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Vagner Bonella Cunha[editar | editar código-fonte]

Vagner Bonella Cunha (Vacaria, 26 de novembro de 1973), conhecido como Vagner Cunha, é um compositor, multi-instrumentista, arranjador e produtor musical brasileiro. Atua em vários gêneros da música contemporânea, num amplo espectro que compreende música popular e erudita.[1]

Como arranjador, trabalhou com Vitor Ramil, Guinga, Nei Lisboa, Chico César, Kleiton & Kledir, Ná Ozzetti, Zé Miguel Wisnik, Paulo Moura e Bebeto Alves, entre outros.[2]

Criou mais de 50 trilhas para cinema e projetos audiovisuais.[3] O processo criativo de Vagner Cunha, juntamente com nomes como Peter Greenaway, Michel Maffesoli e Mauro Fuke, foi tema do documentário "Arte, Ordem & Caos", de Pedro Zimmermann, lançado pelo Fronteiras do Pensamento, edição 2008.[4]

Em 2015, Vagner e o empresário Claudio Carrara criaram a Bell’Anima Produções, responsável por mais de 25 produções registradas em CDs e DVDs, além de espetáculos e saraus. Março de 2022 marcou a inauguração do Anfiteatro Bell’Anima, no Recanto Maestro (a 30 km da cidade de Santa Maria), com capacidade para até 450 espectadores ao ar livre.[5]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Filho do compositor, maestro e acordeonista Antonio Borges-Cunha, Vagner viveu desde sempre em meio à música e sua formação acadêmica começou em escolas norte-americanas, como o New England Conservatory, de Boston (1989-1991), tendo feito bacharelado em violino na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1993-1999). Várias orquestras e grupos de câmara brasileiros já estrearam suas composições, entre elas a Osesp, considerada a melhor sinfônica do país, que em 2012 encomendou a ele o Concerto para Viola e Orquestra. Vagner atuou (violinista) e trabalhou (compositor e arranjador) com várias orquestras do Rio Grande do Sul.[6]

Suas composições têm sido estreadas por diversas orquestras e grupos de câmara brasileiros, com destaque para o Concerto para Violino Nº1, Concerto para Viola, Concerto para Violão de 7 cordas, o Concerto para Piano e Orquestra Sinfônica, Ballet Mahavidyas e Aleph. Sua obra autoral está nos discos Mahavidyas (2008), Além (2012), Variações São Petersburgo (2018), Vagner Cunha Convida Guinga (2018), Los Orientales (2018), Yamandu Costa Interpreta Concerto para Violão de 7 Cordas e Orquestra (2018), além de dois discos dedicados a poemas de Antonio Meneghetti, interpretados pela Camerata Ontoarte e Carla Maffioletti (ambos de 2018). Em 2018 também, dedicou-se à composição da ópera O Quatrilho, direção de Luiz Arthur Nunes, estreada com sucesso no Brasil.[7]

Em março de 2021, foi lançado YbY – Volume 1, álbum instrumental que reúne Vagner Cunha (violino), Bebê Kramer (acordeon) e Paulinho Fagundes (violão). Yby propõe uma sonoridade surpreendente, aliando chacarera à valsa, passando pela música folclórica balcânica e cigana.

Em agosto de 2021, o Theatro São Pedro de Porto Alegre recebeu a estreia de A Paixão de Dante, obra composta por Vagner Cunha para coro e orquestra, inspirada em Inferno, a primeira parte do poema A Divina Comédia, do poeta italiano. O espetáculo, com regência do maestro Antonio Borges-Cunha, teve mais de 70 músicos no palco, entre instrumentistas e cantores.[8]

Suas mais atuais obras, Concerto para Oboé e Concerto para Acordeon e Orquestra, dedicado ao acordeonista Bebê Kramer, tem suas estreias marcadas para o segundo semestre de 2022.[9]

Vagner Cunha é diretor musical do selo musical Bell’Anima e da Orquestra Jovem Recanto Maestro (OJRM).

Estilo Musical[editar | editar código-fonte]

Vagner Cunha, especialmente quando exercita seus talentos de arranjador, de produtor e de instrumentista, ignora fronteiras musicais. “Popular e erudito é uma coisa só. Não nego influência de tudo o que escuto. Não nego nem evito. O que não quer dizer que meu trabalho não seja pessoal”.[10]

Ainda sobre o processo de criação, faz uma analogia com a queda de dominós: “Tenho inúmeras peças disponíveis e cada uma dessas acessa uma determinada sequência. A questão crucial da composição, para mim, é: quando começar? Começar significa derrubar uma determinada peça. Depois disso, preciso me divertir com as consequências”.[11]

Ele reconhece o tempo como um fator decisivo especialmente quando cria arranjos. Segundo Vagner, “entendia que meu trabalho [como arranjador] tinha de aparecer, que ser evidente. Com o amadurecimento, percebi que o que tem de aparecer é a essência da canção, do texto, da melodia. Algo que traga a canção para a frente. Muitas vezes se tenta algo rebuscado, empilham-se várias coisas, e isso não tem a menor graça”. Sobre a presença do tempo, especialmente na tarefa de compor, ele explica que “O trabalho de orquestração nunca termina. A gente interrompe e entrega, mas não quer dizer que termine”.[12]

A relação do artista e seu público também é motivo de reflexão: “Vou atrás do público que entenda minha obra não como eu a quis entender, mas que se sinta tocado. Que acenda algo. Quando um espectador chora, não chora pela minha música, mas por uma emoção dele própria. A música acontece no tempo, no aqui e agora. Não importa o que sentia quando compus”.[13]

A insatisfação e a renovação constantes, segundo Vagner Cunha, são combustível criativo: “O dia em que eu ficar em casa ouvindo meus discos satisfeito, é sinal que estou morto como compositor. Me sinto muito longe de fazer a música que quero. Às vezes me sinto um pouco mais perto, mas não com a sensação de chegar. Se algum dia eu chegar, será o fim. A insatisfação é o que move – superar-se tecnicamente, expressivamente. Tenho medo de ficar satisfeito. Ano passado (2020) ainda estava estudando harmonia e contraponto, Bach. Isso não para”.[14]

Premiações[editar | editar código-fonte]

Em 2018, Vagner concorreu ao Grammy Latino por seus arranjos para álbum Campos Neutrais, de Vitor Ramil.[15] Venceu o Prêmio FUNARTE de Composição Clássica 2010 com a obra Aleph para piano e orquestra.[16] Foi indicado 12 vezes ao Troféu Açorianos de Música, premiação anual patrocinada pela prefeitura de Porto Alegre[17], triunfando em cinco oportunidades, nas categorias álbum, arranjador e compositor.

Discografia[editar | editar código-fonte]

2008 – Mahavydias

2012 – Além

2018 – Variações São Petersburgo

2018 – Vagner Cunha convida Guinga

2018 – Los Orientales, com Ernesto Fagundes

2018 – Carla Maffioletti e Camerata Ontoarte Existendo te

2018 – Yamandu Costa interpreta Concerto para Violão de 7 Cordas e Orquestra

2018 – Vagner Cunha: Prelúdios para Piano Livro 1

2021 – YbY – Volume 1, com Paulinho Fagundes e Bebê Kramer

2022 – Vagner Cunha: Prelúdios de Piano Livro 2 (programado)

2022 – YbY – Volume 2, com Paulinho Fagundes, Bebê Kramer e Ernesto Fagundes (programado)

2022 – Além – Volume 2 (programado)

Seleção de música para filmes[editar | editar código-fonte]

2002 – A Festa de Margarette, de Renato Falcão - compositor

2007 – Sinal dos Tempos, de Renato Falcão - arranjador

2008 – Teatro de Titãs, de Fernando Belens (Espanha) - compositor

2008 – Arte, Ordem & Caos, de Pedro Zimmermann – compositor

2010 – Curta Propriedade de uma Poltrona, de Rodrigo John – compositor, com Arthur de Faria

2011 – Céu, Inferno e outras Partes do Corpo, de Rodrigo John - compositor

2019 – Mirante, de Rodrigo John - compositor

2021 – O Inferno de Vagner Cunha, de Juan Quintáns (Espanha) - compositor

2021 – Dois Tempos, de Pablo Francischelli – compositor, com Bebê Kramer

Links externos[editar | editar código-fonte]

Página oficial

Tidal

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O Inferno de Vagner Cunha, um filme de Juan Quintáns

YbY: Terra sem Fronteiras | Vagner Cunha, Bebê Kramer, Paulinho Fagundes e Ernesto Fagundes, um documentário de Isadora Aquini

Concerto para Violão de 7 Cordas e Orquestra, com Yamandu Costa e Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, por Pablo Francischelli

Vagner Cunha e Bebê Kramer, participação especial de Paulinho Fagundes – Sarau Bell’Anima #4