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Sanxevilde

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Sanxevilde
Sanxevilde
Cidadela de Sanxevilde
Localização atual
Sanxevilde está localizado em: Geórgia
Sanxevilde
Localização do sítio na Geórgia
Coordenadas 41° 30' N 44° 30' E
País Geórgia
Região Baixa Ibéria
Dados históricos
Fundação século III a.C.
Abandono século XVIII
Notas
Acesso público Sim

Sanxevilde (em georgiano: სამშვილდე; romaniz.: Samšvilde) é uma cidade fortificada em ruínas e sítio arqueológico na Geórgia, no sul do país, perto da vila moderna homônima no município de Tetritscaro, região da Baixa Ibéria. As ruínas da cidade, principalmente estruturas medievais, se estendem por uma distância de 2,5 quilômetros de comprimento e 400 metros (1 300 pés) de largura no vale do rio Khrami.[1] Alguns dos monumentos mais reconhecíveis são a Igreja de Sanxevilde Sioni e uma cidadela erguida em um promontório rochoso do rio.

Sanxevilde aparece nos anais georgianos medievais como uma das cidades mais antigas da antiga Ibéria, datando do século III a.C.. Na Idade Média, era uma importante fortaleza, bem como uma animada cidade comercial e industrial. Mudou de mãos várias vezes. No final do século X, tornou-se capital dos reis armênios de Taxir-Zoraguete e foi incorporada ao Reino da Geórgia em 1064. A partir de meados do século XIII, conforme as fortunas da monarquia georgiana medieval decaíam, Sanxevilde entrou em declínio e foi reduzida a um posto avançado militar periférico. No final do século XVIII, estava em ruínas.

A etimologia do nome de Sanxevilde foi registrada pela primeira vez pelo cronista armênio do século X, João V, como significando em georgiano "três flechas",[2] de sami ("três") e mšvildi ("arco"). Na verdade, o topônimo é construído por meio de um circunfixo geográfico georgiano sa⟩ ⟨e[3][4] e significa "[um lugar] do arco".[5][6]

Pré-história

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Sanxevilde está centrada em um local naturalmente fortificado, um terreno rochoso na confluência dos rios Khrami e Chivechavi, quatro quilômetros ao sul da cidade de Tetriscaro. A expedição arqueológica de 1968-1970 descobriu duas camadas da cultura de Cura-Araxes do início da Idade do Bronze em Sanxevilde, nas encostas ao sul do Monte Carnecali, datando de meados do IV milênio e III milênio a.C., respectivamente. Este horizonte incluía um local de assentamento e cemitério, bem como um edifício de culto circular. Os artefatos desenterrados lá foram a cerâmica da Idade do Bronze e várias ferramentas de obsidiana.[7][8]

De acordo com as Crônicas Georgianas medievais, Sanxevilde era anteriormente conhecido como Orbi, um castelo cuja fundação foi atribuída a Cartlos, o etnarca mítico dos georgianos da Ibéria,[9] e que foi encontrado fortemente fortificado, mas sitiado e conquistado por Alexandre, o Grande, durante sua suposta campanha nas terras georgianas.[10] No século III a.C., sob os reis da Ibéria, Sanxevilde se tornou o centro de uma das subdivisões do reino, administrada por um eristavi ("duque"), nomeado primeiro por Farnabazo I, o primeiro na lista tradicional dos reis da Ibéria.[11][12] O rei Archil (ca. 411–435) deu Sanxevilde como apanágio a seu filho Mitrídates V, que então o sucedeu no trono da Ibéria. A esposa iraniana de Mitrídates, Sagducte, uma convertida ao cristianismo, é creditada por uma crônica georgiana como tendo construído a Igreja de Sanxevilde Sioni.[1][13]

Referências

  1. a b Gamkrelidze 2013, p. 440.
  2. Maksoudian 1987, p. 203 (LVII).
  3. Rapp 2003, p. 420.
  4. Bondyrev 2015, p. 109.
  5. Vivian 1991, p. 1.
  6. Muskhelishvili 2009, p. 131.
  7. Gamkrelidze 2013, p. 441–442.
  8. Demetradze 2010.
  9. Thomson 1996, p. 9.
  10. Thomson 1996, p. 14.
  11. Thomson 1996, p. 34.
  12. Toumanoff 1963, p. 185.
  13. Thomson 1996, p. 156.
  • Demetradze, Irina; Mirtskhulava, Guram (2010). «Cultural Continuity at Samshvilde». Universidade Estadual de Ilia. Kadmos. 2: 129–164. doi:10.32859/kadmos/2/129-164 
  • Bondyrev, Igor; Davitashvili, Zurab; Singh, Vijay P. (2015). The Geography of Georgia: Problems and Perspectives. Cham: Springer. ISBN 978-3319054131