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O Casal Arnolfini
O Casal Arnolfini

O Casal Arnolfini é o mais famoso quadro do pintor flamengo Jan van Eyck, pintado em 1434. A obra exibe o então rico comerciante Giovanni Arnolfini e sua esposa Giovanna Cenami, que se estabeleceram e prosperaram na cidade de Bruges (atualmente na Bélgica), entre 1420 e 1472. Nos dias de hoje, os historiadores de arte discutem exatamente a imagem que o quadro representa; a tese dominante durante muito tempo, introduzida por Erwin Panofsky em um ensaio de 1934, assegura que a imagem corresponde ao matrimônio de ambos, celebrado em segredo e testificado pelo pintor. Contudo, muitas outras interpretações têm sido propostas acerca da obra, e o consenso atual é que a teoria de Panofsky seria, dificilmente, sustentável. Especula-se sobre a presença efetiva do pintor no casamento dos Arnolfini, pois isso explicaria o porquê do pintor flamengo ter escrito no quadro, em latim, Johannes de Eyck fuit hic (van Eyck esteve aqui).

Em todo caso, a pintura — desde 1842 na National Gallery de Londres — é considerada uma das obras mais notáveis de van Eyck. É um dos primeiros retratos de tema não hagiográfico que se encontram conservados, e, por sua vez, representa uma relativa cena costumeira. O casal se apresenta de pé, em sua alcova; o esposo bendiz a sua mulher, que lhe oferece sua mão direita, enquanto apoia a esquerda em seu ventre. A pose das personagens resulta-se teatral e cerimoniosa, praticamente hierática; alguns especialistas vêem nessas atitudes fleumáticas certa comicidade, ainda que a estendida interpretação que se vê no retrato, a representação de um casamento atribui a isso seu ar pomposo.

A obra, considerada muito inovadora para a época em que foi concebida, exibe diversos conceitos novos relativamente às perspectivas e à acentuação dos segundos planos. Note-se o espelho no fundo da composição, em que toda cena aparece invertida, tal como a imagem do próprio artista.

Vista da Cidade de Bruxelas
Vista da Cidade de Bruxelas

Bruxelas (em neerlandês: Brussel; em francês: Bruxelles), oficialmente Região de Bruxelas ou Região de Bruxelas-Capital (em neerlandês: Brussels Hoofdstedelijk Gewest; em francês: Région de Bruxelles-Capitale), é a capital de facto da União Europeia e a maior área urbana na Bélgica. É composta por 19 comunas, incluindo a cidade de Bruxelas propriamente dita, que é a capital da Bélgica, da Flandres belga e da Comunidade Francesa da Bélgica.

Bruxelas cresceu de uma fortaleza no século X, fundada por um descendente de Carlos Magno, para uma metrópole de mais de um milhão de habitantes. A área metropolitana da cidade tem uma população de mais de 1,8 milhões de habitantes, tornando-a maior da Bélgica.

Embora historicamente seja uma região de falantes do neerlandês, Bruxelas tornou-se uma cidade com cada vez mais falantes da língua francesa ao longo dos séculos XIX e XX. Hoje a maioria dos habitantes são falantes nativos do francês, embora ambas as línguas tenham estatuto oficial. Tensões linguísticas continuam e as leis de linguagem dos municípios em torno de Bruxelas são um tema de muita controvérsia na Bélgica.

Antuérpia
Antuérpia

Antuérpia (em neerlandês: Antwerpen; em francês: Anvers) é a segunda maior cidade da Bélgica e a maior da região da Flandres. A sua população total era 507 007 habitantes em 2011, fazendo dela o maior município tanto da Flandres quanto da Bélgica, em termos populacionais. É conhecida como centro mundial de lapidação de diamantes e por seu porto, um dos maiores do mundo, localizado nas margens do rio Escalda. Sua área total é de 204,51 km², o que equivale a uma densidade populacional de densidade: 2 479,1 hab./km². A área metropolitana, incluindo a zona exterior suburbana, cobre uma área de 1 449 km² com um total de 1 190 769 habitantes (em 2008). Os habitantes de Antuérpia são localmente apelidados Sinjoren, com origem no título honorífico espanhol señor. Refere-se aos nobres líderes espanhóis que governaram a cidade durante o século XVII.

O fato de ser considerado o centro mundial do diamante deve-se a que nessa cidade são negociados 80% dos diamantes brutos e 50% dos diamantes lapidados do mundo. De acordo com dados divulgados pelo Alto Conselho para o Diamante (HRD) em 2004, foram exportados mais de 8 mil milhões de dólares. Ainda de acordo com o HRD, o setor do diamante em Antuérpia movimentou nesse ano 34 mil milhões de dólares, e representou perto de 7% das exportações da Bélgica.

Línguas oficiais:
  Holandês (~59%)
  Francês (~40%)
  Alemão (~1%)

A Bélgica tem três idiomas oficiais, que estão na ordem da população falante nativa na Bélgica: o neerlandês, francês e alemão. Um certo número de línguas minoritárias não oficiais são faladas também.

Como não existe censo, não existem dados estatísticos oficiais sobre a distribuição ou o uso das três línguas oficiais da Bélgica ou de seus dialetos. No entanto, vários critérios, incluindo a língua dos pais, da educação, ou do estatuto de segunda língua de origem estrangeira, podem fornecer valores sugeridos. Uma estimativa de 59% da população belga fala holandês (muitas vezes coloquialmente referido como "Flamengo") e o francês é falado por 40% da população. O total de falantes do holandês é de 6,23 milhões, concentrados na região de Flandres no norte, enquanto os falantes de francês compreendem 3,32 milhões na Valônia. A Comunidade de língua alemã é composta de 73.000 pessoas no leste da Região da Valônia, cerca de 10.000 alemães e 60.000 cidadãos belgas são falantes do alemão. Cerca de 23 mil falantes do alemão vivem em municípios próximos a comunidade oficial germanófona.

Tanto o Francês Belga quanto o Holandês Belga têm diferenças menores em nuances de vocabulário e semântica das variedades faladas, respectivamente, na Holanda e na França. Muitas pessoas ainda falam dialetos flamengos em seu ambiente local. Dialetos da região da Valônia, juntamente com a língua picarda, não são utilizados na vida pública.

Episódio da Revolução Belga de 1830 (1834), por Egide Charles Gustave Wappers.
Episódio da Revolução Belga de 1830 (1834), por Egide Charles Gustave Wappers.

Em 1830, a Revolução Belga levou à separação das províncias do sul dos Países Baixos e ao estabelecimento de uma Bélgica independente católica, burguesa, francófona e neutra, sob um governo provisório e um congresso nacional. Desde a elevação de Leopoldo I ao cargo de rei em 21 de julho de 1831 (que agora é celebrado como Dia Nacional da Bélgica), o país tem sido uma monarquia constitucional e uma democracia parlamentar, com uma constituição laica baseada no código Napoleônico. Embora o direito ao voto tenha sido inicialmente restrito, o sufrágio universal para os homens foi introduzido após a greve geral de 1893 (com voto plural até 1919) e para as mulheres em 1949.

Os principais partidos políticos do século XIX foram o Partido Católico e do Partido Liberal, com o Partido do Trabalho da Bélgica emergindo no final do século XIX. O francês era originalmente a única língua oficial adotada pela nobreza e burguesia belga. O idioma progressivamente perdeu a sua importância global conforme o neerlandês passou a ser reconhecido também. Esse reconhecimento tornou-se oficial em 1898 e em 1967 uma versão em neerlandês da constituição belga foi legalmente aceita.