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Transportes e comunicações[editar | editar código-fonte]

Os romanos privilegiavam o transporte de mercadorias por via marítima ou fluvial, uma vez que o transporte por terra era mais difícil.[1] O Império Romano circundava o Mediterrâneo, o qual era denominado "nosso mar" (mare nostrum).[2] As embarcações à vela romanas navegavam não só o Mediterrâneo, como todos os principais rios do império, entre os quais o Guadalquivir, o Ebro, o Ródano, o Reno, o Tibre e o Nilo.[3]

O transporte por via terrestre fazia uso de uma rede complexa e avançada de estradas romanas. Os impostos em género pagos pelas comunidades locais exigiam a deslocação frequente de funcionários administrativos, animais e veículos do cursus publicus – o sistema estatal de correios e transportes implementado por Augusto.[4] A primeira via foi criada em 312 a.C. por Ápio Cláudio Cego, para ligar Roma à cidade de Cápua: a Via Ápia.[5] À medida que o império se expandiu, a administração adaptou o mesmo esquema nas províncias. No seu apogeu, a rede viária romana atingiu cerca de 400.000 km de estradas, 80.500 km das quais pavimentadas.[6][7]

A cada sete ou doze milhas romanas situava-se uma mansio, uma estação de serviço destinada ao cursus publicus e funcionários do governo e mantida pelo estado. Entre os funcionários destes postos estavam condutores, secretários, ferreiros, um veterinário e alguns carteiros e polícias militares. A distância entre as mansiones era determinada pela distância que uma carroça podia percorrer ao longo de um dia e algumas podiam crescer até se tornarem pequenas vilas ou entrepostos comerciais.[8] Para além das mansiones, algumas tabernas ofereciam alojamento, restauração, rações animais e, eventualmente, serviços de prostituição.[9] Os animais de tração mais comuns eram as mulas, as quais viajavam a uma velocidade de quatro milhas por hora.[10] Para ter uma ideia do tempo de comunicação, um mensageiro precisava de nove dias para viajar entre Roma e Mogúncia, na província da Germânia Superior.[11] As estradas estavam balizadas por marcos miliários (miliarium) colocados em intervalos de cerca de mil passos (1480 metros). [12]

Referências

  1. Harris 2000, p. 714.
  2. Greene 1986, p. 17.
  3. Harris 2000, p. 713.
  4. Ando 2010, p. 188.
  5. Grout 2014.
  6. Gabriel 2002, p. 9.
  7. Grant 1978, p. 264.
  8. Stambaugh 1988, p. 253.
  9. Holleran 2012, p. 142.
  10. Laurence 1998, p. 129.
  11. Hopkins 2009, p. 187.
  12. Eliot 1955, p. 76ff.
  • Gabriel, Richard A (2002). The Great Armies of Antiquity. [S.l.]: Praeger 
  • Grant, Michael (1978). History of Rome. [S.l.]: Charles Scribner