Salmonella paratyphi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaSalmonella enterica serovar paratyphi
Salmonella enterica
Salmonella enterica
Classificação científica
Domínio: Bacteria
Filo: Proteobacteria
Classe: Gammaproteobacteria
Ordem: Enterobacteriales
Família: Enterobacteriaceae
Género: Salmonella
Espécie: S. enterica
(Ver texto)

Nome binomial
Salmonella serovar paratyphi
(Kauffmann & Edwards 1952) Le Minor & Popoff 1987

Salmonella enterica serovar paratyphi é uma bactéria bacilar gram negativa, aeróbia, flagelada, não fermentadora de lactose, não formadora de esporos e de rápido crescimento que causa febre paratifoide. Possui três subtipos em ordem de frequência de casos: Paratyphi A, B e C. [1][2]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Salmonella paratyphi é transmitida por água e alimentos contaminada com fezes humanas e coloniza o trato gastrointestinal, geralmente assintomática em adultos saudáveis, mas pode causar enterite e diarreia em pessoas vulneráveis. As bactérias atravessam a camada mucosa e invadem os tecidos linfoides e os macrófagos onde começam a dividir intracelularmente e são levados para os nódulos linfáticos. Uma infecção sistêmica se desenvolve por 8 a 14 dias após a infecção inicial e as bactérias se espalham por medula óssea, fígado e baço e podem causar febre, dor e perda de apetite.[3]

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

É responsável por 6 milhões de casos de enterite por ano, sendo comum em países subdesenvolvidos, em locais com pior higiene e tratamento de água e alimentos, principalmente do sudeste da Ásia, mas também da África e América Latina.[4] Depois de tratados, aproximadamente 10% dos pacientes com febre paratifoide continuará a excretar S. paratyphi nas suas fezes durante até três meses, que podem infectar outros. Cerca de 2-3% dos pacientes em recuperação tornam-se portadores permanentes dessa bactéria.[2]

No Brasil, a transmissão é principalmente por consumo ou contato direto com carnes infectadas. Em três estudos entre 15 e 20% das carnes de frango investigadas estavam contaminadas com espécies de Salmonella. O pior resultado foi o de João Pessoa (PB) em que as amostras analisadas possuíam Salmonella spp. (71,7%), E. coli (95%) e S. aureus (43,35%). O número de carnes infectadas aumentam proporcionalmente com o aparecimento de Salmonellas multirresistentes a antibióticos.[5]

Patologia[editar | editar código-fonte]

Causa febre de até 40 ° C, dor de cabeça e prisão de ventre ou diarreia grave. Também pode causar erupção vermelha distinta sobre o tronco, tosse, dor de estômago e perda de apetite.[2][6]

Infecções sintomáticas por Paratyphi A levam a complicações em 10-15% dos casos, sendo as mais comuns: meningite, endocardite, abscesso hepático, câncer de vesícula biliar e pancitopenia. Tratamento com antibióticos reduz esse risco.[2]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

É resistente a ofloxacina, ácido nalidíxico e ciprofloxacino. Cefalosporinas e azitromicina são recomendados para tratar casos complicados, imunocomprometidos, bebês e idosos. Felizmente a maior parte dos casos de jovens e adultos saudáveis se resolve mesmo sem tratamento, apenas com repouso e reposição adequada de líquidos (beber muita água ou soro fisiológico).[2]

Referências

  1. Centers for Disease Control and Prevention [1] Arquivado em 23 de outubro de 2014, no Wayback Machine.. Acessado em novembro de 2014.
  2. a b c d e https://microbewiki.kenyon.edu/index.php/Salmonella_enterica_serovar_Paratyphi#References
  3. Gal-Mor O, et al: Molecular and Cellular Characterization of a Salmonella enterica Serovar Paratyphi A Outbreak Strain and the Human Immune Response to Infection. Clin Vaccine Immunol.
  4. Pakkanen SH, Kantele JM, Kantele A: Cross-reactive gut-directed immune response against Salmonella enterica serovar Paratyphi A and B in typhoid fever and after oral Ty21a typhoid vaccination. Vaccine 2012, 30: 6047-6053.
  5. SHINOHARA, Neide Kazue Sakugawa et al. Salmonella spp., importante agente patogênico veiculado em alimentos. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, vol.13, n.5 [cited 2015-12-24], pp. 1675-1683 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000500031&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1678-4561. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232008000500031.
  6. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Infectious Diseases Related to Travel – Typhoid and Paratyphoid Fever. http://wwwnc.cdc.gov/travel/yellowbook/2014/chapter-3-infectious-diseases-related-to-travel/typhoid-and-paratyphoid-fever.