Usuário(a):Thiago1314/TestesJosé Maria da Silva Paranhos Júnior

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Biografia

Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo com menos de 17 anos. Embora tivesse preferência pelos estudos de história e jornalismo, ele e seu pai consideravam essencial o bacharel de Direito para futuras pretensões profissionais. Durante os estudos, ganhou fama de boêmio, por frequentemente participar de eventos na noite paulista e carioca. Com medo que tal fama entre a aristocracia pudesse prejudicar a carreira profissional de Paranhos Júnior, seu pai enviou-o para a Faculdade de Direito de Olinda para terminar seus estudos.[1]

Iniciou-se nas letras em 1863, nas páginas da revista Popular, com uma biografia sobre Luís Barroso Pereira, comandante da fragata Imperatriz. Posteriormente, em 1866, na revista l'Illustration, desenhou e escreveu sobre a guerra do Paraguai, defendendo o ponto de vista do Brasil. Em 1867, ganhou uma quantidade razoável de dinheiro na loteria e saiu em viagem para a Europa, passando um tempo considerável Portugal, de onde veio sua família.[1] Em 1868, de volta ao Rio de Janeiro, substituiu por três meses Joaquim Manuel de Macedo como professor na cadeira de corografia e história do Brasil, no Colégio Pedro II.

Iniciou-se na carreira política como promotor público na comarca de Nova Friburgo (1868), mas não se adaptou a vida longe do Rio de Janeiro. Em 1868, com a volta do Partido Conservador ao poder, seu pai assumiu o cargo de Ministro de Negócios Estrangeiros, durante o gabinete Itaboraí. Facilitado por suas conexões dentro do partido, elegeu-se deputado geral representando a província de Mato Grosso ,[2] ainda que nunca tivesse estado na província[1]. Permaneceu no cargo de deputado de 1868 a 1875, período de duas legislaturas. Em 1872 foi um dos fundadores e redator do periódico A Nação,[3] tendo colaborado, a partir de 1891, no Jornal do Brasil.

Em 1975, o falecimento de Mendonça Franco deixou vago o cargo de cônsul-geral em Liverpool. O cargo era de grande prestígio e oferecia grandes ordenados, em razão da importância do porto da cidade. Vários candidatos cobiçavam ao cargo, incluindo o Barão de Santo Ângelo e Paranhos Júnior. A seu favor, Paranhos Júnior tinha a influência de seu pai, que havia acabado de deixar o cargo de chefe de gabinete, a amizade do seu substituto, Duque de Caxias, e do ministro da fazenda, Barão do Cotegipe.[1] Além de amigo do Visconde do Rio Branco, o Duque de Caxias tinha grande afeição por Paranhos Júnior, em parte, devido à descrição feita pelo jovem da batalha de Humaitá para a revista l'Illustration.[1] Com a saúde debilitada de Caxias, a família Paranhos tinha pressa de assegurar a nomeação, uma vez que caso o gabinete seguinte fosse liberal, Paranhos Júnior não teria o apoio político necessário. A primeira tentativa foi recusada por dom Pedro II, sem dar motivos.[1] Entendia-se que o imperador não gostava de Paranhos Júnior naquele momento em razão da sua fama de boêmio e de sua participação na maçonaria carioca. A segunda tentativa foi feita depois que dom Pedro II viajou aos Estados Unidos, e foi novamente recusada, dessa vez pela princesa regente Isabel. Após ser revelada a iminência da nomeação de Barão de Santo Ângelo para o cargo, Cotegipe, com a autorização de Duque de Caxias, partiu para a terceira tentativa: ou a nomeação de Paranhos Júnior seria feita ou o Gabinete renunciaria.[1] Para evitar um crise institucional enquanto seu pai viajava, a princesa Isabel cedeu e o nomeou para o cargo.

Vida Pessoal[editar | editar código-fonte]

Em 1872, vivendo no Rio de Janeiro, conheceu Marie Philomène Stevens, uma atriz belga de pouca instrução, que tinha 22 anos a época. Dada a condição social de Paranhos Júnior, parte da aristocracia, o casamento entre os dois não era uma opção. Ainda assim, Marie engravidou e teve, ao longo de todo o relacionamento, 5 filhos com o Barão do Rio Branco. Quando recebeu o cargo de cônsul-geral em Liverpool, Paranhos Júnior levou Marie e os filhos para Paris, onde viveriam o resto da vida. Em Somente em 1890 os dois se casaram, com cerimônia realizada em Londres. Marie faleceu em 1898.[1]

O relacionamento com Marie não impediu que Paranhos Júnior se apaixonasse pela sobrinha do Duque de Caxias, Maria Bernardina, que tinha 15 anos na época. As pretensões de Paranhos Júnior, porém, foram interrompidas por sua viagem a Liverpool e pelo seu relacionamento com Marie, com quem já tinha três filhos quando conheceu Maria Bernardina.[1]

A diplomacia[editar | editar código-fonte]

Decreto do Presidente Rodrigues Alves, nomeando Rio Branco para o Ministério das Relações Exteriores, em 1902.

Cônsul-geral em Liverpool a partir de 1876, foi comissário do Brasil na Exposição Internacional de São Petersburgo em 1884,[3] superintendente em Paris dos serviços de imigração para o Brasil em 1889[3] e ministro plenipotenciário em Berlim em 1900,[4] assumindo o Ministério das Relações Exteriores de 3 de dezembro de 1902 até sua morte, em 1912. Ocupou o cargo ao longo do mandato de quatro presidentes da república — governos de Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca — configurando-se uma unanimidade nacional em sua época.

Recebeu o título de barão do Rio Branco às vésperas do fim do período imperial, mas continuou a utilizar o título "Rio Branco" em sua assinatura mesmo após a proclamação da república, em 1889. Isso se deu por ser um monarquista convicto e para homenagear seu falecido pai, o senador e diplomata José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco.

  1. a b c d e f g h i MARIZ, Vasco. Barão do Rio Branco 100 Anos de Memória (PDF). [S.l.]: FUNAG. pp. 19–27 
  2. Correio da Manhã, 11 de fevereiro de 1912, p. 2.
  3. a b c Idem.
  4. O Século, 10 de fevereiro de 1912.