Red Metropolitana de Movilidad

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Ônibus elétricos que começaram a circular desde dezembro de 2018.

Red Metropolitana de Movilidad (anteriormente chamado de Transantiago até 12 de março de 2019) é o sistema de transporte público urbano que opera na região metropolitana da cidade de Santiago, capital do Chile. A operação completa da rede integrada foi implantada a partir de 10 de fevereiro de 2007. O sistema anterior era pulverizado, operado por mais de mil operadores independentes, com itinerários redundantes e ônibus antigos. O Transantiago introduziu uma rede integrada, com serviços alimentadores e troncais, integrados com o Metrô de Santiago. Para garantir uma tarifa única é integrada implantou-se a cobrança eletrônica, realizada com o cartão chamado de Bip!.[1] A rede do Transantiago está inspirada nos sistemas de veículo leve sobre pneus (VLP) implantados em Curitiba (Rede Integrada de Transporte) e Bogotá (TransMilenio).

Ônibus articulados do sistema Transantiago.

A implantação do Transantiago gerou vários problemas, desvendando importantes deficiências e erros tanto de planejamento como de implantação do esquema.[2] Durante os primeiros dias de operação do sistema integrado a oferta de serviço dos ônibus foi insuficiente,[3] o sistema de cobrança eletrônica mal funcionou, a insegurança nos usuários provocou uma procura excessiva do metrô, lotando sua capacidade,[4] e aconteceram outras falhas, causando uma grave crise ao nível nacional, com forte deterioração da imagem pública e popularidade do governo da presidente Michelle Bachelet.[5]

Em 12 de março de 2019, foi anunciada a mudança do nome do sistema, com o qual o Transantiago passou a se chamar "Rede de Mobilidade Metropolitana" (com ênfase especial na palavra "Rede"), referindo-se ao esquema de rede de serviços de transporte quanto à denominação da cor vermelha em inglês, pois esta tonalidade será a predominante nos novos ônibus do sistema.

Descrição do sistema[editar | editar código-fonte]

Objetivos[editar | editar código-fonte]

  • Promover o uso dos transportes públicos.
  • Melhora a qualidade do transporte público, eliminando a concorrência entre operadores nas ruas e substituindo a frota de ônibus.
  • Mitigar os altos níveis de poluição do ar e os níveis de ruído através da redução do número de ônibus, de 7,000 para 4,600 veículos, e também reduzindo as emissões poluentes dos ônibus antigos.
  • Reduzir os tempos de viagem.

Nova estrutura das linhas[editar | editar código-fonte]

Os serviços de ônibus foram divididos em dois sub-sistemas. O primeiro sub-sistema corresponde as linhas tronco, que complementam a rede do metrô, permitindo assim viagens entre as diferentes zonas da cidade. O segundo sub-sistema correspond as linhas de alimentação local, que permitem viagens curtas e alimentam o metrô e as linhas troncais. Os serviços locais estão organizados en dez unidades,[6] cada uma correspondindo a uma o mais prefeituras de Santiago.

A Santiago
B Conchalí, Huechuraba, Independencia, Quilicura, Recoleta, Renca
C Las Condes, Lo Barnechea, Providencia, Vitacura
D La Reina, Macul, Ñuñoa, Peñalolén
E La Florida, La Granja
F Puente Alto
G El Bosque, La Cisterna, La Pintana, San Bernardo, San Ramón
H Lo Espejo, Pedro Aguirre Cerda, San Joaquín, San Miguel
I Cerrillos, Estación Central, Maipú
J Cerro Navia, Lo Prado, Pudahuel, Quinta Normal
Map of the zones of Transantiago
Map of the zones of Transantiago

O detalhamento das linhas troncais e alimentadoras locais pode ser consultado no site oficial de Transantiago.[7]

Veículos[editar | editar código-fonte]

Especificações técnicas[editar | editar código-fonte]

Ônibus articulado troncal de Transantiago 401, na estação de transferência Escuela Militar, Santiago do Chile.

O Sistema Transantiago é operado por onze empresas privadas, seis das quais adquiriram em 2009 1.045 chassis Mercedes-Benz para renovar suas frotas. Um total de 653 chassis O 500 U[8] de piso baixo foram encomendados por cinco clientes: Buses Gran Santiago, Buses Metropolitana, Las Araucarias, Nuevo Milenio e STP. As demais 392 unidades serão entregues à Buses Vule.[9]
Com os 1.045 chassis produzidos na planta da Mercedes-Benz do Brasil em São Bernardo do Campo, São Paulo e encarroçados pela Caio Induscar, o número de ônibus no sistema sobe para 6.400, dos quais 3.800 são da marca Mercedes-Benz.[9]

A maioria dos ônibus de piso baixo utilizados no Transantiago foram fabricados no Brasil pela Volvo. As empresas operadoras do Transantiago compraram 1,157 ônibus articulados[10] e 510 ônibus urbanos padrão (12 m de cumprimento).[11]

Problemas e críticas[editar | editar código-fonte]

Segundo a revista "The Economist", o esquema implantado em Santiago tem sido "a mais ambiciosa reforma do sistema de transporte tentada num país em desenvolvimento". Outras cidades da América Latina, como Curitiba, Brasil e Bogotá, Colômbia, conseguiram implantar sistemas de ônibus similares com sucesso, mas nessas cidades a implementação foi executada por etapas e com mudanças graduais, o que permitiu realizar ajustes e corrigir erros rápidamente, e sem provocar insuficiência no serviço recebido pelos usuários.[12] Uma das principais lições aprendidas nos processos de planejamento e implantação do Transantiago é o alto risco e as consequências negativas de implantar todas as mudanças de um esquema operativo novo ao mesmo tempo, com um enfoque chamado de "Big Bang", sem uma transição entre o sistema antigo e o novo esquema.[2][13][14][15]


Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Transantiago Informa. «Qué es Transantiago?». Website oficial de Transantiago. Consultado em 17 de fevereiro de 2008 
  2. a b Luis Willumsen (8 de janeiro de 2008). «Off to a Chilly Start: two views on TranSantiago, Chile» (PDF). The World Bank, "Transforming Transportation", Washington, D.C. Consultado em 17 de fevereiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 27 de fevereiro de 2008 
  3. Radio Universidad de Chile, 17/02/2007, «Empresario Manuel Navarrete multado con 30 mil UF por fallas del Transantiago» Arquivado em 10 de abril de 2008, no Wayback Machine. ((em castelhano))
  4. «Metro registra la mayor afluencia de pasajeros de su historia Site do Metrô de Santiago, 22/02/2007 ((em castelhano))» (em catalão). Arquivado do original em 12 de outubro de 2007 
  5. "El Mercurio Online, 07/03/2007 Encuesta Adimark: Aprobación de Bachelet registra una drástica caída en la capital ((em castelhano))
  6. «Zonas locales de Transantiago» 
  7. «Lista de mapas e itinerários do Transantiago» 
  8. «Mercedes-Benz, modelo O 500 U» (PDF) 
  9. a b «Daimler Buses vende 1.045 chassis de ônibus Mercedes-Benz para o Chile» 
  10. «Volvo Brasil, modelo B9SALF» 
  11. «Volvo Brasil, modelo B7RLE» 
  12. THE ECONOMIST: The slow lane. Santiago: Fallout from a botched transport reform, ed. 9 de fevereiro 2008 vol. 386 (8566) Versão impressa pp. 40-41, acessado 10/02/2008 ((em inglês))
  13. Yanbin Wang (10 de julho de 2007). «Brief Observation of Transantiago de Chile» (PDF). Consultado em 16 de fevereiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 27 de fevereiro de 2008 
  14. Gideon Long (14 de dezembro de 2007). «The Mass Transit System from Hell». TIME. Consultado em 16 de fevereiro de 2008 
  15. German Correa (18 de janeiro de 2008). «Off to a Chilly Start: The Case of TranSantiago, Chile, or What Went Wrong Wrong?» (PDF). The World Bank and World Resources Institute: BRT 85th Annual Meeting, "Transforming Transport", Washington, D.C. Consultado em 16 de fevereiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 27 de fevereiro de 2008 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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