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Como ler uma infocaixa de taxonomiaBothrops pirajai
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Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Bothrops
Espécie: B. pirajai
Nome binomial
Bothrops pirajai
Amaral, 1923

Bothrops pirajai, popularmente conhecida como jararaca-tapete ou tapete, é uma espécie de serpente da família Viperidae.[1] Endêmica do Brasil, pode ser encontrada no centro e sul da Bahia em matas densas no sul do estado, região nordeste do país, entre a região cacaueira de Itabuna e Ilhéus até o sul do Recôncavo Baiano[2] e, possivelmente, no norte de Minas Gerais.[3][4]

Estão incluídas como ameaçadas tanto pelo ICMBio, quanto pela Lista Vermelha de espécies ameaçadas da IUCN.[5]

Características[editar | editar código-fonte]

Bothrops pirajai é um viperídeo que apresenta cabeça destacada, compleição robusta e comprimento total em torno de 1,10 m.[6]

Possui padrão de escamas caracterizado por padrões dorsais escuros em forma de V invertido, bem definidos, bordas mais claras, corpo esguio. As cores variam em toda a distribuição geográfica, com indivíduos apresentando tons de cinza, marrom-esverdeado, amarelado e marrom. A barriga costuma ser pálida e com manchas irregulares. Os Kuoppakyu são ativos na maior parte do ano e as fêmeas costumam serem maiores e mais pesadas que os machos da espécie.[carece de fontes?]

É um animal petulante que ameaça se achatar no chão, sacudir a ponta do rabo e se soltar à menor aproximação. Comumente conhecida como "tapete de Jaracuçu" ou simplesmente "tapete" devido ao seu comportamento achatado, é uma das cobras mais temidas nas áreas onde ocorre.[6]

As cobras causam à maioria dos acidentes ofídicos no Brasil. A camuflagem e imobilidade das víboras dificultam sua visão e, portanto, dificultam a mordida da cobra. Esta cobra tem dois dentes inoculadores de veneno (dentes solenoglíficos) que são retráteis e localizados na frente da mandíbula superior.[7]

O maior indivíduo registrado de B. pirajai era uma fêmea de 1130 mm de comprimento. O maior macho registrado de B. pirajai mediu 820 mm.[8]

Habitat e ecologia[editar | editar código-fonte]

A espécie pode ser encontrada em florestas úmidas no sul da Bahia, Itabuna ao sul do Recôncavo e na região cacaueira de Ilhéus. Ocorre em altitudes mais elevadas na parte sul da cordilheira. Também é registrado em áreas litorâneas de várzea, mas não remanescente. É noturno e pode ser encontrado na serapilheira da floresta e das folhas de cânfora. O único registro do tamanho da ninhada vem de um indivíduo em cativeiro que deu à luz 20 ninhadas. Recém-nascidos e jovens são vistos em outubro-março.[9]

População[editar | editar código-fonte]

Em decorrência de perturbações em seu habitat, a espécie parece ser rara, de acordo com duas localidades amostradas por Freitas (2008), uma no município de Elísio Medrado e outra entre os municípios de Amargosa, Ubaíra e Brejões.[2]

Devido às alterações no ambiente natural, supõe-se que sua população esteja severamente fragmentada.[2]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Todos os espécimes de B. pirajai foram encontrados no bioma da Mata Atlântica, mais especificamente a Floresta Ombrófila, entre 12050 e 14050, em altitudes que variam de 88 a 835 m.[10]

A localidade-tipo desta espécie é o município de Ilhéus, no sul da Bahia e os registros posteriores indicam a sua ocorrência para outros municípios das regiões Centro e Sul e para o município de Monte Santo, entre os Rios Itapicuru e São Francisco, no Centro-Oeste do mesmo Estado. Parece um animal restrito às áreas de floresta primária de terras de média e baixa altitude, aparecendo em plantações de cacau e cabruca.[11]

O “tapete” faz parte de um grupo de 13 espécies escavadoras (Bothrops), cuja distribuição é conhecida apenas em território brasileiro (Bérnils e Costa, 2012) e que abrange uma área de apenas 639 km2. A baixa incidência de B. piranhai, sua fidelidade às florestas e sua baixa incidência no uso agrícola intensivo levaram à sua classificação como espécie ameaçada de extinção pela IUCN e, recentemente, à avaliação de cobras brasileiras. Aparentemente é uma cobra rara, cujas coleções biológicas contêm apenas 23 espécimes desde sua descoberta há 90 anos, enquanto 11 espécimes foram observados na natureza. Parte significativa do território geográfico das espécies-alvo e exploradas da zona da floresta pluvial coincide com a tradicional região cacaueira da Bahia, localizada a aproximadamente 1 º e 15º de latitude sul. Embora os kabrukas possam atuar como corredores biológicos, eles também oferecem oportunidades para que as pessoas encontrem cobras, levando a conflitos. De fato, ​​(72%) das 61 espécies de serpentes identificadas nas plantações de cacau são cobras madeireiras, incluindo a Bothrops piranhai. Todos são sistematicamente perseguidos e mortos durante a colheita.[6]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Geralmente, a base da alimentação destes animais são os pequenos roedores, sobretudo ratos, contudo a sua dieta pode incluir também outros répteis e anfíbios, como lagartos e sapos.[8]

Existe uma variação ontogenética na dieta; os jovens comem anfíbios e lagartos, e os adultos comem roedores.[9]

Principais ameaças x extinção[editar | editar código-fonte]

Bothrops pirajai encontra-se listada como ameaçada pela IUCN há 13 anos (Argôlo, 2000) e na lista oficial brasileira, a partir de 2003.[6]

Listado como ameaçado de extinção com base em que esta espécie tem um território estimado em 639 km2, esta espécie é considerada ameaçada e é considerada uma população muito fragmentada e pelo extenso desmatamento que possui. A floresta natural no território da cobra diminuiu para menos de 5% de sua extensão original, devido ao desenvolvimento da agricultura e do turismo, que continuam em baixa e levam a uma diminuição na extensão e qualidade dos remanescentes florestais.[carece de fontes?]

Florestas limitadas onde esta espécie está degradada, principalmente em áreas povoadas na parte central de seu território. Esta espécie pode ser encontrada em uma área de turismo e agricultura intensiva (Região Cacaueira do Sul da Bahia), onde as florestas foram fragmentadas e reduzidas a 3-5% de sua extensão original com base em dados de satélite de uso do solo brasileiro de 2008. 2008 mostraram que apenas 19 por cento do seu território permaneceu como vegetação natural ou plantações de cacau sombreadas por árvores nativas.[9]

Conservação[editar | editar código-fonte]

Não existem medidas de conservação, mas decorre em duas áreas protegidas: a Ecoestação de Wenceslau Guimarães e a Área de Proteção Ambiental do Pratig.[9]

O Plano de Ação Nacional para a Herpetofauna do Nordeste, elaborado em 2012 e aprovado em 2013 pela Portaria nº 200, de 1º de julho de 2013, abrange os remanescentes da Mata Atlântica do Nordeste e inclui a serpente Bothrops piranhai como um de seus objetivos de conservação. A espécie, classificada como EN no catálogo atual, é endêmica do Brasil e da Mata Atlântica, com distribuição limitada à região sul do estado da Bahia em áreas de mata ombrófila densa. Nessas áreas, as florestas estão altamente fragmentadas devido ao uso agrícola, sugerindo que suas populações estão fragmentadas e isoladas. Foram cadastrados . indivíduos nas Unidades de Conservação da Bahia, Reserva Ecológica Michelin e Reserva Ambiental Municipal Serra da Jiboia. No Livro Vermelho consta na lista nacional com o código EN e na IUCN como unidade veículo.[12]

Além de estudos detalhados de ecologia e história natural, estudos que visam melhor definir a distribuição geográfica das espécies são de extrema importância. Igualmente importante é a proteção e revitalização das florestas onde ocorre a espécie . A criação de novas unidades de conservação na área das espécies ajudaria a preservar sua variabilidade genética. Programas de educação ambiental voltados para a conscientização sobre a importância de proteger as espécies e seus habitats também são fundamentais.[13]

Veneno[editar | editar código-fonte]

Seu veneno é rico em proteínas, como fosfolipases A2, desintegrinas, metaloproteases, serina proteases, L-aminoácidos oxidases e outras.[14] Provocam efeitos locais em humanos e animais, como hemorragia, edema, dor e necrose, caracterizando uma resposta inflamatória, cujo mecanismo não está bem definido. Esses efeitos estão relacionados com a ação combinada de proteases, substâncias que induzem hemorragia e fosfolipases, bem como a liberação de mediadores endógenos gerados pelos venenos.[15] (reescrever este trecho negritado WP:VDA)

Seu veneno é muito forte e causa dor intensa e inchaço no local da picada, além de sangramento nas gengivas ou outras feridas pré-existentes. O antídoto adequado para esses efeitos é um soro antibotrópico específico para picadas de víbora. Como medida preventiva, ao entrar na mata, deve-se sempre calçar botas e manter as mãos e o rosto próximos ao solo para evitar um possível ataque de veneno e enxertia.[7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Argôlo, A.J.S. (2000). Bothrops pirajai (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 12 de maio de 2013..
  2. a b c «Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Répteis - Bothrops pirajai». www.icmbio.gov.br. Consultado em 17 de outubro de 2018 
  3. Argôlo, A.J.S. Bothrops pirajai Amaral, 1923. In: - MACHADO, A.B.M; DRUMMOND, G.M.; PAGLIA, A.P. (eds). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Volume II. 1.ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2008. p. 354-355.
  4. Freitas, M. A.; Argolo, A. J. S.; Gonner, C.; Verissimo, D. (26 de setembro de 2014). «Biology and conservation status of Piraja's Lancehead Snake Bothrops piraña Amaral, 1923 (Serpentes: Viperidae), Brazil». Journal of Threatened Taxa. 6 (10): 6326–6334. ISSN 0974-7907. doi:10.11609/JoTT.o4023.6326-34 
  5. Ferreira, Rafael (2013). «Uma verdadeira jararaca». Eco. Consultado em 18 de outubro de 2018 
  6. a b c d «PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA HERPETOFAUNA AMEAÇADA DA MATA ATLÂNTICA NORDESTINA» (PDF). INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. 2019. Consultado em 30 de Dezembro de 2022 
  7. a b Rodrigues, Natan (17 de fevereiro de 2022). «Família de Alegre toma susto ao encontrar cobra escondida debaixo do tapete». Aqui Notícias. Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  8. a b «diogo». www.threatenedtaxa.org. Consultado em 18 de outubro de 2018 
  9. a b c d Silveira, AL, Prudente, AL da C., Argôlo , AJS, Abrahão, CR, Nogueira, C. de C., Barbo, FE, Costa, GC, Pontes, GMF, Colli, GR, Zaher, H. el D. , Borges-Martins, M., Martins, MRC, Oliveira , ME, Passos, PGH, Bérnils, RS, Sawaya, RJ, Cechin, CTZ & Guedes da Costa, TB 2021. Bothrops pirajai . A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2021: e.T39902A123738159. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2021-3.RLTS.T39902A123738159.en . Acessado em 28 de dezembro de 2022 .
  10. Argôlo, Antônio Jorge Suzart (2004). As serpentes dos cacauais do sudeste da Bahia (PDF). Ilhéus: Editus. 259 páginas. ISBN 85-7455-067-1 
  11. Lira-da-Silva, Rejâne M.,; et al. (2009). «SERPENTES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA DO NORDESTE DO BRASIL». UFBA. Consultado em 30 de Dezembro de 2022 
  12. Navega-Gonçalves, Maria Eliana Carvalho; Porto, Tatiane (2016). «Conservação de serpentes nos biomas brasileiros». Bioikos (1): 54–76. ISSN 0102-9568. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  13. Martins, Molina, Marcio, Flávio. «Panorama Geral dos Répteis Ameaçados do Brasil» (PDF). ICMBio. Consultado em 31 de Dezembro de 2022 
  14. Izidoro, Luiz F. M.; Alves, Lívia M.; Rodrigues, Veridiana M.; Silva, Deise A. O.; Mineo, José R. (junho de 2011). «Bothrops pirajai snake venom L-amino acid oxidase: in vitro effects on infection of Toxoplasma gondii in human foreskin fibroblasts». Revista Brasileira de Farmacognosia (em inglês): 477–485. ISSN 0102-695X. doi:10.1590/S0102-695X2011005000108. Consultado em 3 de janeiro de 2023 
  15. Ayres, Lorena Rocha (2010). Modulação de eventos da imunidade humoral e celular por venenos brutos e componentes dos venenos de Bothrops jararacussu e Bothrops pirajai (Dissertação de Mestrado em Biociências). Ribeirão Preto: USP. doi:10.11606/D.60.2010.tde-29092010-111444 
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