Fenda labial e palatina: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 177.40.209.110, com o conteúdo passando a estar como na última edição de Angeloleithold. Cópia não autorizada
Önni (discussão | contribs)
Linha 1: Linha 1:
{{Multitag|sfontes|rev|data=dezembro de 2014}}
{{Info/Patologia
{{Info/Patologia
|Nome = Fenda palatina
|Nome = Fenda palatina
|Imagem = Cleft lip child.jpg
|Imagem = Cleftlipandpalate.JPG
|Legenda = Fenda palatina unilateral direita
|Legenda = Fenda labiopalatal esquerda
|DiseasesDB=29604
|CID10 = Q35-Q37
|CID9 = {{CID9|749}}
| DiseasesDB_mult = {{DiseasesDB2|29414}}
| ICD10 = {{ICD10|Q|35||q|35}}-{{ICD10|Q|37||q|35}}
| ICD9 = {{ICD9|749}}
| ICDO =
| OMIM =
| MedlinePlus = 001051
| eMedicineSubj = ped
| eMedicineTopic = 2679
| MeshID =
}}
}}
<!-- Definição e sintomas -->
O '''lábio leporino''' ou '''fenda palatina''' (cientificamente '''fissura labiopalatal''') é uma abertura na região do [[lábio]] ou [[palato]], ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas, que ocorre entre a quarta e a décima semana de [[gestação]]. O adjetivo ''leporino'' refere-se à semelhança com o focinho fendido de uma [[lebre]].
As '''fissuras orofaciais''' (FO), conhecidas por '''fenda labial''' ou '''fenda palatina''' (cientificamente '''fissura labiopalatal''') envolve um grupo de condições que implicam o [[Lábio suprerior|lábio]] fendido, o [[palato]] fendido ou ambos<ref name=CDC2014/><ref name=Wat2014>{{cite journal|last1=Watkins|first1=SE|last2=Meyer|first2=RE|last3=Strauss|first3=RP|last4=Aylsworth|first4=AS|title=Classification, epidemiology, and genetics of orofacial clefts.|journal=Clinics in plastic surgery|date=Abril de 2014|volume=41|issue=2|pages=149–63|pmid=24607185|doi=10.1016/j.cps.2013.12.003}}</ref>. Uma fenda labial consiste numa fissura no lábio superior que pode estender-se à base do nariz.<!-- <ref name=CDC2014/> --> A fissura pode ocorrer num só lado, nos dois ou no meio.<!-- <ref name=CDC2014/> --> Uma fenda palatal consiste numa perfuração no céu da boca, em que é possível observar o [[septo nasal]],<!-- <ref name=CDC2014/> --> bem como as conchas inferiores e pode atingir o [[palato duro]] e o [[palato mole]]. Estas malformações podem causar problemas de alimentação, problemas de fala, problemas de audição e amiúde [[Otite média|infecções nos ouvidos]]. Geralmente esta condição está associada a outras doenças.<ref name=CDC2014>{{cite web|title=Facts about Cleft Lip and Cleft Palate|url=http://www.cdc.gov/ncbddd/birthdefects/cleftlip.html|accessdate=8 May 2015|date=October 20, 2014}}</ref>


<!-- Causa, mecanismo e diagnóstico -->
Trata-se de uma anomalia congénita, que ocorre durante a formação e desenvolvimento do [[feto]], em que o paciente apresenta comunicação buco–nasal, devido a perfuração no [[palato]], onde é possível observar o septo nasal, bem como as conchas inferiores e pode atingir [[palato duro]] e [[palato mole]]. Embora extremamente raro, lesões palatinas podem ocorrer provenientes de [[sífilis]] não tratadas.
A fissura labial e a fissura palatina devem-se à má oclusão dos tecidos do rosto durante a formação e [[gravidez|desenvolvimento]].<!-- <ref name=CDC2014/> --> Como tal, tratam-se dum tipo de [[doença congênita|malformação congénita]].<!-- <ref name=CDC2014/> --> A causa é desconhecida na maioria dos casos.<ref name=CDC2014/> Os factores de risco pode estar associados ao [[tabagismo]] durante a gravidez, [[diabetes]], [[obesidade]], idade materna avançada e a uma certa [[drogas durante a gravidez|medicação]] (como a utilizada para o tratamento de [[Epilepsia|convulsões]]).<ref name=CDC2014/><ref name=Wat2014/> Normalmente, a fenda labial e a fenda palatina podem ser diagnosticadas durante a gravidez com um [[ecografia obstétrica|exame de ultra-som]].<ref name=CDC2014/>

<!-- Tratamento -->
O lábio ou o palato fendidos podem ser curados com recurso a [[cirurgia]].<!-- <ref name=CDC2014/> --> Isto costuma ser feito nos primeiros meses de vida nas fissuras labiais e antes dos dezoito meses nas fissuras palatinas.<!-- <ref name=CDC2014/> --> Poderão ser necessários cuidados [[fonoaudiologia|fonoaudiológicos]] e [[odontologia|odontológicos]]. Com o tratamento adequando é possível obter bons resultados.<ref name=CDC2014/>

<!-- Epidemiologia e sociedade-->
A fissura labial e a fissura palatina afectam entre uma a duas crianças em cada mil nascimentos no [[mundo desenvolvido]].<ref name=Wat2014/> A ocorrência da fenda labial é cerca de duas vezes mais comum em homens do que em mulheres, enquanto que a fissura palatina sem lábio fendido é mais comum em mulheres.<ref name=Wat2014/> Em 2013 esta patologia provocou cerca de 3 300 mortes em todo o mundo, abaixo das 7 600 mortes em 1990.<ref name=GDB2013>{{cite journal|last1=GBD 2013 Mortality and Causes of Death|first1=Collaborators|title=Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.|journal=Lancet|date=17 de Dezembro de 2014|pmid=25530442|doi=10.1016/S0140-6736(14)61682-2|pmc=4340604|volume=385|pages=117–71}}</ref> Esta patologia é popularmente conhecida como ''lábio leporino'' devido à semelhança deste com o focinho fendido duma [[lebre]]; não obstante, o termo é geralmente considerado pejorativo.<ref>{{cite book|last1=Boklage|first1=Charles E.|title=How new humans are made cells and embryos, twins and chimeras, left and right, mind/selfsoul, sex, and schizophrenia|date=2010|publisher=World Scientific|location=Singapore|isbn=9789812835147|pages=283|url=https://books.google.ca/books?id=j7GfgRIgP9YC&pg=PT299}}</ref>
{{TOC limit|3}}


== Tipos de fissuras ==
== Tipos de fissuras ==

Revisão das 14h09min de 18 de agosto de 2016

Fenda palatina
Fenda labial e palatina
Fenda labiopalatal esquerda
Especialidade genética médica
Classificação e recursos externos
CID-10 Q35-Q37
CID-9 749
CID-11 1481115868
DiseasesDB 29604 29414
MedlinePlus 001051
eMedicine ped/2679
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

As fissuras orofaciais (FO), conhecidas por fenda labial ou fenda palatina (cientificamente fissura labiopalatal) envolve um grupo de condições que implicam o lábio fendido, o palato fendido ou ambos[1][2]. Uma fenda labial consiste numa fissura no lábio superior que pode estender-se à base do nariz. A fissura pode ocorrer num só lado, nos dois ou no meio. Uma fenda palatal consiste numa perfuração no céu da boca, em que é possível observar o septo nasal, bem como as conchas inferiores e pode atingir o palato duro e o palato mole. Estas malformações podem causar problemas de alimentação, problemas de fala, problemas de audição e amiúde infecções nos ouvidos. Geralmente esta condição está associada a outras doenças.[1]

A fissura labial e a fissura palatina devem-se à má oclusão dos tecidos do rosto durante a formação e desenvolvimento. Como tal, tratam-se dum tipo de malformação congénita. A causa é desconhecida na maioria dos casos.[1] Os factores de risco pode estar associados ao tabagismo durante a gravidez, diabetes, obesidade, idade materna avançada e a uma certa medicação (como a utilizada para o tratamento de convulsões).[1][2] Normalmente, a fenda labial e a fenda palatina podem ser diagnosticadas durante a gravidez com um exame de ultra-som.[1]

O lábio ou o palato fendidos podem ser curados com recurso a cirurgia. Isto costuma ser feito nos primeiros meses de vida nas fissuras labiais e antes dos dezoito meses nas fissuras palatinas. Poderão ser necessários cuidados fonoaudiológicos e odontológicos. Com o tratamento adequando é possível obter bons resultados.[1]

A fissura labial e a fissura palatina afectam entre uma a duas crianças em cada mil nascimentos no mundo desenvolvido.[2] A ocorrência da fenda labial é cerca de duas vezes mais comum em homens do que em mulheres, enquanto que a fissura palatina sem lábio fendido é mais comum em mulheres.[2] Em 2013 esta patologia provocou cerca de 3 300 mortes em todo o mundo, abaixo das 7 600 mortes em 1990.[3] Esta patologia é popularmente conhecida como lábio leporino devido à semelhança deste com o focinho fendido duma lebre; não obstante, o termo é geralmente considerado pejorativo.[4]

Tipos de fissuras

Menina de seis meses com fissura labiopalatal
A mesma menina com 5 anos e meio após cirurgia reparadora

As fissuras podem ser: unilaterais (atingem somente um lado do lábio) ou bilaterais (fendas dos dois lados do lábio), completas (quando atingem o lábio e o palato), ou incompletas (quando atingem somente uma dessas estruturas), além de atípicas assim variando desde formas mais leves, como cicatriz labial e o úvula bífida (quando a úvula aparece partida em duas), até formas mais graves, como as fissuras amplas de lábio e palato. As fissuras labiopalatais também podem se associar a outras malformações sejam elas de face ou de outras regiões do corpo. As fissuras de palato deixam o canal oral em contato com o nasal.

Incidência

Os caucasianos têm uma incidência estimada em 1,84/1000 nascimentos, sendo maior entre os amarelos e menor nos negroides (negros).

Sua incidência com a presença de familiares fissurados nas seguintes proporções:

a) pais normais = 0,1% de chance de ter um filho fissurado
b) pais normais e um filho fissurado = 4,5% de chance de ter outro filho fissurado
c) um dos pais e um filho fissurado = 15% de chance de ter outro filho fissurado

Fatores

No Brasil, estima-se que a cada 650 nascimentos, uma criança nasce com fissura labiopalatal. Existem vários fatores que tem sido implicados no seu aparecimento, tais como o uso de álcool ou cigarros, a realização de raios X na região abdominal, a ingestão de medicamentos, como anticonvulsivantes ou corticóide, durante o primeiro trimestre gestacional, deficiências nutricionais, infecções, além da hereditariedade. A única forma de corrigi-los é através de cirurgia.

Detecção e correção

Atualmente, graças ao aperfeiçoamento do ultrassom, o lábio leporino pode ser diagnosticado antes mesmo do parto. Isso permite que, logo após o nascimento, a cirurgia corretiva seja realizada. Hoje já existem técnicas que permitem a realização da cirurgia precoce, até 1 semana de vida.

A primeira cirurgia de lábio é realizada normalmente aos três meses de idade, quando a criança já deve ter 5 kg. Já a cirurgia de palato duro é realizada apenas aos doze meses de idade. Para uma boa alimentação e a criança não refluir alimento pelo nariz até a cirurgia do palato duro, são desenvolvidas técnicas de amamentação sendo a persistência da mãe fator fundamental para seu sucesso. Se mesmo assim a mãe não consegue amamentar, ela é orientada a fazer a ordenha e dar o leite materno na mamadeira, pois a preocupação é que mamando mal o bebê terá pouco ganho de peso. Alguns autores advogam o uso de placas palatinas pré-moldadas, de fácil manejo para ajudar na amamentação.

Alimentação

No caso da fenda se estender até o palato, há maior risco das crianças aspirarem o alimento provocando infeções como otites e pneumonias. As otites podem causar prejuízos no desenvolvimento da fala e linguagem. As anemias também são frequentes nas fissuras labiopalatais normalmente solucionáveis com uma dieta balanceada e sulfato ferroso. O aleitamento materno é indicado para evitar infecções, combater a anemia e fortalecer a musculatura da face e boca, além de manter a produção de leite da mãe. Quando o nenê não ganha peso suficiente, recorre-se à complementação alimentar, mas sem suspender a amamentação, pois o ato de sucção faz com que haja aumento no vínculo entre mãe e bebê.

Amamentação

  • Segurar o bebê em posição vertical, de modo que o nariz e a boca fiquem mais altos que o peito;
  • Preencher a abertura do lábio leporino com o seio (pode-se usar a placa dentária especial - obturador - para cobrir a fenda palatal);
  • Estimular e ajudar a mãe, orientando-a que se faz necessário "fechar a fissura" para que o bebê possa mamar bem, e apoiando-a, pois as mamadas costumam ser longas;
  • Alguns bebês necessitam ser alimentados por sonda orogástrica, copinho, mamadeira, colherzinha, o que o bebê adaptar melhor.

Sequelas

Sem o devido tratamento, as fissuras podem provocar sequelas graves, como a perda da audição, problemas de fala e deficit nutricional, além do sofrimento com o preconceito. É possível a total reabilitação do paciente com fissura labiopalatal. Quanto mais cedo a intervenção, melhor. O tratamento é longo,mas vale a pena, tem início desde o nascimento até a fase adulta, passando por várias cirurgias corretivas e estéticas.

Reabilitação

Uma equipe multidisciplinar deve estar envolvida nessa reabilitação, como médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, odontólogos, psicólogos, farmacêuticos e assistente social. A troca de informações entre os profissionais é fundamental para o tratamento da criança, pois um fator interfere diretamente no outro, no que diz respeito aos dentes, à fala, à face, às funções alimentares e ao desenvolvimento psicossocial.

Os pais que descobrirem seu filho com fissura labiopalatal devem procurar todos os tipos de orientações para possibilitarem a total reabilitação do seu filho. É indicado que os pais permaneçam tranquilos, pois a rejeição, negação e sentimento de culpa podem ser considerados normais no primeiro momento, mas com ajuda profissional, tanto os pais quanto o bebê poderão ter uma vida saudável e feliz.

Existem diversos centros cirúrgicos no Brasil com especialistas qualificados e competentes no atendimento de pacientes com fissuras labiopalatais pelo SUS, privados e filantrópicos.

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Fenda labial e palatina
  1. a b c d e f «Facts about Cleft Lip and Cleft Palate». October 20, 2014. Consultado em 8 May 2015  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  2. a b c d Watkins, SE; Meyer, RE; Strauss, RP; Aylsworth, AS (Abril de 2014). «Classification, epidemiology, and genetics of orofacial clefts.». Clinics in plastic surgery. 41 (2): 149–63. PMID 24607185. doi:10.1016/j.cps.2013.12.003 
  3. GBD 2013 Mortality and Causes of Death, Collaborators (17 de Dezembro de 2014). «Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 385: 117–71. PMC 4340604Acessível livremente. PMID 25530442. doi:10.1016/S0140-6736(14)61682-2 
  4. Boklage, Charles E. (2010). How new humans are made cells and embryos, twins and chimeras, left and right, mind/selfsoul, sex, and schizophrenia. Singapore: World Scientific. 283 páginas. ISBN 9789812835147