Pedro (curopalata)

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Pedro
Nacionalidade Império Bizantino
Progenitores Pai: Paulo
Filho(a)(s) Domiciano
Ocupação General
Religião Cristianismo

Pedro (em latim: Petrus; em grego: Πέτρος; romaniz.:Pétros; m. 602) foi um oficial bizantino do século VI que serviu durante o reinado de seu irmão, o imperador Maurício (r. 582–602).

Vida[editar | editar código-fonte]

Família[editar | editar código-fonte]

Soldo de Maurício (r. 582–602)

Pedro era filho de Paulo, o líder do senado, e irmão do imperador Maurício, de Górdia, a esposa de Filípico, e de Teoctista.[1] De acordo com a Crônica de 1234 e Miguel, o Sírio, Domiciano era filho de Pedro. João de Niciu diz o mesmo em uma passagem, mas em outra se contradiz fazendo dele primo de Maurício, filho de seu tio paterno.[2] Muitas outras fontes - por exemplo, Evágrio Escolástico, Teofilato Simocata, Nicéforo Calisto - descrevem-no como parente sem especificar mais.[3] O Sinaxário nomeia seu pai como Teodoro e sua mãe como Ecdícia, descrevendo-os como piedosos e ricos. Nenhum irmão de Maurício chamado Teodoro é conhecido de outra forma, e pode-se aceitar que seu pai era Pedro.[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Império Bizantino em 600. Em verde, ao centro, os Bálcãs, palco das lutas contra os ávaros e eslavos
Soldo de Focas (r. 602–610)

Paulo acompanhou seu irmão em uma visita a Teodoro de Siceão quando retornou de uma campanha contra o Império Sassânida sob o imperador Tibério II (r. 574–582). No contexto, o Império Bizantino estava em uma prolongada guerra contra os sassânidas pela soberania do Cáucaso. Mais adiante, no começo do reinado de Maurício, Pedro foi convocado à corte e recebeu, junto de seu pai, propriedades de Marcelo, irmão de Justino II (r. 565–578).[5] Também é possível que tenha recebido o posto de curopalata por este tempo e o reteve até sua morte. No outono de 593, foi nomeado para suceder Prisco como mestre dos soldados da Trácia. Naquele tempo, o Império Bizantino estava conduzindo prolongadas campanhas nos Bálcãs para deter as investidas dos eslavos e dos avares na região. Na primavera de 594, Pedro viajou via Perinto e Drizípara para se unir ao exército em Odesso. O exército se amotinou ao saber das restrições a seus pagamentos, mas ele foi capaz de acalmá-los ao anunciar medidas menos impopulares. Na sequência, foi para Marcianópolis e então para o norte do Danúbio, onde não conseguiu nenhuma vitória significativa e ainda foi derrotado por Piragasto. Com este fracasso, foi demitido e voltou para Constantinopla, com Prisco sendo readmitido no posto de mestre dos soldados.[6] Em 595, construiu no distrito constantinopolitano de Areobindo (τα Αρεοβινδου) uma igreja dedicada a Teótoco.[7]

A Crônica de 1234 afirma que ele teria sido nomeado como mestre dos soldados do Oriente por este tempo, mas é improvável e deve ser uma confusão com o cunhado de Maurício, Filípico. No verão / outono de 601, foi novamente nomeado mestre dos soldados da Trácia. Levou suas tropas ao Danúbio e acampou em Palastolo (Palacíolo, perto do Esco), onde passou o verão. No outono, foi à Dardânia para impedir que os avares sob Apsique ocupassem terras ali e então retornou no inverno para Adrianópolis, na Trácia, depois que o grão-cã retrocedeu para Constancíola, perto de Singiduno. No verão de 602, por temer um ataque do grão-cã nas cercanias de Constantinopla, Maurício ordenou que Pedro deixasse Adrianópolis e cruzasse o Danúbio. No outono, Maurício ainda ordenou que o exército sob Guduíno invernasse ao norte do rio, o que provocou um motim das tropas. Pedro não conseguiu negociar com os oficiais amotinados e o exército proclamou Focas como imperador. Pedro fugiu para Constantinopla para informar seu irmão do ocorrido. Fontes não bizantinas colocam que Pedro foi a primeira escolha do exército para ser imperador, mas se recusou a aceitar. No fim do ano, Pedro foi executado por Focas ao lado de outros apoiantes de Maurício.[8]

Referências

  1. Whitby 1988, p. 5.
  2. Honigmann 1953, p. 218–223.
  3. Martindale 1992, p. 411.
  4. Watkins 2016, p. 186.
  5. Martindale 1992, p. 1009.
  6. Martindale 1992, p. 1009-1010.
  7. Martindale 1992, p. 1011.
  8. Martindale 1992, p. 1010-1011.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Honigmann, Ernest (1953). «Two Metropolitans, Relatives of the Emperor Maurice: Dometianus of Melitene (about 580 – January 12, 602) and Athenogenes of Petra». Patristic Studies. Vaticano: Biblioteca Apostólica Vaticana. pp. 217–225 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Petrus 55». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8 
  • Watkins, Basil (2016). The Book of Saints: A Comprehensive Biographical Dictionary 8.ª ed. Londres: Bloomsbury 
  • Whitby, Michael (1988). The Emperor Maurice and his Historian. Theophylact Simocatta on Persian and Balkan Warfare. Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 0-19-822945-3