Thomas no Shinzō

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Thomas no Shinzō
トーマの心臓
(Tōma no Shinzō)
Gêneros Romance
Mangá
Escrito e ilustrado por Moto Hagio
Editoração Shogakukan
Revistas Shōjo Comic
Demografia Shōjo
Período de publicação 19741975
Volumes 3
Mangá
Hōmonsha
Escrito e ilustrado por Moto Hagio
Editoração Shogakukan
Revistas Flowers
Demografia Shōjo
Período de publicação 1980 – presente
Volumes 1
Outras adaptações
{{subst:dtag|nowiki|}}
Portal Animangá

Thomas no Shinzō (トーマの心臓 Tōma no Shinzō?, "O Coração de Thomas") é um manga shōjo escrito e ilustrado por Moto Hagio, considerado um dos primeiros exemplos de shōnen-ai (narrativa romântica com temática homossexual), ao lado da obra Kaze to Ki no Uta de Keiko Takemiya. Foi publicado pela editora Shogakukan na revista Shōjo Comic entre 1974 e 1975 em três volumes. Uma prequela do manga intitulada Hōmonsha (訪問者?), foi publicada na revista Flowers em 1980. O manga foi adaptado para o cinema com o filme 1999-nen no natsu yasumi,[1] e também para o teatro.

Enredo[editar | editar código-fonte]

A série passa-se num colégio interno da Alemanha, onde um rapaz chamado Thomas Werner se suicida, e deixa uma carta para Julusmole Bayhan, um rapaz que Thomas amava. A história muda após a chegada de Eric Fruehling, um rapaz com a aparência idêntica de Thomas.

Personagens[editar | editar código-fonte]

Thomas Werner (トーマ・ヴェルナー Tōma Verunā?)
Um rapaz de treze anos de idade, que comete suicídio no início da história, deixando uma carta para Juli.
Julusmole Bayhan (ユリスモール・バイハン Yurisumōru Baihan?)
Julusmole Bayhan, também conhecido pela alcunha Juli (ユーリ Yūri?), é um rapaz que também ama Thomas de facto, mas por causa do abuso sexual cometido por seu colega sénior, Juli julga-se indigno do amor e se afasta de Thomas.
Oscar Reiser (オスカー・ライザー Osukā Raizā?)
Um colega de Juli que age como delinquente, mas no fundo possui um forte senso de responsabilidade com os outros, sendo um dos únicos colegas que conhece o passado de Juli.
Eric Fruehling (エーリク・フリューリンク Ēriku Furyūrinku?)
Um estudante transferido, que se parece com Thomas.

Média[editar | editar código-fonte]

Manga[editar | editar código-fonte]

Embora a autora de manga Moto Hagio conhecesse a revista gay Barazoku, foi a partir do filme francês Les Amitiés particulières realizado por Jean Delannoy, que se inspirou para escrever Thomas no Shinzō, e logo após escreveu a obra 11-gatsu no Gymnasium (11月のギムナジウム Juichigatsu no Gimunajiumu?). A determinada altura, Moto Hagio considerou a possibilidade das personagens protagonistas serem meninas, e desenhou algumas cenas num caderno de rascunho, mas decidiu que a versão com meninos seria mais suave e menos jovial. Quando a série começou a ser publicada, não foi bem aceite, então os editores de Moto Hagio pediram a ela que concluísse o manga rapidamente, devido ao sucesso da sua outra obra Poe no Ichizoku no formato encadernado.[2] Durante uma entrevista, Moto Hagio disse que o tema do manga seria "Quando uma pessoa aprende a amar? Quando o amor despertará?".[2]

Filme[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: 1999-nen no natsu yasumi

O filme de 1988, 1999-nen no natsu yasumi (1999年の夏休み Sen-kyūhyaku-kyūjūkyū-nen no natsu yasumi?) realizado por Shusuke Kaneko, foi baseado em Thomas no Shinzō,[2] e as personagens masculinas foram interpretadas por meninas que vestiam calções e faziam falas masculinas. No filme, as personagens Thomas e Eric foram renomeadas para Yuu e Kaoru, um nome neutro em termos de género.[1] Posteriormente, o filme foi romantizado.[3] Em setembro de 2011, a editora Fantagraphics Books adquiriu os direitos de publicação da série na América do Norte,[4] e publicou o manga em janeiro de 2013.[5]

Teatro[editar | editar código-fonte]

Em 1995, o grupo teatral japonês Studio Life sugeriu que o manga fosse adaptado para o teatro. Em 2005, a obra foi adaptada para o teatro e encenada duas vezes.[2]

Receção[editar | editar código-fonte]

O antropólogo Matt Thorn escreveu que Thomas no Shinzō tratava-se de um "amor espiritual ou mental",[2] e que a obra posterior de Moto Hagio, Zankokuna Kami ga Shihai Suru, era a "versão adulta" de Thomas no Shinzō.[2] Bill Randall notou a formação de vários hábitos no manga shōjo de Moto Hagio, como o uso de asas angelicais.[6] Midori Matsui interpretou o manga nos termos da teoria de Sigmund Freud e considerou que a relação entre as personagens era vivida num "universo edípico fechado como a persona fragmentada do ego narcisista".[7] Para James Welker, o tema principal do manga foi o amor, e descreveu a representação da obra como "graciosa, por vezes traumática", considerando o desempenho da vida das personagens principais.[8]

Referências

  1. a b «1999年の夏休み(1988)». Allcinema (em japonês). Stingray. Consultado em 14 de julho de 2017 
  2. a b c d e f Thorn, Matt (julho–agosto de 2005). «The Moto Hagio Interview». The Comics Journal (em inglês) (269). Consultado em 14 de julho de 2017. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2015 
  3. Welker, James (2006). «Beautiful, Borrowed, and Bent: "Boys' Love" as Girls' Love in Shōjo Manga». Signs: Journal of Women in Culture and Society (em inglês). 31 (3): 851. doi:10.1086/498987 
  4. «Moto Hagio's The Heart of Thomas coming in Summer/Fall 2012» (em inglês). Fantagraphics Books. Consultado em 14 de julho de 2017 
  5. «Fantagraphics Books Presents Moto Hagio's The Heart of Thomas January 2013» (em inglês). Anime News Network. 27 de novembro de 2012 
  6. Randall, Bill. «Three By Moto Hagio». The Comics Journal (em inglês) (252). Consultado em 14 de julho de 2017. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2007 
  7. Matsui, Midori (1993). Gunew, S.; Yeatman, A., eds. «Little girls were little boys: Displaced Femininity in the representation of homosexuality in Japanese girls' comics». Halifax: Fernwood Publishing. Feminism and The Politics of Difference (em inglês): 177–196 
  8. Welker, James (20 de maio de 2015). «James Welker. Review of The Heart of Thomas [Tōma no shinzō]. By Hagio Moto. Trans. Matt Thorn». Mechademia (em inglês) 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]