Os Olhos Azuis de Yonta

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Udju azul di Yonta
Os Olhos Azuis de Yonta (PRT)
Guiné-Bissau / Portugal Portugal /  França
1993 •  cor •  90 min 
Direção Flora Gomes
Roteiro Manuel Rambout Barcelos
Ina Cesaire
Flora Gomes
Elenco Jorge Quintino Biague
Maysa Marta
Marcelo Cabral
Jacquelina Camara
Distribuição Marfilmes
Idioma português

Os Olhos Azuis de Yonta (em crioulo Udju azul di Yonta) é um filme de 1992 do cineasta guineense Flora Gomes, uma co-produção entre a Guiné-Bissau, Portugal e França.

É a segunda longa-metragem de Flora Gomes dando continuidade temática a Mortu Nega, revendo as mesmas questões de fundo, as do seu país perante a História. Regressa-se aos temas do trauma e da esperança, mas alterando o tempo do enredo, em que os mesmos problemas manifestam-se de outro modo.

O New York Times refere-se assim ao filme: «Cheio de sensibilidade, o filme de Flora Gomes dá-nos a visão de uma sociedade africana pós-colonial no ponto de perder a esperança».

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Em modo de comédia dramática, entre os pequenos nadas do medo e do desejo, temos primeiro um ser humano, aqui como em qualquer lado do mundo. Temos uma «rapariga, muito bonita, apaixonada por um homem muito triste». Temos um velho combatente, distraído com os seus velhos ideais e seus novos negócios, que não vê o fraquinho que por ele tem a Mulata de olhos azuis. Bela como é, não desdenha a moda. Alheio aos estratagemas do capitalismo e aos dramas do seu país em rotura, um terceiro e estranho personagem existe: um jovem conterrâneo de Yonda, que lhe envia de Paris missivas românticas e absurdas.

Já fora do triângulo, a quarta personagem da história é a cidade de Bissau. Descreve-a assim Flora Gomes: «Vi Bissau rejuvenescer, quase diariamente contra a vontade dela. Vi-a mudar de forma, de dimensão de papel. Ouvi-a mudar de língua, de sonho e de destino. Enfim, senti-a conforme o tempo passava, mudar de ritmo».

Mudar o ritmo africano? Por algum bom motivo com isso chocado, Flora Gomes resolve dar a ver a coisa como comédia, ou, como outros a vêem, como melodrama romântico. «África não é só aquela que chora, mas a que ri e chora».

Ficha artística[editar | editar código-fonte]

  • Maysa Marta – Yonta
  • António Simão Mendes – Vicente
  • Pedro Dias – Zé
  • Diana Vaz – Maria
  • Mohamed Seidi – Amílcar
  • Bia Gomes – Belante

Dados técnicos[editar | editar código-fonte]

  • Argumento e diálogos – Flora Gomes, Ina Césaire, David D. Lang, Manuel Rambout Barcelos
  • Realização – Flora Gomes
  • Produção – Vermedia
  • Co-produção com: Arco-Íris (Guiné-Bissau). Euro Creation Production (Paris), RTP.
  • Produtor executivo – Paulo de Sousa
  • Direcção de produção – Ângela Cerveira e Ana Costa.
  • Fotografia – Dominique Gentil
  • Assistente de imagem - Octávio Espírito Santo
  • Som – Pierre Donnadieu
  • Guarda-roupa – Seco Faye e Terersa Campos
  • Música – Atchutchi Ferreira
  • Montagem – Dominique Paris e Anita Fernandez
  • Género – ficção (comédia dramática])
  • Formato – 35 mm cor
  • Duração – 90’
  • Estreia – 5 de Fevereiro de 1993 (Portugaj), 26 de Maio de 1993 (França)

Festivais e mostras[editar | editar código-fonte]

Referências impressas[editar | editar código-fonte]

  • Les yeux bleus de Yonta," in Ecrans d'Afrique, vol. 1, 1992.
  • Libiot, Eric, review in Première (Paris), June 1993.
  • D'Yvoire, Christophe, review in Studio (Paris), June 1993.
  • Ukadike, N. Frank, "In Guinea-Bissau, Cinema Trickles Down: An Interview with Flora Gomes," in Research, in African Literatures, vol. 26, no. 3, 1995.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]