Teresa Sousa
Teresa Sousa | |
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Nascimento | 21 de dezembro de 1928 Lisboa, Portugal |
Morte | 6 de janeiro de 1962 (33 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | portuguesa |
Área | Artes Plásticas, Gravura e Pintura |
Assinatura | |
Teresa Sousa |
Maria Teresa Fernandes de Sousa Cruz de Carvalho (Lisboa, 21 de dezembro de 1928 - Lisboa, 6 de janeiro de 1962), conhecida apenas como Teresa Sousa - como assinava os seus trabalhos - foi uma artista plástica portuguesa que se dedicou à gravura e à pintura.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Após os estudos liceais, iniciou, em 1947, na ESBAL (Escola Superior de Belas Artes de Lisboa), o Curso Superior de Pintura, que terminou em 1954. Durante a frequência do curso, foram-lhe atribuídos pela ESBAL os prémios: de maior classificação em pintura (ano letivo de 1950-51), “Constantino Fernandes” (1951-52), e "Veloso Salgado" (1952-53); pela Academia Superior de Belas Artes, os prémios “Lupi” (1951-52), e “Ferreira Chaves” (1952-53). Uma das suas primeiras exposições foi em 1953, no Salão da Jovem Pintura (Lisboa, Galeria de Março).
Em 1955, juntamente com os seus colegas Lourdes Castro, José Escada, e Cruz de Carvalho, seu futuro marido, inaugurou a Galeria Pórtico. Em simultâneo, e com estes artistas, dinamizou, no Museu Nacional de Arte Antiga, a exposição “Estudos sobre um tema de pintura”.
Ainda em 1955, esteve em Paris, como bolseira do Instituto de Alta Cultura (atualmente Instituto Camões), onde, no Atelier 17, de Stanley William Hayter,[2] e sob a orientação deste, estudou e trabalhou em gravura.
Também nesta época da sua vida foi animadora da Galeria Pórtico conjuntamente com Lourdes Castro, José Escada e Costa Pinheiro.[3] Neste âmbito, em 1956, organizou as exposições “Cartazes de Paris” e “Obras de Vieira da Silva existentes em Portugal”.[4]
Casou-se em 1957 com o designer José Maria Cruz de Carvalho. Nesse ano fez a sua única exposição individual,[5] tendo ainda participado na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Gulbenkian,[6] onde foi distinguida com um prémio de gravura [7] [nota 1].[nota 2] Ainda em 1957 esteve representada na I Bienal Internacional de Gravura, em Tóquio, e venceu o concurso para a capa do Guia Turístico do SNI (Secretariado Nacional de Informação).
Em 1958, participou na 5ª exposição “Bianco e Nero”, em Lugano, integrou a Missão Cultural Artística Portuguesa que visitou a Expo 58 (Bruxelas), e organizou a exposição de trabalhos das suas alunas “O branco, o preto e as cores”. Participou em várias exposições organizadas pela Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, para a qual fez 3 gravuras.
Um dos seus alunos foi o hoje internacionalmente reconhecido artista plástico português José de Guimarães.
O seu primeiro filho nasceu em 1959, ano em que recebeu o prémio Domingos Sequeira no I Salão dos Novíssimos e esteve representada pela primeira vez na Exposição Internacional Feminina do Museu de Arte Moderna de Paris. Em 1961 foi-lhe atribuído o 2º prémio de pintura da Exposição Antoniana do Estoril e no dia 29 de dezembro nasceu o seu segundo filho.
Sem nada que o fizesse prever, faleceu no dia 6 de janeiro de 1962.
Durante a sua curta vida artística (1955 – 1961), produziu um significativo número de obras – gravura (mais de 40), desenho, pintura - tendo deixado inacabados bastantes trabalhos, nomeadamente gravuras e cartões para tapeçarias.
Obra
[editar | editar código-fonte]A obra de Teresa Sousa distingue-se pelo interesse pelas técnicas de gravura (buril, em A Virgem e o Menino; água-forte, em O Atelier, 1956), bem como, do ponto de vista formal, pelo reconhecimento dos valores plásticos da Abstracção (liberdade no tratamento da mancha, liberdade do desenho), que concilia com temas de realidade sensível.[8]
O Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian possui na sua coleção alguns trabalhos de Teresa Sousa. [9]
- Gravura
- Pintura
Referências
- ↑ «Sousa, Teresa de». Consultado em 16 de janeiro de 2013
- ↑ «Stanley William Hayter foi uma artista referência em gravura. Ver entrada na versão da Wikipedia em inglês». Consultado em 24 de março de 2013
- ↑ «Galeria Pórtico-Teresa de Sousa». Consultado em 17 de janeiro de 2013
- ↑ «Catálogo da Exposição disponível na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian». Consultado em 20 de janeiro de 2013
- ↑ «Catálogo da Exposição disponível na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian». Consultado em 20 de janeiro de 2013
- ↑ «Catálogo da Exposição disponível na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian». Consultado em 20 de janeiro de 2013
- ↑ «A I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957): balanço da arte portuguesa na transição para os anos 60 e primórdios de uma colecção institucional (Leonor da Conceição Silva Ribeiro e Alves de Oliveira), pg. 219» (PDF). Consultado em 17 de janeiro de 2013
- ↑ Candeias, Ana Filipa, in Enciclopédia Verbo Luso Brasileira, Edição Séc. XXI, Volume 27, coluna 484
- ↑ http://gulbenkian.pt/cam/artist/teresa-sousa/
Notas
- ↑ Segundo o comité de atribuição de prémios da Fundação Calouste gulbenkian: Citação: ...os seus grandes prémios foram atribuídos a artistas já consagrados, com uma longa carreira artística. Também na escolha dos artistas premiados a Fundação procurou ser consensual, tendo atribuído os grandes prémios a artistas consagrados, identificados com o modernismo já assimilado do início do século XX. António Areal (desenho) e Teresa de Sousa (gravura), com 23 e 29 anos respectivamente, foram as excepções a esta selecção de prémios, que não deixou, portanto, de distinguir duas promessas de futuro das artes plásticas
- ↑ Ainda segundo o comité de atribuição de prémios, Citação: F.C.G.: é nos artistas mais jovens que a via abstractizante predomina, ora submetida a uma geometrização flexível (Cruz de Carvalho, Teresa Sousa)...