. 383–388) do Império Sassânida, oficialmente dividiu o Reino da Armênia em duas na Paz de Acilisena, cada parte governada por um rei cliente.[1][2] Após a morte de Ársaces III (r. 378–389),[a] o rei cliente romano, a monarquia da porção romana foi abolida e a região redividida em várias províncias. Na porção persa, contudo, a monarquia persistiria até 428, quando Artaxias IV (r. 422–428) foi destronado pelo Vararanes V (r. 420–438).[3][4]

Os cadetes da família, por segurança, emigraram ao Império Bizantino.[5] Para governar a Armênia, os reis sassânidas nomearam governadores, ou marzobãs, geralmente escolhidos entre os nobres armênios. Este sistema duraria até o século VII. O imperador Heráclio (r. 610–641), ao travar sua guerra contra o Império Sassânida, conquista porções da Armênia em 627. Em 646, o título de marzobã foi transformado em príncipe e Constante II (r. 641–668) conservou o direito de nomeá-los.[6][7]

Governantes[editar | editar código-fonte]

Reis vassalos[editar | editar código-fonte]

Marzobãs[editar | editar código-fonte]

Possíveis marzobãs

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Não há consenso entre as fontes para o fim do reinado de Ársaces III, havendo três datas defendidas: 387,[9] 389[10][11] e 390.[12]

Referências

  1. Greatrex 2000.
  2. Woods 1999.
  3. Fausto, o Bizantino século V, VI.I.
  4. Yarshater 1983, p. LVIII; 142; 145; 518; 529.
  5. Settipani 2006, p. 106-130.
  6. Lilie 2013.
  7. Martindale 1992, p. 1283.
  8. a b Bedrosian 1985, História.
  9. Lenski 2002, p. 185.
  10. Hacikyan 2000, p. 184.
  11. Kurkjian 2008, p. 113.
  12. Adalian 2010, p. 177.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Hacikyan, Agop Jack (2000). The Heritage of Armenian Literature: From the Oral Tradition to the Golden Age. Detroit: Wayne State University. ISBN 0-8143-3023-1 
  • Lenski, Noel Emmanuel (2002). Failure of Empire: Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D. Berkeley e Los Angeles: California University Press. ISBN 978-0-520-23332-4 
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). «#7298 Theodoros; #7293 Theodoros Rštuni». Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Theodorus Rshtuni 167». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Settipani, Christian (2006). Continuidade das elites em Bizâncio durante a idade das trevas. Os príncipes caucasianos do império dos séculos VI ao IX. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8 
  • Yarshater, E. (1983). The Cambridge History of Iran. 3 (I). Cambridge: Cambridge University Press