Bissau

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Cidade
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Vista de rua no centro de Bissau | ||||
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Localização de Bissau na Guiné-Bissau | ||||
Coordenadas | ||||
País | ![]() | |||
Região | Setor Autônomo de Bissau | |||
Fundação | 15 de março de 1692 | |||
Construção da fortaleza | 1696 | |||
Fundação como cidade | 1766 | |||
Elevação a vila | 1859 | |||
Fundador | Império Português | |||
Administração | ||||
- Tipo | Câmara Municipal | |||
- Presidente | Luís Silva de Melo(2018)[1] | |||
Área [2] | ||||
- Total | 118 km² | |||
Altitude [3] | 39 m | |||
População (2009) [4] | ||||
- Total | 384 960 | |||
• Densidade | 3 262,4 hab./km² | |||
- Fuso horário | UTC (UTC+0) | |||
Website | www |
Bissau, oficialmente denominada Sector Autónomo de Bissau, é um sector autónomo e a cidade capital da Guiné-Bissau, localizada no estuário do Rio Geba, na costa atlântica. É a maior cidade do país, com o maior porto, constituído como o centro administrativo e militar da região e do país.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
A história de Bissau iniciou-se ainda em 1687, quando o rei daquela região concordou, junto a Portugal, em construir ali uma fortificação, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. Bissau foi fundada, então, em 15 de março de 1692[2] e, de facto, em 1696, foi iniciada a edificação da fortaleza pela Companhia de Cacheu e Cabo Verde, sob o comando do capitão-mor José Pinheiro da Câmara. Em 1703, no entanto, a companhia responsável pela construção não teve seu contrato de exploração de escravos renovado pela Coroa portuguesa, o que conduziu ao acúmulo de prejuízos e ao abandono da Capitania-Mor de Bissau, em Dezembro de 1707.[5] Neste ano, já no governo do rei D. João V, o forte foi destruído.[6]
Apesar de o entreposto ter sido reocupado em Novembro de 1753, somente em 1766, com a final construção da Fortaleza da Amura (na época chamada de "Praça de S. José" em homenagem ao rei que a mandou construir), teve início a evolução de Bissau na condição de cidade. A partir de então, cumpriu importante papel histórico na região, como centro de comércio e porto fortificado. Embora a Guiné Portuguesa fosse administrativamente dependente de Cabo Verde, a cidade exerceu por duas vezes o papel de sua capital, em 1836 e 1915.[6]
Em 1855, foi criada em Bissau uma comissão municipal, e a pequena cidade veio a ser elevada ao estatuto de vila a 29 de Abril de 1858.[7] Isso, no entanto, não contribuiu para o seu desenvolvimento urbano, já que os efeitos destas ações consistiram apenas em reafirmar sua importância econômica. Outro fator que colaborou para isto foi a separação administrativa entre Cabo Verde e a Guiné Portuguesa em 1879, quando a capital foi transferida para Bolama. Somente em 9 de dezembro de 1941, pela terceira vez, Bissau voltaria a ser a capital de sua colônia.[6]
Pela primeira vez, em 1914, Bissau recebeu um plano de urbanização, uma vez que se tornara cidade. E em 6 de fevereiro de 1948, já como capital da Guiné Portuguesa, a cidade alcançou a mais alta distinção, tendo sido elevada a Câmara Municipal. Já em setembro de 1974, com o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, tornou-se capital desse país independente.[2]
Geografia[editar | editar código-fonte]

Bissau está situada na costa oeste da Guiné-Bissau, às margens do estuário do rio Geba, próximo ao Oceano Atlântico, com uma altitude de 39 metros.[3] As terras adjacentes à cidade são de altitudes muito baixas, o que também permite que o rio seja acessível a grandes navios, muito embora esta capacidade se dê somente até cerca de 80 quilômetros além da cidade.[nota 1]
Clima[editar | editar código-fonte]
O clima de Bissau pode ser classificado como clima de savana com temperaturas estáveis (média de 26 °C[3]), já que não apresenta umidade suficiente para caracterizar um clima de monções. No entanto, é um clima mais úmido que muitos outros de seu tipo. Não chove muito nos meses de novembro a maio, permanecendo o maior volume de precipitações concentrado nos meses restantes. No total anual, Bissau recebe o equivalente a pouco mais de 2 020 mm de chuva. Nos meses de junho a outubro, período mais chuvoso, e até mesmo nos três meses anteriores, a alta umidade provoca um calor considerado extremamente desconfortável.[8]
Dados climatológicos para Bissau | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 36,7 | 38,3 | 38,9 | 41,1 | 39,4 | 35,6 | 33,3 | 32,8 | 33,9 | 34,4 | 35,0 | 35,6 | 41,1 |
Temperatura máxima média (°C) | 31,1 | 32,8 | 33,9 | 33,3 | 32,8 | 31,1 | 29,4 | 30,0 | 30,0 | 31,1 | 31,7 | 30,6 | 31,5 |
Temperatura mínima média (°C) | 17,8 | 18,3 | 19,4 | 20,6 | 22,2 | 22,8 | 22,8 | 22,8 | 22,8 | 22,8 | 22,2 | 18,9 | 21,1 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 12,2 | 13,3 | 15,6 | 16,7 | 17,2 | 19,4 | 19,4 | 19,4 | 19,4 | 20,0 | 15,0 | 12,8 | 12,2 |
Precipitação (mm) | 0,5 | 0,8 | 0,5 | 0,8 | 17,3 | 174,8 | 472,5 | 682,5 | 434,9 | 194,8 | 41,4 | 2,0 | 2 022,8 |
Horas de sol | 248 | 226 | 279 | 270 | 248 | 210 | 186 | 155 | 180 | 217 | 240 | 248 | 2 707 |
Fonte: Sistema de Clasificación Bioclimática Mundial[3] |
Demografia[editar | editar código-fonte]
Bissau tem, segundo o censo 2009, uma população de 384 960 habitantes.[4] Considerando-se uma área de 77 quilômetros quadrados, isso corresponde a uma densidade de 4 187 habitantes por quilômetro quadrados. Compreende 25,19% da população total e mais de 64% da população urbana do país.[9]

Os balantas (20,5%), fulas (18,0%), papeis (15,7%) e mandingas representam as etnias com maior expressão.
A maioria é cristã (40,2%), os muçulmanos correspondem a 34,2% e os animistas a 7,9%.[10]
Bairros[editar | editar código-fonte]
- Quelelé, onde situa-se o primeiro centro de próteses de toda a África ocidental.
Política[editar | editar código-fonte]

A cidade de Bissau é localmente administrada por uma Câmara Municipal, com o apoio do Ministro da Administração Territorial. Através de seus diversos órgãos (consultivos, deliberativo, de concepção, apoio e coordenação e operativos), a Câmara administra a área dentro da jurisdição da cidade e do setor autônomo.[11]
Atualmente, o presidente da Câmara é o engenheiro Armando António Napoco, ao qual estão diretamente subordinados o seu gabinete, o Conselho Diretivo, a polícia municipal e outros dois gabinetes. O vice-presidente é o arquiteto Fernando Arlete, ao qual se submetem o Conselho Técnico e três direções. E há, ainda, uma secretária geral, responsável diretamente por outras três direções.[12][13]
O governo da Guiné-Bissau também localiza-se em Bissau, já que esta é a capital do país.[14] Na cidade, há a sede da Presidência da República, do Primeiro-ministro e os outros ministérios e da Assembleia Nacional Popular.
Relações exteriores[editar | editar código-fonte]
Através de acordos feitos pela Câmara Municipal, Bissau é cidade-irmã das seguintes cidades:
Além disso, a cidade de Bissau participa da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas (UCCLA), que une capitais de vários países de língua portuguesa, e prepara mais acordos com cidades do Brasil, Angola, Gâmbia, França e Senegal.[15]
Por ser a capital da Guiné-Bissau, em Bissau encontram-se as embaixadas de diversos países que mantém relações diplomáticas com o país. São elas:
Existia também em Bissau a embaixada dos Estados Unidos, no entanto, esta suspendeu suas atividades em 14 de junho de 1998. A partir de então, o embaixador dos Estados Unidos na Guiné-Bissau passou a residir em Dakar, no Senegal.[24]
Economia[editar | editar código-fonte]
Desde quando foi oficialmente fundada como cidade pelos portugueses, em 1766, passou a ser um porto fortificado e centro de comércio. Amendoim, localmente chamado de mancarra, madeira, coco, óleo de palmeira e borracha são, atualmente, os principais produtos produzidos em Bissau.
As indústrias presentes na cidade incluem a transformação de produtos agrícolas, produção de bebidas, têxteis, e materiais de construção, metalurgia, cigarros, e sapatos. Bissau possui um excelente porto natural, sendo as principais exportações o café, borracha,madeira, algodão e, açúcar.
O aeroporto que serve Bissau é o Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.
Turismo[editar | editar código-fonte]
A cidade é conhecida pelo seu Carnaval anual. Outras atrações incluem a Fortaleza d’Amura, contendo o mausoléu de Amílcar Cabral (líder nacionalista que ajudou a fundar o Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde – PAIGC), o monumento do Memorial Pidjiguiti para os pescadores e barqueiros mortos na Greve das Docas da Guiné-Bissau em 3 de Agosto de 1959, o Instituto Nacional de Artes da Guiné-Bissau e também o edifício da antiga Câmara de Comércio de Bissau de autoria do arquitecto português Jorge Ferreira Chaves[25] (hoje sede do PAIGC). Encontram-se também o Novo Estádio da Guiné-Bissau e várias praias de grande beleza mais afastadas. Vários dos seus edifícios foram arruinados durante a guerra civil, incluindo o Palácio Presidencial e o Centro de Cultura Francesa da Guiné-Bissau. A cidade começou, nos últimos anos, a experimentar novas infraestruturas modernas, como a nova assembleia do povo, a nova ponte Amilcar Cabral, a nova sede de Banco dos Estados da África de Oeste, bem entre outros.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Farolim da Catedral de Bissau
- Fortaleza de São José da Amura
- Complexo Desportivo Lino Correia
- Museu Etnográfico Nacional de Bissau
Notas e referências
Notas
- ↑ Este trecho foi produzido a partir do texto obtido na tradução do artigo «Bissau» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).
- ↑ Os dados de 2012 são estimados.
Referências
- ↑ http://www.odemocratagb.com/?p=16907
- ↑ a b c Câmara Municipal de Bissau. «DESTAQUES». Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ a b c d Sistema de Classificação Bioclimática Mundial. «GUINEA-BISSAU - BISSAU» (em espanhol). Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ a b c World Gazetteer. «Bissau» (em espanhol). Consultado em 26 de fevereiro de 2012
- ↑ Veríssimo Serrão. História de Portugal, v. V, p. 284 e segs.
- ↑ a b c Câmara Municipal de Bissau. «HISTÓRIA». Consultado em 26 de fevereiro de 2012
- ↑ "História da Guiné-Bissau em Datas", Américo Campos, p. 25
- ↑ Erro de citação: Código
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- ↑ (PDF). www.stat-guinebissau.com http://www.stat-guinebissau.com/publicacao/Projeccao_demografica.pdf Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ (PDF). www.stat-guinebissau.com http://www.stat-guinebissau.com/publicacao/caracteristicas_socio_cultural.pdf Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ Câmara Municipal de Bissau. «ORGÂNICA». Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Câmara Municipal de Bissau. «APRESENTAÇÃO - GABINETE DO PRESIDENTE». Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Câmara Municipal de Bissau. «ORGANIGRAMA E RESPONSÁVEIS». Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Assembleia Nacional Popular (27 de novembro de 1996). «CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU» (PDF). 4 de dezembro de 1996. 8 páginas. Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ a b c d Câmara Municipal de Bissau. «COOPERAÇÃO». Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Câmara Municipal de Lisboa. «Município - Relações Internacionais». Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Lusa (25 de fevereiro de 2011). «Geminação com Bissau e Gabu é "reforço para lusofonia" - UCCLA» (PDF). Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Conselho Municipal de Taipei. «CIDADES-IRMÃS INTERNACIONAIS» (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2012
- ↑ Ministério das Relações Exteriores. «EMBAIXADA DO BRASIL EM BISSAU». Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ Embaixada da República Popular da China na República da Guiné-Bissau (2 de agosto de 2011). «INFORMAÇÕES DA EMBAIXADA DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA NA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU» (em chinês e português). Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ Ministério de Relações Exteriores da República de Cuba. «Embaixada de Cuba na Guiné Bissau» (em espanhol e inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ Ministério de Assuntos Exteriores e de Cooperação da Espanha. «Embaixada da Espanha em Bissau» (em espanhol). Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ Portal das Comunidades Portuguesas. «Seção Consular da Embaixada de Portugal - Bissau - Contatos do Consulado». Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. «Presença Virtual dos Estados Unidos na Guiné Bissau» (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ Ana Vaz Milheiro, Eduardo Costa Dias. «Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização colonial (1944-1974)» (PDF). PDF. Consultado em 13 de maio de 2010
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Sector Autónomo de Bissau, página do PAIGC sobre Bissau