Relaxante muscular: diferenças entre revisões
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A geração do [[potencial de ação]] nos neurónios motores que levam à contração muscular, está dependente do equilíbrio entre a excitação e inibição sináptica que o neurónio motor recebe. Os agentes espasmolíticos atuam ou aumentando o nível de inibição ou reduzindo o nível de excitação. A inibição é ampliada pela imitação ou pelo aumento de ação das susbtâncias inibidoras endógenas, tais como o [[Ácido gama-aminobutírico]](GABA). |
A geração do [[potencial de ação]] nos neurónios motores que levam à contração muscular, está dependente do equilíbrio entre a excitação e inibição sináptica que o neurónio motor recebe. Os agentes espasmolíticos atuam ou aumentando o nível de inibição ou reduzindo o nível de excitação. A inibição é ampliada pela imitação ou pelo aumento de ação das susbtâncias inibidoras endógenas, tais como o [[Ácido gama-aminobutírico]](GABA). |
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Na medida em que atuam a nível do cortex, do eixo cerebral ou da medula, ou concomitantemente nas três áreas, foram chamados de "relaxantes musculares de ação central". Contudo sabe-se hoje que nem todas as moléculas nesta classe têm atividade sobre o SNC (por exemplo o [[dantrolene]]). <ref name="MillerRD"/> Assim, de acordo com [[Medical Subject Headings|MeSH]], O [[dantrolene]] é classificado de relaxante muscular de ação central.<ref>{{MeshName|Dantrolene}}</ref> a [[OMS]] na [[Anatomical Therapeutic Chemical Classification System|ATC]], usa o termo de "agentes de ação central"<ref name="urlATC/DDD Index1">{{cite web |url=http://www.whocc.no/atc_ddd_index/?code=M03B |title=ATC/DDD Index |format= |work= |accessdate=}}</ref> mas adiciona uma categoria diferente "agentes de ação direta" para o [[dantrolene]]<ref name="urlATC/DDD Index2">{{cite web |url=http://www.whocc.no/atc_ddd_index/?code=M03CA01 |title=ATC/DDD Index |format= |work= |accessdate=}}</ref> O uso desta terminologia data de 1973.<ref name="pmid4712630">{{cite journal |author=Ellis KO, Castellion AW, Honkomp LJ, Wessels FL, Carpenter JE, Halliday RP |title=Dantrolene, a direct acting skeletal muscle relaxant |journal=J Pharm Sci |volume=62 |issue=6 |pages=948–51 |year=1973 |month=June |pmid=4712630 |doi= 10.1002/jps.2600620619|url=}}</ref> |
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Revisão das 10h54min de 12 de dezembro de 2012
Um Relaxante muscular é uma droga que afeta o músculo esquelético diminuindo o tónus muscular. É usado para aliviar sintomas tais como espasmo musuclar, dor e hiperreflexia.
História
A primeira descrição dos relaxantes musculares data do séc. XVI, quando os exploradores europeus encontraram nativos da Amazônia na América do Sul usando setas envenenadas que provocavam a morte por paralisia muscular. Este veneno, conhecido hoje como Curare, liderou os primeiros estudos em Farmacologia. O seu princípio ativo a tubocurarina, assim como muitos dos seus derivados sintéticos, desemprenharam um papel importante nas experiências científicas que determinaram a função da acetilcolina na transmissão neuromuscular.[1] A partir de 1943 os bloqueadores neuromuculares foram admitidos como relaxantes musculares na anestesia e cirurgia.[2] A Food and Drug Administration (FDA) aprovou o uso do carisoprodol em 1959, a metaxalona em agosto de 1962 e a cyclobenzaprina em agosto de 1977.[3]
Classificação
Consoante o local de ação, os relaxantes musculares pode ser classificados em[4]
- Relaxantes musculares de ação periférica ou bloqueadores neuromusculares, que atuam interferindo na transmissão a nível da junção neuromuscular e não têm atividade a nível do sistema nervoso central (SNC). São frequentemente usados durante a cirurgia e nas Unidades de Cuidados intensivos para inibir a contratilidade muscular.
- Ver artigo principal: Bloqueador neuromuscular
- Relaxantes musculares de ação central que atuam a nível do sistema nervoso central, a nível encefálico ou medular tais como o Carisoprodol, a Tizanidina de mecanismo de ação ainda mal conhecido e o baclofeno.[5] São usados para aliviar dor musculo-esquelética e espasmos e para reduzir a espasticidade em várias patologias neurológicas.
Mecanismo de ação
O relaxamento muscular e a paralisia podem ocorrer teoricamente pela interrupção da função a vários níveis, incluindo o sistema nervoso central, os nervos somáticos mielinizados, os nervos motores terminais desmielinizados, os recetores acetilcolínicos, a junção neuromuscular, a membrana muscular e o aparelho contrátil. A maioria dos bloqueadores neuro-musculares atuam bloqueando a transmissão a nível da junção neuromuscular. Normalmente o impulso nervoso chega ao nervo motor terminal, iniciando um influxo de iões de cálcio, (Ca2+), que causa a exocitose das vesículas sinápticas que contém a acetilcolina. Esta difunde-se então através da abertura sináptica. Pode ser hidrolisada pela acetilcolinaesterase ou ligada aos recetores nicotínicos localizados na placa neuromuscular. A ligação de duas moléculas de acetilcolina ao recetor originam uma transformação proteica do recetor nicotínico que abre os canais de sódio-potássio. Isto faz com que os iões de Na+ e Ca2+ entrem na célula com saída do K+, causando a despolarização da placa neuromuscular e a contração muscular.[10] A seguir à despolarização, as moléculas de acetilcolina são removidas da placa e enzimaticamente hidrolisadas pela acetilcolinaesterase.[1] O normal funcionamento da placa neuromuscular pode ser bloquedo por dois mecanismos. Agentes não despolarizantes, como a tubocurarina, bloqueiam a ligação do agonista, acetilcolina, e a ativação dos recetores nicotínicos impedindo assim a despolarização. Por outro lado, agentes despolarizantes como a succinilcolina, são agonistas dos recetores nicotínicos, competem com a acetilcolina na ligação a estes recetores e bloqueiam a contração despolarizando de tal modo o recetor que o dessensibiliza e o torna incapaz de iniciar um um novo potencial de acção.[1] Ambas estas classes de bloqueadores neuromusculares são estruturalmente semelhantes à acetilcolina, em muitos casos contendo duas moléculas de acetilcolina ligadas em termino-terminal por um anel rígido de carbono, como o pancurónio (um agente não despolarizante).[1]
Espasmolíticos
A geração do potencial de ação nos neurónios motores que levam à contração muscular, está dependente do equilíbrio entre a excitação e inibição sináptica que o neurónio motor recebe. Os agentes espasmolíticos atuam ou aumentando o nível de inibição ou reduzindo o nível de excitação. A inibição é ampliada pela imitação ou pelo aumento de ação das susbtâncias inibidoras endógenas, tais como o Ácido gama-aminobutírico(GABA).
Terminologia
Na medida em que atuam a nível do cortex, do eixo cerebral ou da medula, ou concomitantemente nas três áreas, foram chamados de "relaxantes musculares de ação central". Contudo sabe-se hoje que nem todas as moléculas nesta classe têm atividade sobre o SNC (por exemplo o dantrolene). [1] Assim, de acordo com MeSH, O dantrolene é classificado de relaxante muscular de ação central.[11] a OMS na ATC, usa o termo de "agentes de ação central"[5] mas adiciona uma categoria diferente "agentes de ação direta" para o dantrolene[12] O uso desta terminologia data de 1973.[13]
O termo "espasmolítico é também considerado sinónimo de antiespasmódico.[14]
Uso clínico
Os espasmolíticos tais como o carisoprodol, ciclobenzaprina, mataxalone e metocarbamol são comumente prescritos para as dores musculares lombares ou cervicais, fibromialgia e o síndrome da mialgia fascicular.[15] Contudo não são recomendados como medicamentos de primeira linha; na dor aguda, não são mais eficazes que o paracetamol ou os antiinflamatórios não esteróides (AINE)[16][17] e na fibromialgia não são mais eficazes que os antidepressivos.[15] Não está provado que uma droga seja melhor que a outra e todas têm efeitos colaterais, principalmente vertigens e sonolência.[15][17] Os cuidados a ter contra um possível abuso e a interação com outras drogas limita o seu uso.[15] A escolha de um relaxante muscular deve ser feita com base nos seus efeitos adversos, tolerância e custo.[18]
Os relaxants musculares são recomendados sobretudo em situações neurológicas tais como a paralisia cerebral e a esclerose múltipla[15] O dantroleno embora considerado como um agente de ação periférica tem também ação central, enquanto a aticidade do baclofeno é exclusivamente central.
Esta classe de medicamentos tem sido usada nos síndromes dolorosos, com base na teoria de que a dor induz um espasmo muscular e o espasmo causa dor. Contudo, vários estudos contradizem esta teoria.[19] Em geral não são aprovados pela FDA para uso a longo termo. contudo os reumatologistas prescrevem frequentemente a ciclobenzaprina à noite, diariamente para prolongar a fase 4 do sono. Aumentando esta fase do sono, os pacientes sente-se melhor de manhã e também é muito útil nos pacientes que têm fibromialgia.[20]
Outros, como a tizanidina são prescritos no tratamento das cefaleias,[21] o diazepam e o carisoprodol não são recomendados na pessoa idosa, na gravidez, nas pessoas que sofrem de depressão e nos aditos de álcool.[22]
Notas e referências
- ↑ a b c d e Miller, R.D. "Skeletal Muscle Relaxants," in, "Basic & Clinical Pharmacology: Seventh Edition," by Bertram G. Katzung. Published by Appleton & Lange, 1998, p.434-449. ISBN 0-8385-0565-1
- ↑ Bowman WC (2006). «Neuromuscular block». Br. J. Pharmacol. 147 Suppl 1: S277–86. PMC 1760749. PMID 16402115. doi:10.1038/sj.bjp.0706404
- ↑ «Brief History». Consultado em 2 de dezembro de 2012
- ↑ «Relaxantes musculares»
- ↑ a b «OMS-ATC/DDD Index» Erro de citação: Código
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inválido; o nome "urlATC/DDD Index1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ «Definição de Relaxante muscular» Parâmetro desconhecido
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) sugerido (ajuda) - ↑ «relaxante muscular» Texto "mediLexicon. (c) 2007" ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido
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ignorado (ajuda). - ↑ «Relaxante muscular WebMD» 🔗 Texto " Last Updated: February 15, 2006" ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido
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) sugerido (ajuda). - ↑ «Relaxante muscular esquelético(Via oral, Via Parenteral) Mayo Clinic. Last Updated: April 1, 2007» 🔗 Parâmetro desconhecido
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ignorado (|acessodata=
) sugerido (ajuda). - ↑ C.R. Craig , R. E. Stitzel (2003) Modern Pharmacology with clinical applications Lippincott Williams & Wilkins ISBN 0-7817-3762-1 p339
- ↑ MeSH Dantrolene
- ↑ «ATC/DDD Index»
- ↑ Ellis KO, Castellion AW, Honkomp LJ, Wessels FL, Carpenter JE, Halliday RP (1973). «Dantrolene, a direct acting skeletal muscle relaxant». J Pharm Sci. 62 (6): 948–51. PMID 4712630. doi:10.1002/jps.2600620619
- ↑ «Dorlands Medical Dictionary:antispasmodic»
- ↑ a b c d e See S, Ginzburg R (2008). «Choosing a skeletal muscle relaxant». Am Fam Physician. 78 (3): 365–370. ISSN 0002-838X. PMID 18711953
- ↑ Chou R; Qaseem A; Snow V; et al. (2007). «Diagnosis and treatment of low back pain: a joint clinical practice guideline from the American College of Physicians and the American Pain Society». Ann. Intern. Med. 147 (7): 478–91. PMID 17909209. doi:10.7326/0003-4819-147-7-200710020-00006 Parâmetro desconhecido
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ignorado (ajuda) - ↑ a b van Tulder MW, Touray T, Furlan AD, Solway S, Bouter LM (2003). Van Tulder, Maurits W, ed. «Muscle relaxants for non-specific low back pain». Cochrane Database Syst Rev (2): CD004252. PMID 12804507. doi:10.1002/14651858.CD004252
- ↑ See, S.; Ginzburg, R. (2008). «Skeletal muscle relaxants». Pharmacotherapy. 28 (2): 207–13. PMID 18225966. doi:10.1592/phco.28.2.207
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
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inválida; não foi fornecido texto para as refs de nomepmid15767833
- ↑ «When Are Muscle Relaxers Prescribed For Arthritis Patients?». Consultado em 9 de julho de 2010
- ↑ «Tension Headache». Consultado em 9 de julho de 2010
- ↑ «Muscle Relaxants». Consultado em 9 de julho de 2010