Os Três Josés

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Os Três Josés foi um grupo de sertanistas mineiros formado por José Ferreira César, José Garcia Pereira e José Bastos Pinto.[1][2] Eles estiveram dentre os primeiros a se fixarem no vale do Muriaé, região do Norte Fluminense entre as cidades de Campos dos Goytacazes e Muriaé.[3][4]

São considerados pioneiros na fundação da freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Laje, que viria futuramente formar as cidades de Itaperuna e Laje do Muriaé, esta última da qual são patronos.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1831, José de Lannes Dantas Brandão funda a fazenda Porto Alegre, sendo assim o primeiro a se fixar na região.[3][5] Em 1833, ele vende a fazenda, e funda em 1834 a fazenda São José, que daria origem a futura freguesia de Natividade do Carangola, atual Natividade.[3] A fazenda Porto Alegre seria anos mais tarde adquirida pelo Comendador José Cardoso Moreira.[3]

A segunda pessoa a se fixar seria José Ferreira César, que viria do Quartel de Robinson Crusoé, atual Muriaé.[6][7][3]

Membros[editar | editar código-fonte]

José Ferreira César[editar | editar código-fonte]

José Ferreira César (Minas Gerais, 1800Muriaé, 07 de maio de 1868)[6] se fixou na região aonde hoje é Laje do Muriaé por volta de 1832, com sua esposa Maria Angélica da Luz.[3][7] Teria vindo atrás de ouro.[6]

Era sobrinho de Constantino José Pinto,[3][6] diretor dos índios puris a mando do Capitão Guido Tomás Marlière, e fundador de Muriaé.[7][8] Ao chegar na região, José conseguiu aldear os índios, que foram posteriormente convertidos a religião católica.[6] Estabeleceu na região a “Fazenda Angola”, e posteriormente a "Fazenda Cinco Barras".[3]

Em seu testamento, escrito dois anos antes de sua morte, pede que "meu corpo seja conduzido para a Matriz desta Freguesia, ficando meu enterro à disposição e acordo de meus filhos e testamenteiro."[6] Prestes de morrer, mandou construir uma capela de São Antônio as margens do Rio Muriaé e conseguido do governo provincial para São Paulo do Muriahé "não só a estrada, mas também a creação de um correio que é uma falta bem sensível em um lugar importante".[9]

José Garcia Pereira[editar | editar código-fonte]

José Garcia Pereira (Santa Rita de Ibitipoca, 1790Laje do Muriaé, 01 de junho de 1858)[6] era filho do Tenente João Garcia Pereira e Ana Francisca Pires.[10]

Se fixou na freguesia de Laje por volta de 1837, quando José Garcia Pereira compraria terras de Fortunato Neiva e fundaria a "Fazenda do Tanque".[3][6]

José casou-se com Maria Claudina Rodrigues Furtado, conhecida como "A vovó do Tanque", tendo sua família importante papel político e cultural na cidade.[3][6] O casal teve 13 filhos, dentre eles o Comendador Venâncio José Garcia, líder monarquista e um dos principais articuladores para a criação do município de Itaperuna.[11]

José Bastos Pinto[editar | editar código-fonte]

O alferes José Bastos Pinto (Minas Gerais, 1781Laje do Muriaé, 28 de julho de 1871),[6] conhecido como "Alferes Bastos", teria se estabelecido em definitivo na região em 1837, acompanhado de sua esposa Rosa Angélica Pinto, quando comprou a fazenda "Ribeirão do Campo", de José Ferreira César, por dez contos de réis.[3]

Referências

  1. a b Prefeitura Municipal de Laje do Muriaé. «História». Consultado em 26 de julho de 2023 
  2. Diniz, Dulce (1985). O Desenvolver de Um Município, Itaperuna do germinar á frutificação. Itaperuna: Damadá Artes Gráficas e Editora Ltda 
  3. a b c d e f g h i j k Henriques, Porphírio (1956). A terra da promissão: história de Itaperuna. Laje do Muriaé: Editora Aurora 
  4. PEREIRA JÚNIOR, Artur Rodrigues (março de 2015). Itaperuna (RJ) no Contexto Regional no Noroeste Fluminense: Um Movimento Entre a Centralidade a a Descentralidade (PDF) (Dissertação de Mestrado). Campos dos Goytacazes: Universidade Candido Mendes. pp. 44, 56 e 156. Consultado em 23 de julho de 2020 
  5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. «História». Consultado em 26 de julho de 2023 
  6. a b c d e f g h i j Ligiéro, Manoel (2023) [1960]. O Homem, o Rio e a Terra: o rio muriaé e a freguesia da laje. Traços geográficos e históricos. Laje do Muriaé: Essentia Editora Iffluminense 
  7. a b c DE ANDRADE, Vitória Fernanda Schettini (2011). Os sertões de São Paulo do Muriahé. Terra, riqueza e família na zona da mata mineira: 1846-1888 (PDF) (Dissertação de Pós-Graduação). Seropédica: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. pp. 7, 26. Consultado em 27 de julho de 2023 
  8. João Carlos Vargas e Flávia Alves Junqueira. «Conheça a história de Constantino José Pinto, o "fundador" de Muriaé». Memorial Municipal de Muriaé. Consultado em 27 de julho de 2023 
  9. «Freguezia da Nossa Senhora da Piedade de Laje». Rio de Janeiro. Almanaque Laemmert (27): 623. 1870 
  10. ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL PROF. ALTAIR JOSÉ SAVASSI. «ANA FRANCISCA PIRES e JOÃO GARCIA PEREIRA, tenente - Inventários». PROJETO COMPARTILHAR. Consultado em 27 de julho de 2020 
  11. Amaro, Altayr dos Santos Ferreira (2009). Comendador Venâncio nossa comunidade. Itaperuna: [s.n.]