Quinto Fábio Máximo (cônsul em 213 a.C.)

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Quinto Fábio Máximo
Cônsul da República Romana
Consulado 213 a.C.
Morte 206 a.C.

Quinto Fábio Máximo (m. 206 a.C.;em latim: Quintus Fabius Maximus) foi um político da gente Fábia da República Romana eleito cônsul em 213 a.C. com Tibério Semprônio Graco. Era filho do famoso Quinto Fábio Máximo Verrugoso, o "Protelador", inventor da estratégia fabiana.

Segunda Guerra Púnica[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Segunda Guerra Púnica
Mapa da Apúlia, onde Fábio Máximo passou boa parte de sua carreira militar.

Fábio lutou na Batalha de Canas em 216 a.C. e estava entre os sobreviventes que se refugiaram em Canúsio.[1] Foi edil curul em 215 a.C.[2] e pretor no ano seguinte,[3] quando recebeu do pai o comando de duas legiões estacionadas perto de Lucéria, na Apúlia, e que estavam sob o comando do propretor Tibério Semprônio Graco, que foi enviado para Benevento.[4] Conquistou a cidade de Acuca e também uma fortaleza perto de Herdônia (moderna Ordona).[5]

Consulado (213 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 213 a.C., foi eleito cônsul com o mesmo Tibério Semprônio Graco[3][6] e os dois assumiram o comando da guerra contra Aníbal. De acordo com Plutarco, foi para homenagear seu pai que os romanos fizeram de seu filho cônsul[7]. Durante seu consulado, seu pai, ou por causa da idade ou para testá-lo, se dirigiu a ele montado a cavalo, mas o cônsul enviou um lictor ao pai, mandando que ele viesse a pé, caso tivesse algum assunto oficial para tratar[7] Todos ficaram ofendidos com este comando, e, pelo silêncio, mostraram ao filho que este tratamento era indigno da sua posição, mas o pai, quase correndo, foi até o filho e o abraçou, dizendo que ele estava certo em pensamento e ato, porque ele compreendia a grandeza do cargo que o povo havia dado a ele, e que este era o espírito que havia feito a grandeza de Roma, em que pais e filhos são menos importantes que o bem comum.[8]

Fábio recebeu o comando que era de seu na Apúlia e o manteve consigo como legado enquanto Graco recebeu o comando da guerra na Lucânia (moderna Basilicata).[9][10] Recapturou Arpi.[11][12]

Anos finais[editar | editar código-fonte]

Em 209 a.C., seu pai, depois de eleito cônsul pela quinta vez,[13] ordenou que seu filho reorganizasse o que restou do exército de Cneu Fúlvio Centúmalo Máximo (4 334 soldados), que havia sido emboscado e morto por Aníbal na Segunda Batalha de Herdônia, e o levasse até o procônsul Marco Valério Levino na Sicília, assumindo o comando de duas legiões e trinta quinquerremes.[14] No ano seguinte, Fábio foi enviado pelo Senado até o exército estacionado em Venúsia.[15]

Segundo Plutarco, Fábio morreu antes do pai,[16][17] no ano do seu consulado.[18] Segundo Cícero,[17] foi depois, o que corrobora o relato de Lívio,[19] de que Fábio teria sido o legado do ditador Marco Lívio Salinador enviado, em 207 a.C., para informar ao Senado que era seguro retirar o exército consular da Gália Cisalpina, mas a identidade deste legado não é segura.[20] É provável que ele tenha morrido logo depois, em 206 a.C.. Sua oração fúnebre foi proferida por seu pai.

Árvore genealógica[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Fábio Máximo IV

com Marco Cláudio Marcelo III

Quinto Fábio Máximo
213 a.C.

com Tibério Semprônio Graco II

Sucedido por:
Quinto Fúlvio Flaco III

com Ápio Cláudio Pulcro


Referências

  1. Lívio, Ab Urbe Condita XXII, 53.1–8.
  2. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 9.4.
  3. a b Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 43.5.
  4. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 12.5-6.
  5. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 11.2; 12.6; 20.8.
  6. Fasti Capitolini [online]
  7. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Fábio, 24.1 [online]
  8. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Fábio, 24.2
  9. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 44.9.
  10. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 44.10.
  11. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 44-47.
  12. Broughton, p. 262–263.
  13. Lívio, Ab Urbe Condita XXVII, 6.9-11.
  14. Lívio, Ab Urbe Condita XXVII, 8.13.
  15. Lívio, Ab Urbe Condita XXVII, 29.1–4.
  16. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Fábio, 24.4
  17. a b Cícero, De Senectude, 4.12 [online]
  18. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Fábio, 1.5
  19. Lívio, Ab Urbe Condita XXVIII, 9.
  20. Broughton, pp. 297, 298 nota 4.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]