Timaliídeos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaTimaliídeos
Tagarela-de-garganta-estriada, (Mixornis gularis)
Tagarela-de-garganta-estriada, (Mixornis gularis)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Passeri
Superfamília: Sylvioidea
Família: Timaliidae
Vigors & Horsfield, 1827
Gêneros
10, ver texto

Os timaliídeos (Timaliidae) são uma família de aves passeriformes nativa do Velho Mundo, que compreende cerca de 56 espécies de tagarelas. São bastante diversos em tamanho e coloração, mas são caracterizados por uma plumagem macia. São aves de áreas tropicais, com maior variedade no Sudeste Asiático e no subcontinente indiano. O termo tagarela anteriormente também referia-se aos bombicilídeos e pnoepigídeos.

A diversidade morfológica é bastante alta; a maioria das espécies assemelha-se a toutinegrasgaios ou tordos. Este grupo está entre as famílias de aves do Velho Mundo com o maior número de espécies ainda sendo descobertas.

Características[editar | editar código-fonte]

Os tagarelas são aves de pequeno a médio porte. Possuem pernas fortes, e muitos são bastante terrestres. Normalmente têm bicos generalizados, semelhantes aos de um tordo ou toutinegra, exceto os membros dos gêneros Pomatorhinus e Erythrogenys, que portam de bicos grossos e curvados. A maioria tem plumagem predominantemente marrom com tons de cinza, e pouco dimorfismo sexual, mas também existem muitas espécies de cores mais vivas.[1]

Este grupo não é migratório, e a maioria das espécies possuem asas curtas e arredondadas e um voo fraco. Vivem em ambientes levemente arborizados ou em cerrados, variando desde pântanos a quase desertos. São principalmente insetívoros, embora muitos também alimentam-se de bagas, e espécies maiores até comem pequenos lagartos e outros vertebrados.[1]

Os tagarelas vivem em comunidades e são altamente sociáveis, defendendo territórios conjuntamente. Muitos até se reproduzem em comunidade, com um par dominante construindo um ninho e o restante ajudando a defender e criar seus filhotes. Os machos jovens permanecem com o grupo, enquanto as fêmeas se afastam para encontrar um novo grupo e, assim, evitar a endogamia. Fazem ninhos de galhos e os escondem na vegetação densa.[1]

Sistemática[editar | editar código-fonte]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

A sistemática dos timaliídeos tem sido contestada há muito tempo. Durante grande parte do século XX, a família foi usada como um "táxon de descarte" para inúmeras aves canoras do Velho Mundo difíceis de serem categorizadas (como Picathartidae). O ornitólogo alemão Ernst Hartert fez uma piada quando, em 1910, resumiu essa atitude com a afirmação de que, nos passeriformes: "Was man nicht unterbringen kann, sieht man als Timalien an." (O que não se pode categorizar sistematicamente é considerado um tagarela).[2]

Os taxóns mais obviamente deslocados foram removidos aos poucos no final do século passado. Desde então, com o auxílio de dados de sequência de DNA, foi confirmado que mesmo o grupo restante não é monofilético. A análise dos dados do mtDNA citocromo b 12S/16S rRNA (Cibois 2003a) alegou que os timaliídeos foram estudados através do que essencialmente era uma politomia mal resolvida com os silviídeos e zosteropídeos.[3]

Classificação[editar | editar código-fonte]

A família atualmente inclui 56 espécies divididas nos seguintes 10 gêneros:[4]

Imagem Gênero  Espécies
Erythrogenys Baker, 1930
Pomatorhinus Horsfield, 1821
Spelaeornis David & Oustalet, 1877 – tagarelinhas
Stachyris Hodgson, 1844
Cyanoderma Salvadori, 1874[5]
Dumetia Blyth, 1852
Mixornis Blyth, 1842
Macronus Jardine & Selby, 1835
Timalia  Horsfield, 1821
Melanocichla Sharpe, 1883

Referências

  1. a b c Perrins, C. (1991). Forshaw, Joseph, ed. Encyclopaedia of Animals: Birds. London: Merehurst Press. pp. 188–190. ISBN 1-85391-186-0 
  2. Hartert, Ernst (1910). Die Vögel der paläarktischen Fauna systematische Übersicht der in Europa, Nord-Asien und der Mittelmeerregion vorkommenden Vögel (em alemão). 1. Berlin: R. Friedländer & Sohn. p. 469 
  3. Cai, T.; Cibois, A.; Alström, P.; Moyle, R.G.; Kennedy, J.D.; Shao, S.; Zhang, R.; Irestedt, M.; Ericson, P.G.P.; Gelang, M.; Qu, Y.; Lei, F.; Fjeldså, J. (2019). «Near-complete phylogeny and taxonomic revision of the world's babblers (Aves: Passeriformes)». Molecular Phylogenetics and Evolution. 130: 346–356. PMID 30321696. doi:10.1016/j.ympev.2018.10.010Acessível livremente 
  4. Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (Janeiro de 2021). «Babblers & fulvettas». IOC World Bird List Version 11.1. International Ornithologists' Union. Consultado em 17 de junho de 2021 
  5. Collar, N. J.; Robson, C. (2016). «Scimitar-babblers and allies». In: del Hoyo, J.; Elliott, A.; Sargatal, J.; Christie, D. A.; de Juana, E. Handbook of the Birds of the World. 2: Passerines. Barcelona: Lynx Edicions 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Imagens e media no Commons
Wikispecies Diretório no Wikispecies