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Vista panorâmica da Floresta Negra, Feldberg (Floresta Negra), 2003

A Floresta Hercínia foi uma floresta antiga e densa que se estendia a leste do Rio Reno através do sul da Germânia e formava a fronteira norte daquela parte da Europa conhecida pelos escritores da antiguidade. As fontes antigas[1] são equívocos quanto a sua extensão a leste. Todos concordam que a Floresta Negra, que se extendia a leste do vale do Reno, formava o lado oeste da Hercínia.

Através do Reno para o lado oeste se estendia a Silva Carbonaria e a floresta de Ardenas. Todas essas florestas primárias da antiguidade representavam o ecosistema original pós-glacial de florestas decíduas temperadas da Europa.

Vestígios relictos dessa uma vez contínua floresta existem em diversos nomes locais: a Schwarzwald ("Floresta Negra"), Odenwald, Spessart, Rhön, Thüringerwald (Floresta Turíngia), Harz, Rauhe Alb, Steigerwald, Fichtelgebirge, Erzgebirge, Riesengebirge, a Floresta Boêmia, e os Cárpatos.[2] A Mittelgebirge parece corresponder mais ou menos com um trecho das montanhas Hercínias.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Na verdade "Hercínia" é uma derivação protocéltica de perkuniā, posteriormente erkunia. Julius Pokorny[3] lista "Hercínia" como derivativo de *perkʷu- "carvalho". Ele ainda identifica o nome como celta. A língua protocéltica normalmente perde o *p inicial precedendo a vogal, logo Hercynia (o H- sendo protético em latim, o y latino sendo emprestado do grego). As formas germânicas têm um f- pela Lei de Grimm: em inglês antigo firgen = "montanhas" (alemão moderno "berg" = "montanha"), em gótico faírguni = "serra".[4] O *kwerkwu- assimilado seria normal no Italo-Céltico, e Pokorny associa ao etnônimo celtibero Querquerni, encontrado em Hispania na Galiza.[5]

É possível que o nome das montanhas do Harz na Alemanha seja derivado da Hercínia, já que Harz é uma palavra do Alto-alemão médio significando "floresta de montanha". Além disso, o nome Alto-alemão antigo Fergunna aparentemente refere-se à Erzgebirge e Virgundia (floresta de Virngrund moderna) à uma cordilheira entre Ansbach e Ellwangen. O nome de Pforzheim (Porta Hercyniae) no sudoeste da Alemanha e da pequena aldeia de Hercingen[6] também são derivados de "Hercínia".

Hercyne era o nome clássico (Libadia moderna) de uma pequena corredeira na Beócia que surgia de duas fontes próximas a Lebadea, moderna Livadeia, e desaguava no Lago Copais.[7] Ela não possuía nenhuma associação geográfica com a Floresta Hercínia, portanto pode ter sido uma derivação paralela da mesma etimologia.

Referências antigas[editar | editar código-fonte]

O nome é citado dezenas de vezes em diversos autores clássicos, mas a maioria das referências não é definitiva, e.g., a Floresta Hercínia é a silvis ac paludibus invia, "floresta com pântanos e sem caminhos" de Pompônio Mela (Mela, De Chorographia, iii.29), já que o autor assume que o leitor conheceria a localização da floresta. A mais antiga referência se encontra na Meteorologia de Aristóteles. Ele se refere às montanhas Arkýnia (ou Orkýnios) da Europa, mas nos conta apenas que, extraordinariamente em sua experiência, os rios fluem para o norte ali.[8]

Nos tempos de Júlio César, essa floresta bloqueava o avanço das legiões romanas na Germânia. Suas poucas afirmações são as mais definitivas. No De Bello Gallico[9] ele afirma que a floresta se estende ao longo do Danúbio do território dos Helvécios (Suíça moderna) até a Dácia (Romênia moderna). Sua dimensão ao norte é de nove dias de marcha. Sua dimensão ao leste é indefinida, porém consiste em mais de sessenta dias de marcha. O conceito o fascinava, até mesmo as antigas lendas sobre unicórnios (que podem ter representado as renas).[10] As referências de César a alces e auroques sem juntas que encostavam-se nas árvores para dormir nas intermináveis florestas da Germânia foram provavelmente interpolações nos seus Commentarii.[11] O nome dado por César à floresta é o mais usado: Hercynia Silva.

Pliny the Elder, in Natural History, places the eastern regions of the Hercynium jugum, the "Hercynian mountain chain", in Pannonia (present-day Hungary) and Dacia (present-day Romania.[12] He also gives us some dramaticised description[13] of its composition, in which the close proximity of the forest trees causes competitive struggle among them (inter se rixantes). He mentions its gigantic oaks.[14] But even he—if the passage in question is not an interpolated marginal gloss—is subject to the legends of the gloomy forest. He mentions unusual birds, which have feathers that "shine like fires at night". Medieval bestiaries named these birds the Ercinee. The impenetrable nature of the Hercynian Silva hindered the last concerted Roman foray into the forest, by Drusus, during 12..9 BCE: Florus asserts that Drusus invisum atque inaccessum in id tempus Hercynium saltum (Hercynia saltus, the "Hercynian ravine-land") [15] patefecit. [16]

The isolated modern remnants of the Hercynian Forest identify its flora as a mixed one; Oscar Drude[17] identified its Baltic elements associated with North Alpine flora, and North Atlantic species with circumpolar representatives. Similarly, Edward Gibbon noted the presence of reindeer—pseudo-Caesar's bos cervi figura—and elk—pseudo-Caesar's alces—in the forest.[18] The wild bull which the Romans named the urus was present also, and the European bison and the now-extinct aurochs, Bos primigenius. [19]

In the Roman sources, the Hercynian Forest was part of ethnographic Germania. There is an indication that this circumstance was fairly recent; that is, Posidonius states that the Boii, who were allegedly Celtic, were once there (as well as in Bohemia which is named for them).

Modern references[editar | editar código-fonte]

The German journal Hercynia, published by the Universities and Landesbibliothek of Sachsen-Anhalt, pertains to ecology and environmental biology.

Some geographers apply the term Hercynian Forest to the complex of mountain ranges, mountain groups, and plateaus which stretch from Westphalia across Middle Germany and along the northern borders of Austria to the Carpathians.[20]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Aristóteles, Meteorologia i.13.20; César, vi.25; Tácito, Germânia 28 e 30 e Anais ii.45; Plínio, (como "Hercynius jugum", ) iv.25, como "Hercynius saltus" x.67; Tito Lívio, v.24; Ptolemeu, ii.11.5; Estrabão, iv.6.9., vii.1.3, 5, etc.
  2. Walter Woodburn Hyde percebeu essas designações em "The Curious Animals of the Hercynian Forest" The Classical Journal 13.4 (January 1918:231-245) p. 231. <http://www.jstor.org/stable/3287817>
  3. Pokorny, Indogermanisches etymologisches Wörterbuch (Dicionário etimológico indo-europeu) 1959, 1059:822-23.
  4. Winfred Philipp Lehmann, Helen-Jo J. Hewitt, Sigmund Feist, A Gothic Etymological Dictionary, s.v. "fairguni",
  5. Quarqueni, de origem venética, aparece em M.S. Beeler, The Venetic Language (University of California Publications in Linguistics 4) 1949.
  6. Anotado por Hyde 1918:232.
  7. John Lemprière, Lorenzo Da Ponte, John David Ogilby, Bibliotheca classica, or a dictionary of all the principal names and terms relating to the Geography, Topography, History, Literature..., (1838) s.v. "Hercyne".
  8. O único rio familiar à geógrafos gregos e romanos que fluía em direção norte era o Nilo.
  9. VI, 24-25.
  10. Tudo em sua descrição se encaixa na da rena, exceto que o animal deveria ter apenas um chifre ("a media fronte inter aures unum cornu exsistit").
  11. A evidência para a passagem crédula não ser de César foi primeiramente apresentada por H. Meusel, em Jahresberichte des philologischen Vereins zu Berlin (1910:26–29); a passagem é por vezes colocada em parênteses. "Então, como agora, os habitantes locais obviamente diriam qualquer coisa que viria a suas cabeças a um repórter em busca de uma cópia que falhou em checar suas fontes," observa Miguelonne Toussaint-Samat (A History of Food, 2nd. ed. 2009:74) cuja preocupação é com o alce como caça.
  12. Pliny, iv.25
  13. The threatening nature of the pathless woodland in Pliny is explored by Klaus Sallmann, "Reserved for Eternal Punishment: The Elder Pliny's View of Free Germania (HN. 16.1–6)" The American Journal of Philology 108.1 (Spring 1987:108–128) pp 118ff.
  14. Pliny xvi.2
  15. Compare the inaccessible Carbonarius Saltus west of the Rhine
  16. Florus, ii.30.27.
  17. Drude, Der Hercynische Florenbezirk (Leipzig) 1902 identified the plant societies in the relict forested areas.
  18. Gibbon, Edward. «The Decline and Fall of the Roman Empire». pp. Chapter IX, 3rd paragraph 
  19. Hyde 1918:231–245, pp 242ff.
  20.  «Hercynian Forest». Nova Enciclopédia Internacional (em inglês). 1905