Ponte Ferroviária de Quinta Nova
Ponte de Quinta Nova | |
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Mantida por | Rede Ferroviária Nacional |
Data de abertura | 20 de Dezembro de 1870 (antiga) 1934 (nova) |
Comprimento total | 174 m |
Altura | 31 m |
Geografia | |
Via | Linha do Alentejo |
Cruza | Rio Sado |
Localização | Concelho de Ourique, em Portugal |
Coordenadas |
A Ponte Ferroviária de Quinta Nova é uma infraestrutura ferroviária da Linha do Alentejo, que cruza o Rio Sado no Concelho de Ourique, em Portugal.
Caracterização
Localização
A ponte localiza-se junto à Estação de Funcheira, na Linha do Alentejo.[1]
Caracterização
A nova ponte, construída em alvenaria, possui 174 metros de comprimento e 31 metros de altura; é assente sobre 8 arcos, um de 30 metros e sete de 12 metros.[2]
História
Construção da ponte original
Esta ponte situa-se no troço entre Amoreiras-Odemira e Casével, que foi aberto à exploração, como parte do Caminho de Ferro do Sul, em 3 de Junho de 1888.[3]
Substituição da ponte
Já antes de 1912, a antiga operadora das ligações ferroviárias no Sul do país, os Caminhos de Ferro do Estado, reconheceu que tanto esta ponte, como a dos Mouratos, junto a Pereiras, se encontravam em condições de decadência, não oferecendo condições de segurança para a circulação, pelo que deviam ser substituídas, conclusão a que também chegou a Comissão de Verificação de Resistência de Pontes e Obras Metálicas.[1][4]
Assim, em 1912, começaram-se as obras de substituição da ponte, que foram interrompidas pela Primeira Guerra Mundial.[1] Em 1919, voltou-se a pôr a questão da segurança da ponte, tendo o Serviço de Via e Obras substituído um grande número de peças, e instalado um dispositivo para impedir que a água salgada, derramada dos vagões contendo peixe, atingisse as peças metálicas, agravando a sua corrosão.[1] No ano seguinte, as locomotivas mais pesadas, das Séries 300 e 400, foram proibidas de atravessar a ponte; esta limitação veio complicar a exploração naquela zona, uma vez que as características de traçado exigiam locomotivas potentes para rebocar os comboios.[1]
O projecto de substituição da ponte continuou suspenso devido a dificuldades financeiras; desta forma, só após a entrega das linhas dos antigos Caminhos de Ferro do Estado à Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, pelo contrato de 11 de Março de 1927, é que voltou a ter condições económicas para retomar este assunto[4], tendo sido elaborado o projecto de substituição desta e de outras pontes em situações semelhantes, que foi submetido à Direcção Geral de Caminhos de Ferro em 1929.[1] Ao mesmo tempo, começou a procurar financiamento para este projecto, junto da Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro.[1] O parecer sobre esta ponte, apresentado pelo Conselho Superior de Obras Públicas em 31 de Outubro do mesmo ano, e homologado em 26 de Novembro, impôs várias condições, de acordo com as orientações da Direcção Geral, de forma a que os projectos tiveram de ser alterados; assim, só foram aprovados em Junho de 1930.[1] Embora o contrato de arrendamento das antigas linhas dos Caminhos de Ferro do Estado para a Companhia dos Caminhos de Ferro estipulasse que esta deveria fazer todas as obras complementares, a Direcção Geral abriu uma excepção no caso da substituição das pontes de Quinta Nova e Mouratos, devido aos elevados montantes em causa; com efeito, o orçamento para a nova Ponte de Quinta Nova era calculado em 3.717.622$00.[1] Assim, ambas as obras deveriam ser feitas em empreitada, a atribuir através de concursos públicos.[1] Inicialmente, a Companhia discordou desta decisão, mas acabou por a aceitar após longas negociações.[1] Enquanto decorria este processo, as pontes antigas continuavam em precárias condições, sendo mantidas pela Direcção Geral de Caminhos de Ferro.[1]
Desta forma, organizaram-se os processos para a substituição das pontes, incluindo os cadernos de encargos para a adjudicação em hasta pública, que teve lugar em 2 de Julho de 1931; este concurso teve sucesso, tendo-se conseguido reduzir em cerca de 2 milhões de escudos em relação ao valor total dos orçamentos para as duas pontes.[1] Este sucesso veio contribuir para a generalização deste tipo de processos, nas obras aptas a se tornarem independentes da exploração, o que viria a ter benefícios económicos para o Fundo Especial.[1]
A adjudicação da construção da nova ponte foi 2.325.000$00, tendo as obras começado em Março de 1932, pela Direcção Geral de Caminhos de Ferro.[2][1][5] A conclusão estava prevista para Setembro de 1933, mas foi atrasada devido a obras imprevistas nos fundamentos[2]; com efeito, os trabalhos foram complicados pelo facto dos novos pilares se encontrarem muito próximos dos antigos, e devido à natureza dos terrenos, compostos por Xistos brandos, argilas plásticas e Quartzitos.[1] Em Junho de 1933, já se tinha terminado a fundação dos encontros, tendo os pilares ficado a meia altura, na alvenaria em elevação.[1]
Nos finais de 1933, as obras foram visitadas pelo Ministro das Obras Públicas, no âmbito de uma viagem às Linhas do Alentejo e de Évora.[2]
A nova ponte foi concluída em 1934.[6]
Ver também
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q «Caminhos de Ferro Nacionais» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1125): 547, 550. 1 de Novembro de 1934. Consultado em 16 de Fevereiro de 2013
- ↑ a b c d «A Linha Férrea do Alto Alentejo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1104). 654 páginas. 16 de Dezembro de 1933. Consultado em 16 de Fevereiro de 2013
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1683): 75, 77. Consultado em 16 de Fevereiro de 2013
- ↑ a b «Caminhos de Ferro Nacionais: Os Melhoramentos da C. P.» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1129): 16, 17. 1 de Janeiro de 1935. Consultado em 16 de Fevereiro de 2013
- ↑ «A Direcção Geral de Caminhos de Ferro e o Ano Findo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1081). 16 páginas. 1 de Janeiro de 1933. Consultado em 16 de Fevereiro de 2013
- ↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Janeiro de 1935). «Os Nossos Caminhos de Ferro em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1129). 5 páginas. Consultado em 16 de Fevereiro de 2013
Ligações externas