Tiametoxam

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Tiametoxam
Alerta sobre risco à saúde
Identificadores
Número CAS
SMILES
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

O tiametoxam é um inseticida de amplo espectro da família dos neonicotinoides.

História[editar | editar código-fonte]

O tiametoxam foi desenvolvido pela Syngenta. Posteriormente, houve uma disputa pela patente com a Bayer, que já detinha patentes de outros neonicotinoides, incluindo a imidacloprida. Em 2002 a disputa foi resolvida quando a Syngenta pagou à Bayer 120 mihões de dólares, em troca dos direitos mundiais do tiametoxam.[1]

Usos[editar | editar código-fonte]

O tiametoxam é um inseticida sistêmico que é rapidamente absorvido e transportado a toda a planta, impedindo que insetos se alimentem da planta. É ativo no estômago dos insetos e também por contato direto. Nos insetos atua, da mesma forma que outros neonicotinoides, interferindo na transferência de informações entre células nervosas, fazendo com que os insetos fiquem paralisados.

É efetivo contra Aphididae, Thysanoptera, Coleoptera, Chilopoda, Diplopoda, Symphyta e Isoptera.

É uma sustância moderadamente tóxica. É tóxica para Apis mellifera e prejudicial a organismos aquáticos e edáficos.

Relação com o colapso das colônias de abelhas[editar | editar código-fonte]

O tiametoxam, assim como outros inseticidas, foi relacionado com o distúrbio do colapso das colônias de abelhas melíferas. O produto pode migrar para o pólen e o néctar das plantas, afetando os insetos polinizadores.

Segundo a Anses (Agence nationale sanitaire de l'alimentation, de l'environnement et du travail), a agência francesa de segurança sanitária dos Alimentos, o limite máximo tolerável para que não haja mortalidade de abelhas é de 1,8 nanogramas por abelha, durante uma exposição de 10 dias; doses de 5 nanogramas/abelha dificultam a volta do inseto à colmeia.[2] A concentração de tiametoxam no pólen varia, podendo chegar a 4,8 nanogramas por grama. Um estudo de 2012 simulando as condições reais mostrou que a mortalidade de abelhas por não conseguirem voltar à colmeia pode até triplicar se elas tiverem contato com resíduos de tiametoxam.[3]

A agência francesa autorizou o uso deste inseticida em sementes de milho, recomendando todavia que não fossem colocadas colmeias a menos de 3 km das áreas de cultivo tratadas com o produto ou que pudessem ter resíduos de tiametoxam. O produto, vendido em muitos países sob a marca Cruiser e a autorização do seu uso na lavoura de milho, colza, girassol, etc. foi muito criticada pela União Nacional de Apicultura Francesa. Afinal, em fevereiro de 2011, o Conselho de Estado francês revoglou as autorizações emitidas em 2008 e 2009, pelo Ministério da Agricultura da França, para a comercializaçã do Cruiser. Mas o Conselho não se pronunciou sobre um outro produto similar, o Cruiser 350.[4]

Na Alemanha, o uso de tiametoxam é sujeito a restrições: a autorização de comercialização foi suspensa inicialmente e depois liberada para certos cultivos.[5]

Em março de 2012 a prestigiosa revista científica Science publicou um artigo que mostra a relação entre a presença de tiametoxam na alimentação das abelhas melíferas e a desorientação (dificuldade para encontrar o caminho de volta à colmeia) desses insetos, o que pode explicar o fenômeno de despovoamento conhecido como colapso das colonias.[6]

A partir de 1° de dezembro de 2013, o uso de três inseticidas neonicotinoides (clotianidina, tiametoxam e imidacloprida) será proibido por dois anos, nas lavouras de milho, colza, girassol, algodão e cereais, por decisão da Comissão Europeia.[7]

Referências