Mateus Vicente de Oliveira
Mateus Vicente de Oliveira (Barcarena (Oeiras), bap. 13 de Junho de 1706 - Anjos (Lisboa), 16 de Março de 1785) foi um arquiteto português. Na qualidade de "Architeto das Reaes Obras"[1] foi o principal responsável pela arquitectura e acompanhamento dos edifícios monumentais que então se construíram em Portugal no século XVIII.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho dos alfaiates Domingos João e Mariana de Oliveira da Purificação, cresceu em Barcarena e, apesar de ser oriundo de uma família modesta, o ofício dos pais permitiu-lhe adquirir os estudos necessários para em 1750, ter sido capaz de se habilitar a um processo de Leitura de Bacharéis para o cargo de Inquiridor e Distribuidor da cidade de Coimbra, que daria impulso a sua carreira e lhe abriria as portas para os futuros trabalhos.
Foi o principal discípulo de João Frederico Ludovice (1673-1752), durante a construção do Palácio Nacional de Mafra, que rivalizou a construção do Palácio Real do Escorial. Oliveira exprimiu-se especialmente através dos estilos arquitetónicos barroco e rococó.
Foi como arquiteto da Casa do Infantado, à época do infante D. Pedro, irmão do rei José I, que projetou a obra pela qual é mais conhecido, o Palácio Real de Queluz. Este ainda não havia sido concluído quando, em decorrência do terramoto de 1755, o arquiteto foi requisitado pelo Marquês de Pombal para colaborar nos trabalhos de reconstrução de Lisboa. Como arquiteto do Senado da Câmara desta cidade, esboçou a nova Igreja de Santo Antônio de Lisboa, cuja fachada revela forte influência de Borromini, uma das suas principais fontes de inspiração. Em 1779, criou a planta da Basílica da Estrela, em Lisboa. A igreja permaneceu incompleta até à época da morte de Oliveira, mas foi continuada por Reinaldo Manuel dos Santos (1731-1791), responsável pelos detalhes clássicos da fachada. Outro projeto notável de sua autoria foi a Igreja de Santa Quitéria, em Meca (Alenquer).
Mateus Vicente de Oliveira concebeu ainda a Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em Lisboa, e respondeu pela remodelação das Igrejas do Mosteiro do Lorvão, em Penacova, e de Santa Luzia e São Brás, em Lisboa. Já no âmbito da ourivesaria, é atribuído ao arquiteto o desenho de pelo menos dois trabalhos de reconhecido valor, as custódias da Bemposta e do Mosteiro do Lorvão.
Faleceu aos 78 anos, no dia do 51º aniversário da sua esposa, no Palácio da Bemposta, à época, conhecido como Paço da Rainha da Grã-Bretanha, como consta do seu registo de óbito, na paróquia dos Anjos, em Lisboa, em cuja igreja foi sepultado. [1]
Foi casado desde 1753 com Maria Micaela de Jesus do Amaral (Maceira (Torres Vedras), 16 de Março de 1734 - ?), de quem teve sete filhos: Ana Joaquina Mónica, Joana Rita, Tomásia Rosa, Manuel Vicente de Oliveira, Maria Teodora de Oliveira e Amaral (falecida a 25 de Setembro de 1788 no Palácio da Bemposta, sep. na Igreja dos Anjos), Mariana Perpétua e António Vicente de Oliveira.[2]