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Flora Gomes

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Flora Gomes
Outros nomes Florentino Gomes
Nascimento 31 de dezembro de 1949
Cadique, Guiné-Bissau
Nacionalidade Guineense
Ocupação Cineasta
Atividade desde 1972

Flora Gomes (Cadique, 31 de dezembro de 1949), nome artístico de Florentino Gomes, é um cineasta da Guiné-Bissau, pioneiro do cinema local e um dos mais representativos cineastas africanos. É conhecido pelo modo original de traçar retratos africanos recorrendo ao mito e à história actual, numa fusão de elementos com delicada carga poética e forte sentido universal.

Flora Gomes nasceu em 1949 na Guiné-Bissau, na vila de Cadique. [1][2]

Filho de pais iletrados, empenha-se desde criança, lutando contra toda a espécie de dificuldades, em superar a sua condição social de origem. Conhece as adversidades que o sistema colonial português, gerido pela mão férrea de Salazar, impõe aos seus súbditos. Vê com admiração os líderes do seu país baterem-se de armas na mão contra a injustiça e não esconde a sua admiração por Amílcar Cabral, que, nas suas palavras, terá sido para com ele «como um pai». Conhece a dura experiência do exílio e, empenhado no seu próprio combate, estabelece laços de amizade com outros lutadores, não só os do seu país como com gente de Cabo Verde e de vários outros países africanos. [3]

Estuda Cinema em Cuba (1972) no Instituto Cubano de Artes e Cinematografia, sob a orientação de Santiago Alvarez. Prossegue a sua aprendizagem no Senegal, no Jornal de Actualidades Cinematográficas Senegalesas, sob a direcção de Paulino Vieira (Paulino Soumarou-Vieyra). Co-realiza dois filmes com Sérgio Pina. [1]

É assistente de Chris Marker e de Anita Fernandez. Regressado ao seu país, filma a sua independência (24 de Setembro de 1974), satisfazendo o desejo de Amílcar Cabral de serem os próprios guineenses a registar em película esse momento histórico. A Guiné, que se liberta do jugo colonial, é visitada por repórteres e cineastas progressistas e, dados os conhecimentos já adquiridos nas lides de cinema, Flora Gomes é bastante solicitado para os ajudar, o que enriquece o seu saber. Trabalha no final da década como fotógrafo e operador de câmara, colaborando com o Ministério da Informação.

Realiza documentários históricos. A sua primeira longa-metragem de ficção é de 1987: Mortu Nega, um filme que invoca a luta pela independência. A obra é exibida em vários festivais internacionais e Flora Gomes desperta a atenção de comentadores e críticos. Em França será acolhido de braços abertos, o que no futuro lhe permitirá reunir meios financeiros para a produção de novos filmes. Será distinguido neste país em 2000, com o título de «Chevalier des Arts et Lettres».

Participará e será premiado em festivais como os Veneza e Cannes, entre outros. [1][4] Dada a sua nacionalidade e o facto de vários dos seus filmes serem co-produções com Portugal, Flora Gomes ocupa ainda um lugar especial na história do cinema português.

Prémios e Distinções

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Foi condecorado pelo governo francês com a ordem Chevalier des Arts et des Lettres em 1996, dois anos antes recebeu a Medalha de Mérito da Cultura da Tunísia. [1][3]

Em 1992, Os Olhos Azuis de Yonta é galardoado com o Silver Alexandre no Festival de Cinema de Thessaloniki. [5]

Com o filme Nha fala, ganha em 2002 os Prémios Laterna Magica e Cittá Roma no Festival Internacional de Cinema de Veneza. [6][7][8]

É distinguido pela Universidade de Harvard com o Prémio McMillan-Stewart de Distinção em Cinema, pelo conjunto da sua obra, em 2021. [9]

A realizadora Maria João Rocha, realizou em 1995 o documentário Flora Gomes - Identificação de um País, no qual se debruça sobre a sua vida de obra. [10]

Foi uma das personalidades negras consideradas como as mais influentes pela revista Bantumen na lista Powerlist100 em 2021. [11]

Entre a sua filmografia encontram-se: [12][13][14][2]

Referências

  1. a b c d Embaló, Filomena (19 de junho de 2008). «O CINEMA DA GUINÉ-BISSAU». web.archive.org. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  2. a b «Africamania - 50 ans de cinéma africain» (PDF). Cinemathéque Française. Dossier Imprensa - Africamania (pdf) 
  3. a b «Flora Gomes | Institut français». www.institutfrancais.com (em inglês). Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  4. a b Ribeiro, Rui (4 de maio de 2013). «A Republica di Mininus». MHD. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  5. Blue Eyes of Yonta (em inglês), consultado em 2 de dezembro de 2021 
  6. My Voice (em inglês), consultado em 2 de dezembro de 2021 
  7. «Mostrar as facetas da cultura africana». www.jn.pt. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  8. «África positiva | Revista Macau». Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  9. «Flora Gomes recompensado com Prémio McMillan-Stewart de Distinção em Cinema». RFI. 8 de junho de 2021. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  10. Portugal, Rádio e Televisão de. «Flora Gomes - Identificação de um País - Documentários - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  11. «Flora Gomes». POWERLIST100 BANTUMEN. 12 de dezembro de 2021. Consultado em 14 de dezembro de 2021 
  12. Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «Cinema Português - Realizador Flora Gomes». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  13. «CinAfrica - Flora Gomes». cinafrica.letras.ufrj.br. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  14. «Flora Gomes». MUBI (em inglês). Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  15. «Africa Film Series ─ Mortu Nega (Guinea Bissau, 1987) Directed by Flora Gomes | Watson Institute». Watson Institute for International and Public Affairs (em inglês). Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  16. «West African Cinema». userpages.umbc.edu. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  17. «AFRICAN CINEMA IN THE NINETIES». web.archive.org. 13 de junho de 2006. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  18. Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «As Duas Faces da Guerra». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  19. «Guiné-Bissau: Estreia do Filme "O Vendedor de Histórias", de Flora Gomes». Camões, I.P. 12 de novembro de 2017. Consultado em 2 de dezembro de 2021 

Ligações externas

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