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Limite (filme)
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O filme provocou muita polêmica nas suas primeiras exibições e inclusive houve quebra-quebra durante a sua exibição. Acabou virando um mito, já que por muitos anos não foi exibido novamente. Recuperado nos [[década de 1970|anos 70]], o filme se tornou uma obra-prima e deixou sua marca na história cultural do Brasil.
O filme provocou muita polêmica nas suas primeiras exibições e inclusive houve quebra-quebra durante a sua exibição. Acabou virando um mito, já que por muitos anos não foi exibido novamente. Recuperado nos [[década de 1970|anos 70]], o filme se tornou uma obra-prima e deixou sua marca na história cultural do Brasil.

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Revisão das 23h23min de 19 de janeiro de 2021

Limite
Limite (filme)
 Brasil
1931 •  pb •  120 min 
Gênero filme de drama
filme mudo
Direção Mário Peixoto
Codireção Ruy Costa
Brutus Pedreira
Produção Mario Peixoto
Roteiro Mario Peixoto
Elenco Iolanda Bernardes
Edgar Brasil
Olga Breno
Brutus Pedreira
Mário Peixoto
Tatiana Rey
Carmen Santos
Raul Schnoor
Cinematografia Edgar Brasil
Edição Mário Peixoto
Companhia(s) produtora(s) Cinédia[1]
Lançamento Brasil 17 de maio de 1931
Reino Unido outubro de 1931
Estados Unidos 21 de abril de 1979 (New York New Directors and New Films Festival)
Portugal 1978 (Ciclo de Cinema Brasileiro)
Noruega 10 de outubro de 2010 (Film fra sør)

Brasil 5 de novembro de 2011 (restaurado)[2]
Idioma português brasileiro (intertítulos)
Limite

Limite é um filme do diretor brasileiro Mário Peixoto, filmado em 1930 e apresentado pela primeira vez em 17 de maio de 1931,[3] no Cinema Capitólio, localizado na Cinelândia, na cidade do Rio de Janeiro. Foi o único filme escrito e dirigido por Mário Peixoto.

As filmagens de Limite foram feitas no município de Mangaratiba na Fazenda Santa Justina, pertencente a Victor de Souza Breves, parente de Mario Peixoto. O tema do filme é a passagem do tempo e a condição humana.

O filme provocou muita polêmica nas suas primeiras exibições e inclusive houve quebra-quebra durante a sua exibição. Acabou virando um mito, já que por muitos anos não foi exibido novamente. Recuperado nos anos 70, o filme se tornou uma obra-prima e deixou sua marca na história cultural do Brasil.

É considerado um dos primeiros filmes experimentais já realizados na América Latina, embora o termo ainda não estivesse em circulação na época. [4]

Em novembro de 2015 o filme entrou em 1º lugar na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.[5]

Sinopse

Em um pequeno barco à deriva, duas mulheres e um homem relembram seu passado recente. Uma das mulheres escapou da prisão; a outra estava desesperada; e o homem tinha perdido sua amante. Cansados, eles param de remar e se conformam com a morte, relembrando (através de flashbacks) as situações de seu passado. Eles não têm mais força ou desejo de viver e atingiram o limite de suas existências.[6]

Elenco

  • Olga Breno ... Mulher #1
  • Tatiana Rey ... Mulher #2
  • Raul Schnoor ... Homem #1
  • Brutus Pedreira ... Homem #2 (as D.G. Pedrera)
  • Carmen Santos ... Mulher comendo fruta
  • Mário Peixoto ... Homem sentado no cemitério
  • Edgar Brasil ... Homem dormindo
  • Iolanda Bernardes ... Mulher na máquina de costura

Detalhes da produção

A cena da fuga da prisão é mostrada em paralelo com uma inserção de The Adventurer, de Charles Chaplin, com o título “Carlitos encrencou a zona”, significando: Charlie estragou sua saída - onde a cabeça do condenado, com a tampa, surge justamente ao lado do guarda da prisão. A sequência é mostrada como um “filme-no-filme”, durante uma projeção em um cinema com um pianista proporcionando o acompanhamento para o filme mudo de Charles Chaplin.[6]

Limite foi criado em um momento de transição do cinema mudo para o sonoro. Apresenta inovações em fotografia e montagem, além do fato de apresentar uma narração não linear. A partir do roteiro principal, o diretor questiona “a passagem do tempo e a condição humana”.[2]

"Em Limite, a câmera desenha movimentos transgressores, posta-se em ângulos inusitados, descobre formas e tons ocultos acima, abaixo, transversos à linha reta por onde toda e qualquer história se desenvolve. Ali, onde um qualquer fundo cênico e toda ação rege uma reação em resposta – e esta uma terceira, uma quarta, e outra, até que todas possam se encontrar ou anular –; ali, naquele lugar de sempre, naquele locus onde todas as narrativas se equivalem, a câmera descobre a geometria insuspeita dos telhados, e os bredos pelo caminho, e os sapos, e o vento, e o mar, o mar, o mar; descobre-os e assume-os como personagens, porquanto também a eles pertence a história daquela paisagem arruinada pela falência de um sistema econômico de que outrora fora a capital."
Luiz Henrique da Costa, "Mário Peixoto, um autor sem lugar"[7]

Legado

Lançamento

O filme foi lançado no Chaplin Clube, Rio de Janeiro, em 17 de outubro de 1931, para uma exibição especial em homenagem a Charlie Chaplin, que aparece brevemente no filme em uma inserção de O Aventureiro, de 1917.

Apesar de ter se tornado uma referência no cinema mundial, apresentou pouca repercussão no circuito cinematográfico da época e só voltou a ser exibido em alguns festivais, continuando, porém, a ser objeto de estudos e discussões.[2] Em 1959, quando o filme começou a apresentar sinais de deterioração, Plinio Süssekind e Saulo Pereira de Mello iniciaram o trabalho de restauração, mas o filme só voltou a ser exibido em 1978.

Exibido em salas alternativas ao longo dos anos, foi recentemente, restaurado pela Cinemateca Brasileira, com o relançamento em 5 e 6 de novembro de 2011, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Foi apresentado, então, com trilha sonora do norueguês Bugge Wesseltoft.[8] Bugge Wesseltoft, que veio ao país para tocar ao vivo durante a exibição no palco do Ibirapuera, foi acompanhado por Naná Vasconcelos, Marlui Miranda, Rodolfo Stroeter e Ola Kvernberg.[2]

Notas e referências

  1. Cinédia no IMDB
  2. a b c d Auditório Ibirapuera
  3. Filmecultura nº 31
  4. Caetano, Daniel Pecego Vieira; Caetano, Daniel Pecego Vieira (agosto de 2018). «Cartografias das margens: estudos sobre a produção experimental dos cinemas argentino e brasileiro». Alea: Estudos Neolatinos (2): 196–210. ISSN 1517-106X. doi:10.1590/1517-106x/2018202196210. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  5. André Dib (27 de novembro de 2015). «Abraccine organiza ranking dos 100 melhores filmes brasileiros». Abraccine. abraccine.org. Consultado em 26 de outubro de 2016 
  6. a b Limite no IMDB
  7. Ciencialit
  8. a b c d e Limite

Ver também

Ligações externas

Referências

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