Moto Perpétuo (banda): diferenças entre revisões
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Letras das músicas, na sequencia do CD-ROm de 2004 <ref>http://www.guilhermearantes.net/motoperpetuo.htm</ref>: |
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'''Mal o Sol''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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A partir da cama num hotel de fronteira |
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olhos de água céu e missa |
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ao calor do dia ou à sua certeza |
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mal o sol amarelecera no céu |
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mal o sol amarelecera |
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de esperança toda a minha boa vontade |
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olhos de água céu e missa |
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ao calor do dia ou à sua certeza |
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mal o sol amarelecera no céu |
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mal o sol amarelecera... |
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'''Conto Contigo''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Conto contigo |
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porque contigo estou são e calmo |
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Conto contigo que sabe do sonho que pisa |
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e não precisa muito p'ra que eu |
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conte contigo que olhas do fundo escondido |
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seja no espelho ou mesmo num cinema lotado |
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tudo parte dessa clareza |
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tudo certo sem diferença |
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hoje, agora eu tenho impressão de ser seu amigo |
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só não por eternidade, eu conto contigo. |
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Porque contigo estou são e calmo. |
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'''Verde Vertente''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Granulou-se verde vertente |
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que o brilho solar atinge |
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muitos anos já se passaram e quase não vi |
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que espalhou-se o verde em vertente |
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onde o brilho solar refringe |
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muitos anos já se passaram que desconhecia |
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o seguinte passo |
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nada que não faço mal e mal me faça passar |
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qual a nova sede |
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que é de tanta sede que não sente |
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não é nova, novamente |
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nesse assônico escuto o simples |
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pois há meios de boa fala |
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muitos anos já me bastaram sem voltar aqui |
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nesse assônico escuto o simples |
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pois semeio-me sem forçá-lo |
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muitos anos já me bastaram até este dia |
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'''Matinal''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Quando o peso do inverno |
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deixa os olhos nublados |
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ah! nem toda a calma que houver |
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faz o grão do alívio germinar |
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se o temor do vazio |
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entalar na garganta |
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ah, com toda a calma que puder |
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tome um banho sobre o sono matinal |
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mate os males mas não se |
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importe com desenganos. |
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O sabor da verdade |
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deixa os homens parados |
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bom mesmo seria fazer |
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a cidade inteira se escutar |
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mas sem outro remédio |
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que se abrir a si mesmo |
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ao menos o máximo que der |
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tome um banho... |
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'''Três e Eu''' ''(Claudio Lucci)'' |
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Eram três e eu |
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noite apontou |
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eram três e eu |
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num subúrbio que passou |
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vagão vago azul |
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carvão e vapor |
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eram três e eu |
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vento escuro nos cabelos. |
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Só na estação |
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sob os pés uma cidade |
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tudo nas mãos |
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como um louco na neblina. |
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'''Não Reclamo da Chuva''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Não reclamo da chuva |
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porque lava minhas rugas |
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quem pode escolher seu caminho |
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Nunca fui convidado |
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até charutos e licores |
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já nem sei o que são valores |
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Quando se abandona o mundo |
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fica mais bonito, é bem melhor |
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uma roupa esfarrapada que o medo de sujar |
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quando chega nesse ponto |
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a conclusão que nada vai mudar |
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sonho é bom fazer de conta que nunca vai chegar. |
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'''Duas''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Duas são as partes de um todo |
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duas faces, uma vida, uma morte |
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satisfeito é meio conforto |
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confortado tem somente a metade. |
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Velhos tempos sem dor |
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só trechos de imaginação |
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Nascente loucura, mas tudo melhor |
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ao menos era coisa pura. |
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Velhos tempos sem dor |
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só trechos de imaginação. |
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Teme que a firmeza de fato |
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pode ser movimentada num sopro |
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firma que será divertido até certo ponto. |
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'''Sobe''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Sobe, sobe sem medo |
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não tenha apego de nada |
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veja-se mais vontade, se mais razão |
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seja, mas não tão certo |
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não seja esperto por nada |
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veja-se mais vontade |
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veja, sem mais não. |
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Falta de dano |
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dono pra tudo |
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tido num frasco |
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fresco da vida. |
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Volta de data |
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dote pra vida |
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tida num frasco |
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busque de tudo |
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Cante, mas não desgraça |
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não se desfaça de nada |
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mexa-se, mais vontade sem mais razão. |
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'''Seguir Viagem''' ''(Claudio Lucci)'' |
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Nós vamos seguir viagem |
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prosseguir caminhando |
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sem ter aonde chegar |
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estamos só de passagem |
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estamos sempre chegando |
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um dia em cada lugar |
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somos nascidos da lua |
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andarilhos de rua |
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pra não lembrar |
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pra não chorar |
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pra não parar. |
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'''Os Jardins''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Por que não escuto valsas |
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com perfume de alecrim |
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onde achar histórias p'ra contar |
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por que não ser um sobrado de um terraço e mil jardins |
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e jardins |
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e jardins |
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que deixei de ter |
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na aflição, |
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e a razão nunca me responderão jamais |
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como faz se uma vida |
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serei eu |
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serei eu |
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nunca me responderão que sim |
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ou que me encontro errado |
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então me responda. |
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'''Turba''' ''(Guilherme Arantes)'' |
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Seja qual for o dia de hoje |
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logo que amanheça |
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vamos sair sem pressa nenhuma |
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à busca de um endereço |
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a última loja, um canto profundo e fácil, |
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claro que na calçada haverá |
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pessoas de toda a casta |
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nos servirão café com bolacha |
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dentro de sua casa |
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mas negarão os braços da sua esposa, |
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e na primeira esquina um balcão |
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cheio de novidades |
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vai cutucar o direito esquecido |
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daquela propriedade |
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mas não dirá que aquela não vale nada |
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nem que fosse dada |
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há montes de gente correndo na guia |
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há muita barriga a soluçar... |
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bom dia, café com leite |
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bom dia planalto |
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que diabo o cinza desse asfalto. |
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* [[1981]] - ''São Quixote'' |
* [[1981]] - ''São Quixote'' |
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Revisão das 23h32min de 27 de março de 2011
Predefinição:Info artista musical Moto Perpétuo foi uma banda brasileira de rock progressivo dos anos 1970. Participaram da banda o cantor e compositor Guilherme Arantes (piano e vocais), Egydio Conde (guitarra solo e vocais), Diogenes Burani (percussão e vocais), Gerson Tatini (contra-baixo e vocais) e Cláudio Lucci (violões, violoncelo, guitarra e vocais).
A banda foi formada em 1973, quando Guilherme Arantes e Cláudio Lucci se conheceram na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Logo convidaram Diógenes Burani, velho amigo de Arantes, e em seguida Gerson Tatini e Egydio Conde. A banda contou com o apoio do empresário Moracy do Val, que havia acabado de lançar o grupo Secos e Molhados, sucesso absoluto na época.
O Moto Perpétuo lançou, em 1974, um álbum homônimo pela gravadora Continental, notadamente influenciado pelo Clube da Esquina e por famosas bandas de rock progressivo como o Genesis e Yes - influências estas que, entre outras, se fariam sentir na primeira fase da carreira solo de Guilherme Arantes. Este álbum foi remasterizado e já pode ser encontrado em CD, graças ao trabalho de Charles Gavin, dos Titãs.
Em 1975, Guilherme Arantes segue para sua bem sucedida carreira solo, estourando nacionalmente em 1976 com o sucesso de "Meu Mundo e Nada Mais", trilha sonora da novela Anjo Mau da Rede Globo. O guitarrista Egydio Conde, por sua vez, foi integrar a banda "Som Nosso de Cada Dia".
No entanto, as atividades do grupo não se encerrariam em 1975, já que, em 1981, três dos membros do Moto Perpétuo - Cláudio Lucci, Gerson Tatini e Diógenes Burani - voltariam a se reunir, desta vez para gravar o álbum São Quixote. A banda foi completada pela vocalista e violonista Monica Marsola. Houve ainda a participação especial de Guilherme Arantes tocando moog e piano em cinco faixas do LP, gravado pelo selo independente Lira Paulistana.
Discografia
- 1974 - Moto Perpétuo
Letras das músicas, na sequencia do CD-ROm de 2004 [1]:
Mal o Sol (Guilherme Arantes)
A partir da cama num hotel de fronteira
olhos de água céu e missa
ao calor do dia ou à sua certeza
mal o sol amarelecera no céu
mal o sol amarelecera
de esperança toda a minha boa vontade
olhos de água céu e missa
ao calor do dia ou à sua certeza
mal o sol amarelecera no céu
mal o sol amarelecera...
Conto Contigo (Guilherme Arantes)
Conto contigo
porque contigo estou são e calmo
Conto contigo que sabe do sonho que pisa
e não precisa muito p'ra que eu
conte contigo que olhas do fundo escondido
seja no espelho ou mesmo num cinema lotado
tudo parte dessa clareza
tudo certo sem diferença
hoje, agora eu tenho impressão de ser seu amigo
só não por eternidade, eu conto contigo.
Porque contigo estou são e calmo.
Verde Vertente (Guilherme Arantes)
Granulou-se verde vertente
que o brilho solar atinge
muitos anos já se passaram e quase não vi
que espalhou-se o verde em vertente
onde o brilho solar refringe
muitos anos já se passaram que desconhecia
o seguinte passo
nada que não faço mal e mal me faça passar
qual a nova sede
que é de tanta sede que não sente
não é nova, novamente
nesse assônico escuto o simples
pois há meios de boa fala
muitos anos já me bastaram sem voltar aqui
nesse assônico escuto o simples
pois semeio-me sem forçá-lo
muitos anos já me bastaram até este dia
Matinal (Guilherme Arantes)
Quando o peso do inverno
deixa os olhos nublados
ah! nem toda a calma que houver
faz o grão do alívio germinar
se o temor do vazio
entalar na garganta
ah, com toda a calma que puder
tome um banho sobre o sono matinal
mate os males mas não se
importe com desenganos.
O sabor da verdade
deixa os homens parados
bom mesmo seria fazer
a cidade inteira se escutar
mas sem outro remédio
que se abrir a si mesmo
ao menos o máximo que der
tome um banho...
Três e Eu (Claudio Lucci)
Eram três e eu
noite apontou
eram três e eu
num subúrbio que passou
vagão vago azul
carvão e vapor
eram três e eu
vento escuro nos cabelos.
Só na estação
sob os pés uma cidade
tudo nas mãos
como um louco na neblina.
Não Reclamo da Chuva (Guilherme Arantes)
Não reclamo da chuva
porque lava minhas rugas
quem pode escolher seu caminho
Nunca fui convidado
até charutos e licores
já nem sei o que são valores
Quando se abandona o mundo
fica mais bonito, é bem melhor
uma roupa esfarrapada que o medo de sujar
quando chega nesse ponto
a conclusão que nada vai mudar
sonho é bom fazer de conta que nunca vai chegar.
Duas (Guilherme Arantes)
Duas são as partes de um todo
duas faces, uma vida, uma morte
satisfeito é meio conforto
confortado tem somente a metade.
Velhos tempos sem dor
só trechos de imaginação
Nascente loucura, mas tudo melhor
ao menos era coisa pura.
Velhos tempos sem dor
só trechos de imaginação.
Teme que a firmeza de fato
pode ser movimentada num sopro
firma que será divertido até certo ponto.
Sobe (Guilherme Arantes)
Sobe, sobe sem medo
não tenha apego de nada
veja-se mais vontade, se mais razão
seja, mas não tão certo
não seja esperto por nada
veja-se mais vontade
veja, sem mais não.
Falta de dano
dono pra tudo
tido num frasco
fresco da vida.
Volta de data
dote pra vida
tida num frasco
busque de tudo
Cante, mas não desgraça
não se desfaça de nada
mexa-se, mais vontade sem mais razão.
Seguir Viagem (Claudio Lucci)
Nós vamos seguir viagem
prosseguir caminhando
sem ter aonde chegar
estamos só de passagem
estamos sempre chegando
um dia em cada lugar
somos nascidos da lua
andarilhos de rua
pra não lembrar
pra não chorar
pra não parar.
Os Jardins (Guilherme Arantes)
Por que não escuto valsas
com perfume de alecrim
onde achar histórias p'ra contar
por que não ser um sobrado de um terraço e mil jardins
e jardins
e jardins
que deixei de ter
na aflição,
e a razão nunca me responderão jamais
como faz se uma vida
serei eu
serei eu
nunca me responderão que sim
ou que me encontro errado
então me responda.
Turba (Guilherme Arantes)
Seja qual for o dia de hoje
logo que amanheça
vamos sair sem pressa nenhuma
à busca de um endereço
a última loja, um canto profundo e fácil,
claro que na calçada haverá
pessoas de toda a casta
nos servirão café com bolacha
dentro de sua casa
mas negarão os braços da sua esposa,
e na primeira esquina um balcão
cheio de novidades
vai cutucar o direito esquecido
daquela propriedade
mas não dirá que aquela não vale nada
nem que fosse dada
há montes de gente correndo na guia
há muita barriga a soluçar...
bom dia, café com leite
bom dia planalto
que diabo o cinza desse asfalto.
- 1981 - São Quixote