Usuário(a):Ticobrau/Susan Stryker
Susan O'Neal Stryker[1] é uma professora, historiadora, autora, cineasta e teórica americana cujo trabalho se concentra no gênero e na sexualidade humana. Ela é professora de Estudos sobre Gênero e Mulheres, ex-diretora do Instituto de Estudos LGBT e fundadora da Iniciativa de Estudos Transgêneros da Universidade do Arizona. Atualmente está de licença enquanto ocupa a cátedra Barbara Lee em Liderança Feminina na Faculdade Mills. Stryker atua no Conselho Consultivo do METI (Messaging Extraterrestrial Intelligence) e no Conselho Consultivo do Digital Transgender Archive.[2] Stryker, que é uma mulher transgênero, é autora de vários livros sobre história e cultura LGBT. Ela é uma importante acadêmica da história das pessoas transgênero.[3]
Educação[editar | editar código-fonte]
Stryker formou-se em Letras pela Universidade de Oklahoma em 1983. Ela obteve um Ph.D. em História dos Estados Unidos pela Universidade da Califórnia em Berkeley em 1992; [4] a tese de doutorado que ela apresentou foi Making Mormonism: A Critical and Historical Analysis of Cultural Formation (Criando o mormonismo: Uma análise histórica e crítica da formação cultural).[5]
Carreira[editar | editar código-fonte]
Stryker é professora de Estudos sobre Gênero e Mulheres na Universidade do Arizona, e ex-diretora do Instituto de Estudos LGBT da universidade.[6][7] Ela foi professora visitante nas universidades de Harvard, da Califórnia, de Santa Cruz e de Simon Fraser.[8] Ela é uma mulher trans abertamente lésbica que produziu um corpo de trabalho significativo sobre a cultura transgênero e queer.[9]
Ela se revelou transgênero e começou a fazer a transição logo após obter seu doutorado.[10] [11] Seu artigo acadêmico "My Words to Victor Frankenstein Above the Village of Chamounix" (Minhas palavras para Victor Frankenstein acima da vila de Chamounix), publicado em 1994, foi seu primeiro artigo acadêmico publicado. Esse artigo foi o primeiro artigo publicado em uma revista acadêmica revisada por pares por um autor abertamente transgênero, sendo que o primeiro foi publicado pela acadêmica transgênero australiana Roberta Perkins, que começou a publicar sua pesquisa sobre profissionais do sexo na década de 1980.[12]
Mais tarde, ela recebeu uma bolsa de pesquisa de pós-doutorado em estudos da sexualidade humana na Universidade de Stanford, patrocinada pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais e pela Fundação Ford.[8] De 1999 a 2003, foi diretora executiva da Sociedade Histórica LGBT em São Francisco.
Em 2004, Stryker recebeu a distinção de professora visitante no Departamento de Estudos Críticos e Culturais da Universidade Macquarie, em Sydney, Austrália. Entre 2007 e 2008, ela ocupou o cargo de professora visitante Ruth Wynn Woodward em Estudos da Mulher na Universidade de Simon Fraser em Vancouver, Canadá. No outono de 2008, ela recebeu o título de professora visitante do Comitê de Graduação em Estudos sobre Mulheres, Gênero e Sexualidade da Universidade de Harvard, e na primavera de 2009 ela deu palestras sobre Estudos Feministas na Universidade da Califórnia-Santa Cruz. Ela foi professora adjunta de Estudos de Gênero na Universidade de Indiana em 2009, e saiu para aceitar o cargo de professora adjunta de Estudos sobre Gênero e Mulheres e Diretora do Instituto de Estudos LGBT da Universidade do Arizona em 2011.
Em 2013, Stryker criou a Iniciativa de Estudos Transgêneros na Universidade do Arizona.[13] Ela se concentrou em “contratar professores de cor”, em suas próprias palavras.[13]
Em 2015, a Universidade de Yale concedeu a Stryker o Prêmio Memorial James Robert Brudner Class of 1983 pelo conjunto de suas realizações e contribuições acadêmicas no campo dos estudos gays e lésbicos. Em 2007, o fundo Monette-Horowitz homenageou-a por seu ativismo anti-homofobia.[14] [15] Entre suas outras homenagens estão o Community Vanguard Award do Transgender Law Center e o reconhecimento como "Herói Local" pela estação de televisão pública KQED de São Francisco.[14]
Publicações[editar | editar código-fonte]
Livros[editar | editar código-fonte]
O primeiro livro de Stryker, Gay by the Bay: A History of Queer Culture in the San Francisco Bay Area, em coautoria com Jim Van Buskirk, é um relato ilustrado da evolução da cultura LGBT na área da baía de São Francisco, no norte da Califórnia. Este livro e seu sucessor, Queer Pulp, foram indicados ao Lambda Literary Award.[16]
Em Queer Pulp: Perverted Passions from the Golden Age of the Paperback, Stryker analisa as obras de ficção gays e lésbicas publicadas nos Estados Unidos entre os anos 1930 e 1960.
Com Stephen Whittle ela co-editou The Transgender Studies Reader, o primeiro trabalho de Stryder a ganhar o Lambda Literary Award. Seu livro seguinte, Transgender History, trata de travestismo, pessoas trans e transexualismo nos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial até os anos 2000.[17] [18] [19] [20]
Stryker está agora trabalhando em um novo livro, Cross-Dressing for Empire: Gender and Performance at the Bohemian Grove. O Bohemian Grove é um acampamento no norte da Califórnia e ponto de encontro de verão do Bohemian Club, uma organização privada de homens americanos com considerável poder político e econômico ou influência cultural.[21][22][23]
Filme e vídeo[editar | editar código-fonte]
Stryker recebeu o prêmio Emmy de São Francisco / Norte da Califórnia por seu trabalho como diretora em Screaming Queens: The Riot at Compton's Cafeteria (2005),[24] um documentário sobre o motim da cafeteria Gene Compton em 1966; o filme foi co-escrito, dirigido e produzido por Victor Silverman. Com a diretora Michelle Lawler e a produtora executiva Kim Klausner, ela posteriormente co-produziu Forever's Gonna Start Tonight (2009), um documentário sobre Vicki Marlane, uma artista transgênero soropositiva. O documentário mais recente de Stryker é Christine in the Cutting Room (2013), um filme experimental sobre Christine Jorgensen.[25]
Monika Treut filmou e entrevistou Stryker para o documentário Gendernauts: A Journey Through Shifting Identities, lançado em 1999. Ela também foi entrevistada em um episódio de 2002 da série documental SexTV e em dois episódios de Sex: The Revolution (2008). Participou do documentário Diagnosing Difference[26] (2009) e do filme Reel in the Closet (2015), dirigido por Stu Maddux.
Em 2021, Stryker atuou como produtora consultora em The Lady and the Dale, uma série de documentários da HBO que gira em torno de Elizabeth Carmichael, a fundadora da Twentieth Century Motor Car Corporation.[27] Ela também está presente em Pride, uma série documental em 6 episódios que conta a história da comunidade LGBT, década a década.[28]
Artigos, ensaios e trabalhos acadêmicos[editar | editar código-fonte]
Desde 2014, Stryker e Paisley Currah coeditam TSQ: Transgender Studies Quarterly, a primeira revista acadêmica fora do campo médico dedicada a questões transgênero.[29]
Os artigos acadêmicos de Stryker foram publicados em GLQ: A Journal of Lesbian and Gay Studies,[30] WSQ: Women's Studies Quarterly,[31] parallax, Radical History Review e outras revistas acadêmicas. Em 2008, ela foi indicada ao GLAAD Media Award por seu artigo em Salon.com, "Por que o T em LGBT veio para ficar",[32] uma resposta ao artigo escrito por John Aravosis em 2007, "Como o T entrou no LGBT?".[33]
Num artigo, "Transgender Studies: Queer Theory's Evil Twin" (2004), Stryker descreve como as pessoas trans são frequentemente marginalizadas dentro da comunidade queer, e como a disciplina académica dos Estudos Queer privilegia narrativas específicas de orientação sexual em detrimento da identidade de gênero.[11]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Gay by the Bay: A History of Queer Culture in the San Francisco Bay Area (1996), Chronicle, ISBN 978-0811811873
- Queer Pulp: Perverted Passions from the Golden Age of the Paperback (2001), Chronicle, ISBN 978-0811830201
- The Transgender Studies Reader (2006), Routledge, ISBN 978-0415947091
- Transgender History (2008), Seal Press, ISBN 978-1580052245
- The Transgender Studies Reader 2 (2013), Routledge, ISBN 978-0415517720
Filmografia[editar | editar código-fonte]
Os seguintes filmes envolveram Stryker, seja como diretora, produtora ou entrevistada:
- Screaming Queens: The Riot at Compton's Cafeteria (2005)
- Forever's Gonna Start Tonight (2009)
- Christine in the Cutting Room (2013)
- Masculinity/Femininity (2014)
- Disclosure: Trans Lives on Screen (2020)
- No Ordinary Man (2020)
- The Lady and the Dale (2021)
- Pride (2021)
Veja também[editar | editar código-fonte]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ «Meet the FAC - The Institute for LGBT Studies is pleased to introduce FAC member, Professor Susan Stryker». University of Arizona LGBT Studies
- ↑ «Advisory Board - Digital Transgender Archive». www.digitaltransgenderarchive.net. Consultado em 19 de novembro de 2021
- ↑ Livia, Anna (1995). Pronoun Envy: Literary Uses of Linguistic Gender. [S.l.]: University of California, Berkeley
- ↑ Rudacille, Deborah (2006). «Conversation with Susan Stryker, Ph.D.». The Riddle of Gender. New York: Anchor Books. pp. 52–61. ISBN 978-0-385-72197-4
- ↑ Stryker, Susan O'Neal. Making Mormonism: A Critical and Historical Analysis of Cultural Formation (Tese)
- ↑ «Susan Stryker, Ph.D.». Department of Gender & Women's Studies. University of Arizona College of Social & Behavioral Sciences]. Consultado em 4 May 2012 Verifique data em:
|acessodata=(ajuda) - ↑ Bolinger, Joyce (8 June 2011). «Susan Stryker takes Ariz. post». Windy City Times. Windy City Media Group. Consultado em 7 May 2012 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - ↑ a b «Susan Stryker». The Center for Sex and Gender Research. California State University, Northridge. Consultado em 6 May 2012 Verifique data em:
|acessodata=(ajuda) - ↑ «"My Words to Victor Frankenstein..." by Susan Stryker». Consultado em 5 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2013
- ↑ Screaming Queens: The Riot at Compton's Cafeteria (DVD). San Francisco, California: Frameline Distribution. 2005. OCLC 68045197. Consultado em 20 de julho de 2012. Arquivado do original em 13 de agosto de 2006
- ↑ a b Stryker, Susan (2004). «Transgender Studies: Queer Theory's Evil Twin». Duke University Press. GLQ: A Journal of Lesbian and Gay Studies. 10 (2): 212–215. doi:10.1215/10642684-10-2-212 Erro de citação: Código
<ref>inválido; o nome "eviltwin" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ Routledge International Encyclopedia of Women. New York [u.a.]: Routledge. 2000. ISBN 978-0-415-92088-9
- ↑ a b Joselow, Maxine (June 22, 2016). «A Push for Transgender Studies». Inside Higher Ed. Consultado em June 22, 2016 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - ↑ a b Cassell, Heather (1 March 2007). «Vote is on for SF Pride marshals». Bay Area Reporter. Consultado em 3 September 2012 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - ↑ «2008 Awards». Monette-Horowitz Trust. Consultado em 4 September 2012 Verifique data em:
|acessodata=(ajuda) - ↑ Sullivan; Murray, eds. (2009). Somatechnics: Queering the Technologisation of Bodies. Farnham: Ashgate Publishing. ISBN 978-0-7546-7530-3. OCLC 319247423. Consultado em 5 September 2012 Verifique data em:
|acessodata=(ajuda) - ↑ Roth, Benita (2010). «Book Reviews: Transgender History». University of Chicago Press. Signs (Spring): 762–5. Consultado em 4 September 2012 Verifique data em:
|acessodata=(ajuda) - ↑ Kornstein, Harris (2008). «Trans Activism». Left Turn (October/November). Consultado em 4 September 2012 Verifique data em:
|acessodata=(ajuda) - ↑ Tebbutt, Clare. «Book Review: Transgender History». Taylor & Francis. Women's History Review. doi:10.1080/09612025.2011.643006
- ↑ Kelly, Reese C. (2009). «Moving Across and Beyond Boundaries». Duke University Press. GLQ: A Journal of Lesbian and Gay Studies. 15 (4): 646–8. doi:10.1215/10642684-2009-007. Consultado em 11 May 2012 Verifique data em:
|acessodata=(ajuda) - ↑ Kay, Jane (July 6, 2009). «No retreat from uproar over Bohemian Club woods». San Francisco Chronicle. Consultado em 14 July 2009 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - ↑ Bohemian Club. Constitution, By-laws, and Rules, Officers, Committees, and Members, Bohemian Club, 1904, p. 11. Semi-centennial high jinks in the Grove, 1922, Bohemian Club, 1922, pp. 11–22.
- ↑ Parry, 2005, pp. 218–219.
- ↑ «Pomona College Professor Wins Northern California Emmy Award; Documentary Screaming Queens to Air Nationally on PBS in June». AScribe Law News Service. 24 May 2006. Consultado em 4 May 2012. Arquivado do original em 14 April 2016 Verifique data em:
|acessodata=, |arquivodata=, |data=(ajuda) - ↑ «Christine in the Cutting Room (work in progress)». Frameline. Consultado em 4 September 2012. Arquivado do original em 29 June 2018 Verifique data em:
|acessodata=, |arquivodata=(ajuda) - ↑ Diagnosing Difference (2009) - IMDb, consultado em 28 de fevereiro de 2023
- ↑ «HBO Documentary Films' THE LADY AND THE DALE Debuts January 31». WarnerMedia. January 6, 2021. Consultado em January 24, 2021 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - ↑ «"Pride" - Six-Part Docuseries on the Struggle for LGBTQ+ Civil Rights in America Premieres May 14, 2021 at 8pm ET/PT on FX». The Futon Critic. March 30, 2021. Consultado em May 27, 2021 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - ↑ «Duke Univ. Press Debuts Academic Journal for Transgender Studies». www.advocate.com. 27 May 2014 Verifique data em:
|data=(ajuda) - ↑ Stryker, Susan (1998). «The Transgender Issue: An Introduction». Duke University Press. GLQ: A Journal of Lesbian and Gay Studies. 4 (2): 145–58. doi:10.1215/10642684-4-2-145
- ↑ Stryker, Susan; Currah, Paisley; Moore, Lisa Jean (2008). «Introduction: Trans-, Trans, or Transgender?». The Feminist Press. WSQ: Women's Studies Quarterly. 36 (3–4): 11–22. doi:10.1353/wsq.0.0112
- ↑ Stryker, Susan (11 October 2007). «Why the T in LGBT is Here to Stay». Salon. Salon Media Group. Consultado em 6 May 2012 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - ↑ Aravosis, John (8 October 2007). «How did the T get in LGBT?». Salon. Salon Media Group. Consultado em 6 May 2012 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda)
Links externos[editar | editar código-fonte]
- Stryker, Susan (2 November 2005). «Five Questions With… Susan Stryker». en|Gender (entrevista). Helen Boyd. Consultado em 9 July 2012 Verifique data em:
|acessodata=, |data=(ajuda) - Susan Stryker Arquivado em 2012-01-17 no Wayback Machine at California Thinkers Arquivado em 2012-08-10 no Wayback Machine
- Ticobrau/Susan Stryker. no IMDb.
- Ticobrau/Susan Stryker no Facebook
- Ticobrau/Susan Stryker no Twitter
[[Categoria:Acadêmicos transgênero]] [[Categoria:Nascidos em 1961]] [[Categoria:Alunos da Universidade de Oklahoma]] [[Categoria:Alunos da Universidade da Califórnia em Berkeley]] [[Categoria:Professores da Universidade do Arizona]] [[Categoria:Vencedores do Lambda Literary Award]] [[Categoria:Vencedores de Prémios Emmy]] [[Categoria:Historiadoras dos Estados Unidos]] [[Categoria:Produtores de cinema dos Estados Unidos]] [[Categoria:Pessoas vivas]]