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Perda Auditiva[editar | editar código-fonte]

Perda auditiva é a perda da capacidade, parcial ou total, de percepção dos sons. A perda da habilidade de ouvir os sons, pode ser temporária ou permanente e pode ocorrer em apenas uma orelha (perda unilateral) ou em ambas orelhas (perda bilateral).

A perda auditiva pode estar associada a uma série de fatores, desde uma simples rolha de cera ou corpo estranho no conduto auditivo, como também, complicações associadas ao envelhecimento, como a presbiacúsia. Um dos fatores que podem levar a uma perda é a exposição à ruídos muito altos por um longo período de tempo, algumas infeções, otite externa e doenças como, meningite, caxumba e esclerose múltipla, doenças que afetam as células auditivas. Traumas no ouvido, como uma perfuração no tímpano e alguns medicamentos ou uso de toxinas. Uma das causas mais comuns são as infeções crónicas do ouvido, como a otite media e interna. E algumas infeções durante a gravidez, como a rubéola, podem também causar a condição ou complicações no nascimento.

Para o diagnóstico da perda auditiva é necessário a realizar um exame auditivo, uma audiometria, que confirme que a pessoa é incapaz de ouvir abaixo de 25 decibéis em várias frequências, em pelo menos um dos ouvidos. Os exames auditivos são recomendados para todos os recém-nascidos[1], no Brasil, temos o teste da orelhinha, que faz o diagnóstico precoce de perdas auditivas congênitas.

Significado: Perca da habilidade de ouvir os sons. Tipos: Condutivo, Neurosensorial e Mista.        Causas: Envelhecimento, exposição à ruídos, infecções, traumas no ouvido, infecções crônicas, problemas na gestação ou no parto, rolha de cera, corpo estranho no conduto, entre outras. Complicações: Atraso no desenvolvimento infantil; dificuldades na socialização e integração; isolamento do convívio social; depressão; entre outras. Prevenção: Evitar a exposição a ruídos intensos; usar equipamentos de proteção individual, protetores auriculares, evitar o consumo de determinadas toxinas; vacinação e cuidados na gestação. Profissional: Otorrinolaringologista e Fonoaudiólogo. Tratamento: Aparelho auditivo, implante coclear, linguagem gestual e labial.

A perda auditiva pode ser classificada em graus: leve, moderada, severa e profunda. Para classificar a perda, o profissional utiliza como base os limiares auditivos de algumas frequências da audiometria . A escolha da classificação fica a critério do profissional. Entretanto, é necessário que o fonoaudiólogo indique qual foi a classificação adotada, desde que a classificação seja reconhecida e validada cientificamente.

Classificações Frequências
Bureau International d’AudioPhonologie, BIAP, 1996[2] 500Hz,1Hz, 2Hz e 4Hz
Lloyd e Kaplan, 1978[3] 500Hz, 1Hz e 2Hz
Davis, 1970-1978[3] 500Hz, 1Hz e 2Hz

Existem três tipos principais de perda auditiva: condutiva, neurossensorial e mista. A perda condutiva é causada por uma obstrução ou bloqueio na passagem do som na orelha externa. A perda auditiva neurossensorial ou sensorioneural é causada por problemas na orelha interna ou nervo auditivo - o nervo que transporta os sons da orelha interna para o cérebro. E a perda mista engloba os dois tipos de perda: condutora e neurossensorial. Isso significa que podem existir danos tanto na orelha externa como interna.

A perda auditiva pode ser evitada. Entre as medidas de prevenção estão a vacinação, cuidados de saúde adequados durante a gravidez, utilizar equipamentos de proteção individual em ambientes ruidosos, evitar a exposição a ruídos intensos, usar protetores auriculares, evitar o consumo de determinados medicamentos. A Organização Mundial de Saúde [4] recomenda que os jovens limitem o uso reprodutores de mídia portáteis a uma hora por dia de forma a diminuir a exposição ao ruído e evitar uma possível perda no futuro. O diagnóstico precoce e o apoio são importantes durante a infância, por isso, o teste da orelhinha vem ganhando destaque como uma das formas mais importantes para diagnóstico em recém nascidos. Para muitas pessoas com a condição, sejam congênitas ou perdas adquiridas ao longo da vida os aparelhos auditivos, a linguagem gestual, os implantes cocleares, as legendas e a leitura labial são medidas eficazes que ajudam a contornar as dificuldades e melhorar a qualidade de vida dessa população.

Durante a infância, a perda auditiva pode afetar a capacidade de aprendizagem, de fala e a possibilidade de comunicação. A audição é um dos fatores essenciais para o desenvolvimento das crianças, por isso, uma criança com perda auditiva pode ter um atraso no seu desenvolvimento e ter dificuldades na socialização.  Em algumas pessoas, principalmente idosos, a perda auditiva pode estar associada a solidão[4], depressão, isolamento do convívio social[5]. A perda auditiva pode afetar diretamente a qualidade de vida, bem-estar emocional e mental do indivíduo quando não tratada corretamente.

Alguns sinais e sintomas mais frequentes da perda auditiva adquiridas ao longo da vida são: isolamento social; pedir para repetir algo que foi dito; aumentar o volume da TV, rádio, música e outras fontes de áudio; não tolerar sons intensos; ter zumbido nos ouvidos; fazer leitura labial; ter dificuldade para falar no telefone. Com os recém nascidos que possuem uma perda, é importante que a mãe fique atenta aos sinais do bebê: se ele acompanha a voz dos pais, se reage a sons altos, procura ou detecta de onde o som está vindo, se parou de balbuciar, se a criança desenvolveu a fala no tempo esperado, se essa criança parece estar sempre distraída, não atendendo quando é chamada ou a comandos da família, se ela se frustra com a comunicação. [6]

Organização Mundial da Saúde e a Perda Auditiva[editar | editar código-fonte]

Mundialmente falando, a OMS estima que 1 em cada 4 pessoas terão problemas auditivos até 2050.[7]

O Relatório Mundial sobre Audição da Organização Mundial da Saúde (OMS), relata que se nada for feito para prevenir e tratar as perdas auditivas, uma base de 2,5 bilhões de pessoas em todo mundo – uma a cada quatro pessoas terão alguma perda auditiva até 2050. Globalmente, mais de 1,5 bilhão de pessoas experimentam algum grau de perda auditiva. Destes, estima-se que 430 milhões tenham perda auditiva moderada ou grave no ouvido com melhor audição.[8]

Na Região das Américas da OMS, cerca de 217 milhões de pessoas vivem com perda auditiva, ou seja, 21,52% da população. Espera-se que, até 2050, esse número possa subir para 322 milhões, só nas Américas. A maioria das pessoas com perda auditiva não tem acesso a informações e intervenções adequadas algo que interfere diretamente na qualidade de vida desses indivíduos. Dessa forma, intervir com propostas de prevenção faz- se essencial para tratar a perda auditiva, a fim de mudar o grande impacto que essa perda pode causas em todas as fases da vida de um indivíduo.

Podemos analisar a trajetória que uma pessoa percorrer ao longo de sua vida determina de muitas maneiras a capacidade auditiva dela, por isso, campanhas de cuidados como o Dia Mundial da Audição, divulgação de informações sobre os cuidados necessários para a prevenção, como a imunização de doenças como a rubéola e meningite, triagem e tratamento precoce de otite média - doenças inflamatórias do ouvido, controle do ruído excessivo, entre outras, são muito importantes para proteger a audição de cada indivíduo.

Referências[editar | editar código-fonte]

AUDIOLOGIA EDUCACIONAL E ( RE)HABILITAÇÃO AUDITIVA I[editar | editar código-fonte]

HABILIDADES AUDITIVAS As habilidades auditivas são um conjunto de competências adquiridas ao longo dos primeiros anos de vida que permitem o desenvolvimento adequado da audição e, consequentemente, da linguagem. Tal desenvolvimento está relacionado com a integridade de todo o sistema auditivo, tanto periférico quanto central, e com a estimulação acústica do ambiente em que a criança está inserida.

Elas apresentam diferentes graus de complexidade e se apresentam de forma hierárquica. Ou seja, o desenvolvimento de uma habilidade mais complexa depende diretamente do desenvolvimento de uma habilidade mais simples, seguindo a seguinte ordem: detecção, localização, discriminação, reconhecimento e compreensão. No entanto, é natural que a criança seja capaz de desenvolvê-las de forma simultânea. Além disso, é importante destacar que a atenção e a memória são aspectos fundamentais para que estas habilidades sejam expandidas e aperfeiçoadas ao decorrer dos anos.

Detecção

Capacidade de responder à presença e à ausência de sons. Tal habilidade pode ser percebida, por exemplo, quando a criança vira a cabeça procurando o som ou quando se assusta com barulhos.

Localização

Capacidade de perceber de onde o som está vindo. Tal habilidade pode ser percebida, por exemplo, quando a mãe chama a criança pelo seu lado direito e ela atende, virando a cabeça para o mesmo lado.

Discriminação

Capacidade de perceber as similaridades e as diferenças entre dois ou mais sons. Tal habilidade pode ser percebida, por exemplo, quando a criança identifica que “mão” é diferente de “pão” ou quando percebe que tais palavras terminam com o mesmo som.

Reconhecimento

Capacidade de associar os sons com o que ele representa. Tal habilidade pode ser percebida, por exemplo, quando a criança repete o que foi falado ou quando aponta para algo que se associa ao som que ouviu.

Compreensão

Capacidade de estabelecer relações entre os sons e compreender a fala. Tal habilidade pode ser percebida, por exemplo, quando a criança segue instruções ou quando responde ao que é perguntado.

O objetivo principal da audiologia é garantir a comunicação e, com isso, a qualidade de vida do indivíduo, através da otimização das habilidades auditivas, melhorando assim a habilidade de ouvir e se comunicar na vida diária. Dessa forma, um indivíduo com perda auditiva, por exemplo, geralmente apresenta dificuldades na discriminação, na localização, no reconhecimento e na compreensão auditiva. Portanto, para tornar a sua comunicação mais efetiva, ao ser habilitado com o aparelho auditivo ele precisará de estimulação para a melhoria das habilidades auditivas e o refinamento desses aspectos.

Estudos também mostram a relação entre as habilidades auditivas e cognitivas, pois um paciente que tenha transtorno no processamento auditivo, ou seja, que escuta mas não processa a informação que recebe, também precisará de estimulação das habilidades da audição, pois a partir do momento em que ele tinha dificuldade no processamento ele pode ter dificuldades na discriminação dos sons, na compreensão auditiva e no reconhecimento dos estímulos sonoros.

Essas habilidades têm relação direta com o desenvolvimento da linguagem, a aprendizagem e o comportamento do indivíduo, pois sem elas, o indivíduo não conseguirá absorver as informações e a diferenciação dos sons, aspectos essenciais para tal desenvolvimento. Dessa forma, é possível perceber a importância de, ao examinar a integridade do sistema auditivo e cognitivo, examinar também os fatores ligados às habilidades da audição, pois para a evolução do tratamento, é imprescindível que elas estejam preservadas para que o objetivo de melhorar a comunicação do paciente seja alcançado.


Referências[editar | editar código-fonte]

ERBER NP. Auditory Training. Washington DC: Alexander Graham Bell Association for the Deaf, 1982. 197p. BEVILACQUA, M. C.; FORMIGONI, G. M. P. Audiologia educacional: uma opção terapêutica para a criança deficiente auditiva. 3 ed. São Paulo: Pró fono, 2000. 86 p.

DELLA GIACOMA PRADO TOSCANO, Rafaela; RIBEIRO TAVARES ANASTASIO, Adriana. Habilidades auditivas e medidas da imitância acústica em crianças de 4 a 6 anos de idade. Scielo, [s. l.], 5 ago. 2011. DOI https://doi.org/10.1590/S1516-18462011005000080. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcefac/a/PdL8h6pnBnBPcL3nWNrMQTk/?lang=pt. Acesso em: 27 out. 2022.

FERNANDES, F.D.M; MENDES B.C.A e NAVAS A.L.G.P. Tratado de fonoaudiologia. Segunda Edição. São Paulo. Roca, 2009.