Ensino de física: diferenças entre revisões

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Aplicativos móveis no ensino de física
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Sob o olhar de Paulo Freire <ref>{{Citar periódico|ultimo=Cruz|primeiro=Marlon Messias Satana|data=2009-02-05|titulo=FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 25 ed. São Paulo. Paz e Terra, 1996 (Coleção leitura), 166p.|url=http://dx.doi.org/10.9771/2317-1219rf.v13i13.3221|jornal=Revista entreideias: educação, cultura e sociedade|volume=13|numero=13|doi=10.9771/2317-1219rf.v13i13.3221|issn=2317-1219}}</ref>“saber ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua própria produção e construção”, podemos entender que não é apenas deter estes dispositivos móveis com aplicativos educacionais que será uma forma de educação M-Learning. Para tal, se faz necessário um planejamento que envolva material didático, uma atividade de estudo investigativa e conteúdo curricular. Este método de aprendizagem possibilita a interação dos alunos com o conteúdo, podendo potencializar a autonomia dos estudantes.
Sob o olhar de Paulo Freire <ref>{{Citar periódico|ultimo=Cruz|primeiro=Marlon Messias Satana|data=2009-02-05|titulo=FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 25 ed. São Paulo. Paz e Terra, 1996 (Coleção leitura), 166p.|url=http://dx.doi.org/10.9771/2317-1219rf.v13i13.3221|jornal=Revista entreideias: educação, cultura e sociedade|volume=13|numero=13|doi=10.9771/2317-1219rf.v13i13.3221|issn=2317-1219}}</ref>“saber ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua própria produção e construção”, podemos entender que não é apenas deter estes dispositivos móveis com aplicativos educacionais que será uma forma de educação M-Learning. Para tal, se faz necessário um planejamento que envolva material didático, uma atividade de estudo investigativa e conteúdo curricular. Este método de aprendizagem possibilita a interação dos alunos com o conteúdo, podendo potencializar a autonomia dos estudantes.

==== Aplicativos ====
Há muitos aplicativos que são oferecidos para os sistemas Operacionais [[Android]] na Play Store, IOS, entre outros, onde os professores poderão realizar um pesquisa levando em consideração todos os critérios citados acima e qual o objetivo de aprendizagem. A prioridade se dá pelos aplicativos grátis (em sua maioria não são [[FreeSoftware|aplicativos livres]]), pois há o interesse que todos ao alunos independente do contexto social, possam adquirir com facilidade.

Mas não é necessário se fixar apenas em aplicativos existentes, há uma plataforma que permite criar novos aplicativos para diversas funcionalidades, seria a [https://fabricadeaplicativos.com.br/ Fábrica de Aplicativos]. Nota-se que ao realizar uma busca na Play Store de um sistema operacional Android, os aplicativos de física são direcionados às fórmulas.

Um aplicativo educacional que está em expansão é o [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172017000400506&lng=en&nrm=iso&tlng=pt Peer Instruction] <ref>{{Citar periódico|ultimo=Kielt|primeiro=Everton Donizetti|ultimo2=Silva|primeiro2=Sani de Carvalho Rutz da|ultimo3=Miquelin|primeiro3=Awdry Feisser|ultimo4=Kielt|primeiro4=Everton Donizetti|ultimo5=Silva|primeiro5=Sani de Carvalho Rutz da|ultimo6=Miquelin|primeiro6=Awdry Feisser|data=00/2017|titulo=Implementação de um aplicativo para smartphones como sistema de votação em aulas de Física com Peer Instruction|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1806-11172017000400506&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Revista Brasileira de Ensino de Física|volume=39|numero=4|doi=10.1590/1806-9126-rbef-2017-0091|issn=1806-1117}}</ref>. Para um professor de física, as dificuldade conceituais que os alunos possuem ainda são um objeto de estudos metodológicos, porém com este aplicativo, o professor distribui cartões com [[Código QR|QR Code]] aos alunos. Após um questionamento, os alunos votam em uma alternativa que julgam correta levantando um dos lados do cartão com a letra (a,b,c,d,e) correspondente. Então o professor utiliza seu Smartphone e rastreia as respostas, sendo aparente quantos alunos acertaram ou erraram. Desta forma o professor poderá receber um feedback real dos alunos. Mas vale ressaltar que este aplicativo não é interativo quanto aos alunos construírem seus conhecimentos.

Aplicativos sobre astronomia costumam ser mais interativos quando permitem que cada aluno possa ter em seu celular e utilize de diversas formas. Há aplicativos sobre o Mapa do Céu, desda forma quando apontar o celular com o aplicativo aberto, um mapa com os corpos celestes aparece e conforme a posição, terá todo o Céu na palma de sua mão. Uma atividade poderia ser a indagação da posição da Terra frente ao Céu ou identificar os planetas que são visíveis a olho nu.

A motivação que fará com que os alunos tenham e usufruam dos aplicativos de Física se darão pelo incentivo do professor em lhes mostrar que existem estas ferramentas e despertar sua curiosidade e criatividade. O planejamento aliado a uma boa base de informação levará aos professores e alunos um vínculo além dos muros da instituição educacional. E não apenas em aplicativos de física especificadamente, mas uma conectividade com as demais áreas da ciência e propor atividades mais complexas, que extraiam dos alunos reflexão e os desafiem frente a uma descoberta.


== Experimentação ==
== Experimentação ==

Revisão das 07h53min de 27 de setembro de 2018

Ensino de física ou pesquisa em ensino de física refere-se tanto aos métodos atualmente utilizados para ensinar física, como a uma área de pesquisa pedagógica que visa melhorar esses métodos. Historicamente, a física tem sido ensinada no nível médio e superior, principalmente, pelo método tradicional em conjunto com exercícios de laboratório destinados a verificar os conceitos ensinados nas aulas. Estes conceitos são melhor compreendidos quando as aulas são acompanhadas de demonstração, experimentos, e perguntas que exigem que os alunos pensem sobre o que vai acontecer em um determinado experimento e por quê. Os estudantes que participarem de um metodologia ativa de aprendizagem por exemplo, aprendem através de descobertas próprias com experimentos físicos. Por tentativa e erro eles aprendem a mudar seus conceitos sobre os fenômenos em física e descobrir os conceitos corretos.

Ensino de Física na Grécia antiga

Aristóteles escreveu o que é considerado como o primeiro livro-texto de física.[1] As ideias de Aristóteles foram ensinados até o fim da Idade Média, quando os cientistas começaram a fazer descobertas. Por exemplo, a descoberta de Copérnico contradiz a ideia de Aristóteles de que o planeta Terra está fixo no centro do universo. As ideias de Aristóteles sobre movimento não foram substituídas até o final do século 17, quando Newton publicou as suas.

Hoje estudantes de física continuam pensando em conceitos de física nos termos Aristotélicos, apesar de ser ensinado apenas conceitos Newtonianos.[2]

Estratégias de ensino

Estratégias de ensino são várias técnicas utilizadas pelos professores para facilitar a aprendizagem dos alunos com diferentes estilos de aprendizagem. As diferentes estratégias de ensino ajudam os professores a desenvolver o pensamento crítico entre os alunos e envolvê-los efetivamente em sala de aula. A seleção de estratégias de ensino depende do conceito a ser ensinado e também sobre o interesse dos alunos.

Métodos e abordagens

  • Método Tradicional: é a forma mais comum de ensino de ciências pois a maioria dos professores são ensinados por este método, eles continuam a usar o método, apesar de muitas limitações, como é muito conveniente. Este método é centrado no professor e o papel do professor é supremo dessa forma é ineficaz em desenvolver o pensamento crítico e a atitude científica entre as crianças.
  • Método socrático: neste método o papel do aluno é a maior em relação ao método tradicional, em que o professor irá fazer perguntas e acionar os pensamentos dos alunos. Este método é muito eficaz no desenvolvimento da ordem de pensar dos alunos e será ineficaz se as perguntas não são bem preparadas. Para aplicar esta estratégia, as crianças devem ser parcialmente informadas sobre o conteúdo. Este método é centrado no aluno.
  • Método demonstrativo: neste método o professor realiza determinadas experiências que os alunos observem e propõe questões relacionadas com o experimento. Após a conclusão, o professor pode fazer perguntas para explicar cada etapa que é realizada. Este método é eficaz pois ciência não é completamente um assunto teórico.
  • Método tradicional com demostrativo: Como o título sugere esse método é a combinação de dois métodos. É um método simples, em que o professor realiza a experiência e explica simultaneamente, assim o professor pode fornecer mais informações em menos tempo. Mas os alunos só observam e eles não realizam as experiência. E não é possível ensinar todos os tópicos por este método.[3]

Uso do computador no ensino de física

Existem diversas modalidades de uso de computadores para apoiar atividades pedagógicas do ensino de física. Uma revisão da literatura que avaliou 109 artigos[4] identificou sete modalidades:

  1. Instrução e avaliação mediada pelo computador
  2. Modelagem e simulação computacional
  3. Coleta e análise de dados em tempo real
  4. Recursos multimídia
  5. Comunicação à distância
  6. Resolução algébrica/numérica e visualização de soluções matemáticas
  7. Estudo de processos cognitivos

Foi observado que os trabalhos, em sua grande maioria, estão relacionados à modelagem e simulação computacional da Mecânica Newtoniana, enquanto atividades computacionais que abordam os temas de Ótica e Física Moderna são relativamente mais raros.

Ferramentas computacionais

O uso de ferramentas computacionais para o ensino de física tem experimentado um significativo avanço nas últimas três décadas [5]. Já em 1996, aproximadamente 90% dos laboratórios de ensino de física de países desenvolvidos eram auxiliados por computadores [6]. Conceitos de física podem apresentar um alto nível de abstração, além de comumente tratar com materiais fora do alcance dos sentidos dos seres humanos, como partículas subatômicas, corpos em alta velocidade, entre outros. Estas condições fazem com que estudantes em aulas de Física se sintam entediados com facilidade podendo passar a detestar este estudo [7][8]. Neste sentido, é recorrente o uso de imagens ilustrativas em livros-texto, lançando mão de recursos como fotografias estroboscópicas para representação de corpos em movimento ou fenômenos dinâmicos. No entanto, experiências na área de ensino têm mostrado que estes artifícios não têm sido significativamente eficazes. Muitos docentes na área afirmam que o uso de animações por computadores pode ser uma solução para tais dificuldades [9].

Limitações do uso do computador

Muitas vezes o uso do computador no ensino de física é citado como alternativa a realização de experimentos de laboratório. Entretanto, um sistema físico real pode ser muito complexo de modo que as simulações sempre serão baseadas em modelos que fazem simplificações. Tais simplificações resultam em limitações na validade da simulação, que, se não forem compreendidas, podem oferecer conceitos errados aos estudantes.[5]

Aplicativos móveis no ensino de física

Há muitas ferramentas para dispositivos móveis disponíveis ao ensino em física que vise complementar as aulas ministradas nas escolas. Conforme os artigos [10]sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que se referem ao uso de aplicativos móveis [11]para o uso do ensino, temos uma nova ferramenta pouco explorada e de fácil acesso à grande maioria de alunos e professores.

Uma aprendizagem que construa seus conhecimentos de forma que se possa visar romper as barrerias entre uma sala de sala tradicional com um ensino expositivo, se faz necessário onde no século XXI, uma pesquisa TIC Kids Online Brasil[12] [1] (2017) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), aponta que 93 % entre crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos utilizem seus Smartphone para acessar a internet e as práticas que predominam são: mensagens instantâneas (79%), vídeos online (77%), ouvir música online (75%) e redes sociais (73%), mas uma crescente busca por informações de notícias cresceu 17% entre os anos de 2013 e 2017, totalizando 51%. Isto demonstra que não apenas meios de interação são utilizados, mas como ferramenta de pesquisa.

Muitos professores devem ter se deparado com a situação de alunos estarem em sala de aula utilizando o celular em meio a uma explicação no quadro. Se esta atenção que se fazia necessária no conteúdo exposto é voltada para um aparelho interativo, professores e futuros professores devem se atentar e se aliar de forma produtiva a esta ferramenta de fácil acesso nos tempos atuais e que poderá contribuir de forma expressiva quando bem trabalhada.

Uma das praticidades é o conhecimento que os alunos já possuem do sistema operacional do seu Smartphone, mas será a cargo do professor canalizar está prática para atividades interativas que auxiliem na busca por conhecimentos e resoluções de problemas mais complexos, de forma a empoderar seus alunos a modificarem como lhes for mais necessário os parâmetros analisados.

Recursos educacionais através dos aparelhos celulares com uma metodologia M - Learning beneficiam todas as áreas do conhecimento, mas focaremos no ensino de Física.

Aprendizagem móvel (M-Learning)

Pensando objetivamente em aplicativos móveis que contribuam para o ensino de Física, deve-se compreender, primeiramente, o que vêm a ser um aplicativo educacional e quais parâmetros devem ser utilizados como critérios na avaliação de um possível aplicativo educacional.

Segundo o artigo [13] "Critérios de qualidade para aplicativos educacionais no contexto dos dispositivos móveis (m-learning)" adaptado [14], são requisitos que devem formar a base crítica na avaliação de um aplicativo:

  • Requisitos pedagógicos – ambiente educacional, aspectos didáticos, pertinência ao programa curricular;
  • Usabilidade – facilidade de uso, de aprendizagem;
  • Interatividade - o usuário é protagonista no uso dos recursos, fazendo escolhas que levam a experiências e resultados diferentes;
  • Acessibilidade – personalização, adequação ao ambiente;
  • Flexibilidade – adequação tecnológica e adaptação às necessidades e preferências dos usuários e ao ambiente educacional;
  • Mobilidade – considerando a portabilidade (equipamento de fácil manuseio em diversos lugares e situações) e a geolocalização (serviços integrados à identificação do local de onde são acessados);
  • Ubiquidade – integração dos alunos aos seus contextos de aprendizagem e a seu entorno;
  • Colaboração – ambiente de colaboração, participação e interação entre alunos, professores e instituições;
  • Compartilhamento – socialização do desenvolvimento das atividades, bem como dos resultados das atividades entre os demais alunos, professores e instituição.
  • Reusabilidade – capacidade de ser utilizado em variados contextos e situações de aprendizagem e com alunos de diferentes perfis.  

A UNESCO [15] define:

“[...] a aprendizagem móvel envolve o uso de tecnologia móvel isoladamente ou em combinação com qualquer outra tecnologia e informações para facilitar a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar”

A interação das TIC no contexto escolar vêm se inovando e modificando conforme novos estudos das suas utilidades vão se apresentando. Desta forma, aos professores cabe a responsabilidade de relacionarem e desenvolvê-las a seu favor, trazendo novas oportunidades de contribuição no processo de ensino-aprendizagem.

Assim, o uso de dispositivos móveis “não se limita ao aprendizado em ambientes formais (por exemplo, escolas), mas inclui todos os aspectos de ensino-aprendizagem para todos os tipos de estudantes, crianças, jovens e adultos”[16] . Pode-se compreender que aspectos importantes como os conceitos de aprendizagem e inovação tragam definições no âmbito do processo ensino-aprendizagem por meio de M-Learning. Portanto, possibilitam práticas que permitam explorar as TIC dentro e fora da escola, construindo uma base que traduza aos alunos quais as novas opções detêm e quais as melhores formas de utilizá-las para seus conhecimentos.

Sob o olhar de Paulo Freire [17]“saber ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua própria produção e construção”, podemos entender que não é apenas deter estes dispositivos móveis com aplicativos educacionais que será uma forma de educação M-Learning. Para tal, se faz necessário um planejamento que envolva material didático, uma atividade de estudo investigativa e conteúdo curricular. Este método de aprendizagem possibilita a interação dos alunos com o conteúdo, podendo potencializar a autonomia dos estudantes.

Aplicativos

Há muitos aplicativos que são oferecidos para os sistemas Operacionais Android na Play Store, IOS, entre outros, onde os professores poderão realizar um pesquisa levando em consideração todos os critérios citados acima e qual o objetivo de aprendizagem. A prioridade se dá pelos aplicativos grátis (em sua maioria não são aplicativos livres), pois há o interesse que todos ao alunos independente do contexto social, possam adquirir com facilidade.

Mas não é necessário se fixar apenas em aplicativos existentes, há uma plataforma que permite criar novos aplicativos para diversas funcionalidades, seria a Fábrica de Aplicativos. Nota-se que ao realizar uma busca na Play Store de um sistema operacional Android, os aplicativos de física são direcionados às fórmulas.

Um aplicativo educacional que está em expansão é o Peer Instruction [18]. Para um professor de física, as dificuldade conceituais que os alunos possuem ainda são um objeto de estudos metodológicos, porém com este aplicativo, o professor distribui cartões com QR Code aos alunos. Após um questionamento, os alunos votam em uma alternativa que julgam correta levantando um dos lados do cartão com a letra (a,b,c,d,e) correspondente. Então o professor utiliza seu Smartphone e rastreia as respostas, sendo aparente quantos alunos acertaram ou erraram. Desta forma o professor poderá receber um feedback real dos alunos. Mas vale ressaltar que este aplicativo não é interativo quanto aos alunos construírem seus conhecimentos.

Aplicativos sobre astronomia costumam ser mais interativos quando permitem que cada aluno possa ter em seu celular e utilize de diversas formas. Há aplicativos sobre o Mapa do Céu, desda forma quando apontar o celular com o aplicativo aberto, um mapa com os corpos celestes aparece e conforme a posição, terá todo o Céu na palma de sua mão. Uma atividade poderia ser a indagação da posição da Terra frente ao Céu ou identificar os planetas que são visíveis a olho nu.

A motivação que fará com que os alunos tenham e usufruam dos aplicativos de Física se darão pelo incentivo do professor em lhes mostrar que existem estas ferramentas e despertar sua curiosidade e criatividade. O planejamento aliado a uma boa base de informação levará aos professores e alunos um vínculo além dos muros da instituição educacional. E não apenas em aplicativos de física especificadamente, mas uma conectividade com as demais áreas da ciência e propor atividades mais complexas, que extraiam dos alunos reflexão e os desafiem frente a uma descoberta.

Experimentação

A experimentação é de fundamental importância para o ensino de Física[19], servindo não apenas como motivador para o aluno, mas como ferramenta na formação e desenvolvimento de conceito científicos[20]. O processo investigativo é parte central da experimentação sendo importante não apenas para a Física, mas para toda a área da Ciências da Natureza[21]. Apesar do processo investigativo ser central, é importante que assuma muitas formas devido a complexidade do processo de aprendizagem[20] o que apresenta um desafio ao professor.

Abordagens

São maneiras como as atividades experimentais são apresentadas na sala de aulas, definem o papel do professor, do aluno; roteiros para a atividade; posição do experimento em aula; vantagens, e desvantagens. Na criação de uma aula experimental é tão importante definir a abordagem quanto o tema do experimento. Existem várias abordagens de aulas experimentais no ensino de Física, entretanto, podem ser dividias em três principais[19]: atividades de demonstração, atividades de verificação e atividades de investigação.

Atividades de demonstração

Uma das abordagens mais utilizadas em atividades experimentais e são frequentemente integradas a aulas expositivas[19]. O experimento é no centro da aula servindo para a ilustração. Demanda pouco tempo, pode ser realizada com poucos materiais e em espaços mais restritos que as atividades de verificação e atividades de investigação. Entretanto não há garantia da atenção dos alunos e de seu envolvimento na atividade. Neste tipo de atividade o professor executa o experimento e explica seu funcionamento, o aluno observa e retira suas dúvidas; o roteiro é estruturado e fechado fica em posse do professor[22].

Atividades de verificação

São atividades que visam a confirmação da teoria e/ou lei e são comumente realizadas ao final de uma aula expositiva. Tornam o ensino mais realista e palpável para o aluno, além disso, possibilitam ao professor identificar facilmente os conceitos que não ficaram claros para seus alunos. Entretanto, a relativa previsibilidade do resultado pode desincentivar o aluno, não obstante, não desenvolve a curiosidade do aluno. Neste tipo de atividade, o professor fiscaliza e guia os alunos durante o experimento; os alunos realizam o experimento e o explicam. O roteiro é estruturado, fechado e é distribuído aos alunos[22].

Atividades de investigação

São atividades que visam a investigação de um fenômeno com pouco conhecimento prévio. Portanto, incentivam a curiosidade e a criatividade dos alunos, e o erro contribui para o aprendizado dos alunos. Entretanto, demandam tempo, comumente são uma aula inteira, e é necessário que os alunos possuam experiência em atividades práticas. Neste tipo de atividade, o professor é um facilitador e mediador do processo de aprendizagem. Enquanto os alunos possuem papel central, planejando, realizando, analisando e explicando o experimento. Devido a grande liberdade dos alunos, o roteiro deve ser aberto ou inexistente[22].

Coleta, análise e discussão de dados em sala de aula

São partes fundamentais de um experimento científico em um laboratório, o que não é diferente na sala de aula. A coleta e análise de dados são fundamentais para a aprendizagem do aluno, servindo para mudar suas ideias e visões pré concebidas sobre o experimento[23]. Além disso, levanta questões sobre que variáveis devem ser levadas em consideração e de incertezas das medidas.

Com o avanço da tecnologia, surgiram diversos equipamentos e programas que auxiliam na coleta e análise de dados. Entretanto, o alto custo de ferramentas proprietárias restringem o acesso. Neste contexto, a utilização de software livre torna-se vital para o amplo acesso, sendo gratuito pode ser utilizados por todos, sendo fundamental na inclusão digital[19]. Entretanto, para que o uso de, por exemplo, computadores em ambientes escolares de maneira eficiente é necessário introduzir no processo de formacão dos professores o uso dos mesmos[19].

Coleta de dados

A coleta de dados muitas vezes é considerada como pouco importante, entretanto, é fundamental para o entendimento de conceitos como dispersão, precisão, exatidão e valor verdadeiro e como os alunos pensam sobre tais conceitos e suas dificuldades[24]. Além de uma melhora na educação científica, uma vez que é necessário que pensem como cientistas e entendam como o mesmo trabalha e como ciência é desenvolvida.

Esta fase requer tempo, entretanto, a popularização de plataformas de prototipagem e de softwares livres, por exemplo Arduino e Tracker, vem possibilitando a sua utilização em sala de aula. A utilização desta tecnologia pode reduzir o tempo necessário para a coleta de dados[25], além disso possibilitar a realização de uma ampla gama de experimentos impraticáveis sem a utilização sensores eletrônicos como em certos experimentos em óptica[26].

Análise de dados e discussão

A análise de dados demanda grande envolvimento dos alunos, melhorando o entendimento dos mesmos sobre fenômenos físicos[19].Permite aos alunos discutirem e até relacionarem com situações já vividas[27]. Além disso, é fundamental a participação do professor no sentido de auxiliar e estimular os alunos na busca de explicações para os fenômenos estudados[27] em qualquer uma das abordagens escolhidas.

A utilização de computadores pode facilitar a organização e estruturação dos dados obtidos, criando-se tabelas e gráficos de forma mais rápida, propiciando mais tempo para a análise de dados propriamente dita[28][29], evitando a perda de interesse devido a intediante tarefa de anotar os dados. Podendo de proporcionar um tratamento estatistico dos resultados e aproximar o aluno do que é feito em um "laboratório de verdade"[29].

Referências

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