Reinaldo Manuel dos Santos
Reinaldo Manuel dos Santos | |
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Nascimento | 1731 |
Morte | 1791 (60 anos) |
Nacionalidade | portuguesa |
Ocupação | arquitecto e engenheiro militar |
Reinaldo Manuel dos Santos (1731 — 1791)[1] Arquiteto e engenheiro militar português, foi um dos maiores expoentes da arquitetura e do urbanismo pombalinos.[2][3]
Aprendiz no canteiro de obras de Mafra, Reinaldo Manuel dos Santos conheceu por intermédio de Ludovice a obra do italiano Domenico Fontana, que exerceria forte influência sobre seu estilo.[4] Após o terramoto de 1755, Santos fez parte da equipe de arquitetos e engenheiros militares que, sob a direção de Manuel da Maia, se ocupava da reconstrução de Lisboa. Conforme Horta Correia,
“Ao começar a obra, a acção no terreno foi institucionalizada em atelier, como hoje seria, constituindo-se a Casa do Risco das Obras Públicas, que centralizou todo o trabalho de equipa quer em projectação, quer em edificação. Chefiada por Eugénio dos Santos até à sua morte (1760), sucedeu-lhe Carlos Mardel e Reinaldo Manuel dos Santos.”[3]
Após colaborar com Machado de Castro na ereção da estátua equestre de D. José I na Praça do Comércio, em Lisboa, o arquiteto projetaria as novas Igrejas dos Mártires e de S. Nicolau, o Chafariz das Janelas Verdes e o Passeio Publico (este último desapareceria na segunda metade do século XIX, para ceder lugar à Avenida da Liberdade[5]).
Ainda durante o reinado de José I, o Marquês de Pombal determinou a edificação de uma cidade nova às margens do Guadiana, junto à fronteira da Espanha. Esta cidade-fábrica, denominada de Vila Real de Santo Antônio, cujo propósito era dar incremento à exploração dos recursos piscatórios da região, foi erigida segundo os planos urbanísticos e arquitetônicos de Reinaldo Manuel dos Santos[3][6].
A autoria do projeto da Vila Real de Santo Antônio serve hoje de reforço à atribuição ao arquiteto da traça da Fábrica Nacional de Cordoaria, em Lisboa. “(…) embora não se conheça com exatidão a data do início das obras de construção, sabe-se que foi do Governo de Marquês de Pombal a decisão de lançar uma nova Cordoaria nos areais da Junqueira, aparentemente para proporcionar melhores condições do que aquelas em que se efetuava o fabrico do cordame no Arsenal de Marinha, na Ribeira das Naus. A construção acabou por ser executada no Reinado de D. Maria I, sendo Presidente do Erário Régio o Marquês de Angeja e Ministro da Marinha, Martinho de Melo e Castro, tendo sido supostamente confiada ao Arquiteto Reinaldo Manuel dos Santos que, entre outras obras, concluiria a Basílica da Estrela”[7].
Director da Obra do Aqueduto das Águas Livres, de 1772 a 1791[8], Reinaldo Manuel dos Santos sucedeu a Mateus Vicente de Oliveira à frente dos trabalhos de construção da Basílica-Convento do Santíssimo Coração de Jesus, mais conhecida como a Basílica da Estrela.[4] Nesta posição, ele alteraria o projeto primitivo, de que resultou o alteamento da cúpula e das torres laterais e um novo perfil para o frontão que remata a fachada[9].
Obras
[editar | editar código-fonte]- Reconstrução da Igreja de Nossa Senhora dos Mártires (Lisboa)
- Reconstrução da Igreja de São Nicolau (Lisboa)[10]
- Chafariz do Largo do Carmo (Lisboa),[10] projetado em 1769-1770
- Chafariz da Buraca (Amadora),[10] projetado em 1771
- Chafariz das Janelas Verdes (Lisboa),[10] projetado em 1774
- Fábrica Nacional de Cordoaria ou Cordoaria Nacional (Lisboa), atribuição (data de construção incerta).
- Chafariz de Benfica (Lisboa),[10] projetado em 1779
- Chafariz da Rua de São Sebastião da Pedreira (Lisboa),[10] projetado em 1787
- Chafariz da Cruz das Almas (Lisboa)[10]
- Chafariz do Largo de São Paulo (Lisboa)[10]
- Passeio Público (Lisboa)[10]
- Basílica da Estrela (Lisboa)[1]
Referências
- ↑ a b «Estrela (Basílica da )». REVELAR LX. Consultado em 8 de Julho de 2012
- ↑ «LISBOA POMBALINA (Roteiro 2) | e-cultura». www.e-cultura.pt. Consultado em 31 de janeiro de 2022
- ↑ a b c Correia, José Eduardo Horta. «O lugar de Vila Real de Santo António na história do urbanismo português» (PDF). Impactum Coimbra University Press. Consultado em 30 de janeiro de 2022
- ↑ a b Funke, Klaus Werner (2004). «O pombalino religioso na dinâmica estilística das igrejas setecentistas» (PDF). Consultado em 30 de janeiro de 2022
- ↑ «Avenida da Liberdade». paixaoporlisboa.blogs.sapo.pt. Consultado em 31 de janeiro de 2022
- ↑ Rhoden, Luíz Fernando (1999). Urbanismo no Rio Grande do Sul: origens e evolução. [S.l.]: EDIPUCRS
- ↑ «Gabinete Nacional de Segurança - GNS». www.gns.gov.pt. Consultado em 31 de janeiro de 2022
- ↑ «Reinaldo Manuel dos Santos e o Aqueduto». Toponímia de Lisboa. 23 de maio de 2013. Consultado em 31 de janeiro de 2022
- ↑ Noé e Outros, Paula (1990). «Mosteiro do Santíssimo Coração de Jesus / Basílica e Convento da Estrela / Igreja Paroquial da Lapa / Igreja de Nossa Senhora da Lapa». Monumentos Sistema de Informação para o Patrimônio Arquitectónico. Consultado em 31 de janeiro de 2022
- ↑ a b c d e f g h i «Reinaldo Manuel dos Santos». Infopédia. Consultado em 8 de Julho de 2012