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Delta do Ganges: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Ganges 88.08434E 21.69247N.jpg|250px|thumb|right|O Delta do Ganges, Índia e Bangladesh]]
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O '''delta do Ganges''' (também conhecido como '''Delta sunderbhan''' - '''Delta Bengala''') é um [[Delta]] na região do Sul da Ásia, mais especificamente na região de [[Bengala]] que abrange o [[Bangladesh]] e o [[subdivisões da Índia|estado indiano]] de [[Bengala Ocidental]]. O delta do Ganges é o maior delta do mundo e desemboca no [[Golfo de Bengala]]. A região é também uma das áreas mais férteis do mundo, desta forma ganhando o apelido de '''O Delta Verde'''. O delta, também conhecido como o '''delta do Ganges-Brahmaputra''', estendendo-se desde o [[Rio Hugli]] a oeste até o [[Rio Meghna]] a leste. O delta do Ganges ocupa cerca de 350&nbsp;km da costa do Golfo de Bengala. [[Calcutá]] e [[Haldia]], na Índia e [[Mongla]], no Bangladesh.<ref>{{citar web|lingua=[[língua inglesa|inglês]]|url=http://visibleearth.nasa.gov/view_rec.php?id=2875|titulo=Ganges Delta|obra=[[NASA]]|acessodata=05-03-2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061010213444/http://www.visibleearth.nasa.gov/view_rec.php?id=2875|arquivodata=2006-10-10|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|lingua=[[língua inglesa|inglês]]|url=http://earth.jsc.nasa.gov/sseop/efs/photoinfo.pl?PHOTO=STS027-39-28|titulo=Ganges River Delta|obra=[[NASA]]|acessodata=05-03-2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070802134948/http://earth.jsc.nasa.gov/sseop/EFS/photoinfo.pl?PHOTO=STS027-39-28|arquivodata=2007-08-02|urlmorta=yes}}</ref>
O '''delta do Ganges''' (também conhecido como '''Delta sunderbhan''' - '''Delta Bengala''') é um [[Delta]] na região do Sul da Ásia, mais especificamente na região de [[Bengala]] que abrange o [[Bangladesh]] e o [[subdivisões da Índia|estado indiano]] de [[Bengala Ocidental]]. O delta do Ganges é o maior delta do mundo e desemboca no [[Golfo de Bengala]]. A região é também uma das áreas mais férteis do mundo, desta forma ganhando o apelido de '''O Delta Verde'''. O delta, também conhecido como o '''delta do Ganges-Brahmaputra''', estendendo-se desde o [[Rio Hugli]] a oeste até o Rio Meghna a leste. O delta do Ganges ocupa cerca de 350 km da costa do Golfo de Bengala. [[Calcutá]] e [[Haldia]], na Índia e Mongla, no Bangladesh.<ref>{{citar web|lingua=[[língua inglesa|inglês]]|url=http://visibleearth.nasa.gov/view_rec.php?id=2875|titulo=Ganges Delta|obra=[[NASA]]|acessodata=05-03-2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061010213444/http://www.visibleearth.nasa.gov/view_rec.php?id=2875|arquivodata=2006-10-10|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|lingua=[[língua inglesa|inglês]]|url=http://earth.jsc.nasa.gov/sseop/efs/photoinfo.pl?PHOTO=STS027-39-28|titulo=Ganges River Delta|obra=[[NASA]]|acessodata=05-03-2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070802134948/http://earth.jsc.nasa.gov/sseop/EFS/photoinfo.pl?PHOTO=STS027-39-28|arquivodata=2007-08-02|urlmorta=yes}}</ref>


O delta do Ganges, na verdade, é formado pela confluência dos rios [[Rio Padma|Padma]] (Baixo Ganges), [[Rio Jamurra|Jamurra]] (Baixo Brahmaputra) e [[Rio Meghna|Meghna]].
O delta do Ganges, na verdade, é formado pela confluência dos rios [[Rio Padma|Padma]] (Baixo Ganges), Jamurra (Baixo Brahmaputra) e Meghna.

== Geografia ==
O Delta do Ganges tem a forma de um triângulo e é considerado um delta "arqueado" (em forma de arco). Cobre mais de 105 000 km<sup>2</sup> (41 000 sq mi) e fica principalmente em [[Bangladesh]] e [[Índia]], com rios do [[Butão]], [[Tibete]] e [[Nepal]] drenando para ele a partir do norte. A maior parte do delta é composta por solos aluviais formados por pequenas partículas de sedimentos que finalmente se depositam à medida que as correntes fluviais diminuem no estuário. Os rios carregam essas partículas finas com eles, mesmo de suas fontes em geleiras como fluvio-glaciais. Solos lateríticos vermelhos e vermelho-amarelos são encontrados quando se dirige mais para leste. O solo tem grandes quantidades de minerais e nutrientes, o que é bom para a agricultura.<ref name=":0">Chowdhury, Sifatul Quader; Hassan, M Qumrul (2012). "Bengal Delta". In Islam, Sirajul; Jamal, Ahmed A. (eds.). ''Banglapedia: National Encyclopedia of Bangladesh'' (Second ed.). Asiatic Society of Bangladesh</ref>

É composto por um labirinto de canais, pântanos, lagos e sedimentos de planícies de inundação (chars). O rio Gorai-Madhumati, um dos distribuidores do Ganges, divide o delta do Ganges em duas partes: o delta oriental geologicamente jovem, ativo, e o delta ocidental mais antigo, menos ativo.<ref name=":0" />

== População ==
Cerca de 280 milhões (180 milhões de Bangladesh e 100 milhões de Bengala Ocidental, Índia) vivem no delta, apesar dos riscos de inundações causadas por monções<sup>,</sup> escoamento intenso das neves derretidas do Himalaia e ciclones tropicais do Oceano Índico Norte. Uma grande parte da nação de Bangladesh encontra-se no delta do Ganges; Muitas das pessoas do país dependem da Delta para sobreviver.<ref name=":1">Bowden, Rob (2003). ''The Ganges''. A River Journey. Chicago: Heinemann-Raintree Library. ISBN 978-0739860700</ref>

Acredita-se que mais de 300 milhões de pessoas são apoiadas pelo Delta do Ganges; aproximadamente 400 milhões de pessoas vivem na bacia do rio Ganges, tornando-a a bacia hidrográfica mais populosa do mundo. A maior parte do Delta do Ganges tem uma densidade populacional superior a 200/km<sup>2</sup> (520 pessoas por milha quadrada), tornando-se uma das regiões mais densamente povoadas do mundo.<ref name=":1" />

== Geologia ==
O Delta do Ganges encontra-se na junção de três placas tectônicas: a [[Placa indiana|Placa Indiana]], a [[Placa eurasiática|Placa Eurasiática]] e a [[Placa da Birmânia]]. A borda da paleoplataforma do [[Eoceno]] vai aproximadamente de Calcutá até a borda do Planalto de Shillong. A borda da paleoplataforma marca a transição da espessa crosta continental no noroeste para a fina crosta continental ou oceânica no sudeste. O enorme suprimento de sedimentos da colisão do Himalaia estendeu o delta cerca de 400 quilômetros (250 milhas) desde o Eoceno. A espessura do sedimento a sudeste da borda da paleoplataforma abaixo do Delta do Ganges pode exceder 16 km (9,9 milhas).<ref>{{Citar periódico |url=https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0012821X08004263 |título=Collision of the Ganges–Brahmaputra Delta with the Burma Arc: Implications for earthquake hazard |data=2008-09-15 |acessodata=2023-11-12 |periódico=Earth and Planetary Science Letters |número=3 |ultimo=Steckler |primeiro=Michael S. |ultimo2=Akhter |primeiro2=S. Humayun |paginas=367–378 |doi=10.1016/j.epsl.2008.07.009 |issn=0012-821X |ultimo3=Seeber |primeiro3=Leonardo}}</ref>

== Clima ==
O Delta do Ganges fica principalmente na zona de clima tropical úmido, e recebe entre 1.500 a 2.000 mm (59 a 79 pol) de chuva a cada ano na parte ocidental, e 2 000 a 3 000 mm (79 a 118 pol) na parte leste<sup>.</sup> Verões quentes e secos e invernos frios e secos tornam o clima adequado para a agricultura.<ref name=":2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=fGvMz4bMACAC|título=The Ganges|ultimo=Bowden|primeiro=Rob|data=2003-07-30|editora=Heinemann-Raintree Library|lingua=en}}</ref>

=== Ciclones e inundações ===
Em novembro de 1970, o [[ciclone tropical]] mais mortal do século XX atingiu a região do Delta do Ganges. O ciclone Bhola de 1970 matou 500.000 pessoas (número oficial de mortos), com outros 100.000 desaparecidos. O [[Guinness Book of World Records]] estimou a perda total de vidas humanas do ciclone Bhola em 1.000.000.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20051119041251/http://www.guinnessworldrecords.com/content_pages/record.asp?recordid=53274|titulo=History and Society/Disasters/Cyclone Deaths|data=2005-11-19|acessodata=2023-11-12|website=web.archive.org}}</ref>

Outro ciclone atingiu o delta em 1991, matando cerca de 139 mil pessoas. Também deixou muitas pessoas desabrigadas.<ref name=":2" />

As pessoas têm que ter cuidado no delta do rio, pois graves inundações também ocorrem. Em 1998, o Ganges inundou o delta, matando cerca de 1 000 pessoas e deixando mais de 30 milhões de pessoas desabrigadas. O governo de [[Bangladesh]] pediu US$ 900 milhões para ajudar a alimentar a população da região, já que toda a safra de arroz foi perdida.<ref name=":2" />

== História do Delta de Bengala ==
A história do delta de Bengala tem sido uma preocupação emergente dos historiadores ambientais.<ref name=":3">{{Citation|last=Damodaran|first=Vinita|title=The East India Company and the Natural World|chapter=The East India Company, Famine and Ecological Conditions in Eighteenth-Century Bengal|date=2015|pages=80–101|editor-last=Damodaran|editor-first=Vinita|series=Palgrave Studies in World Environmental History|publisher=Palgrave Macmillan UK|language=en|doi=10.1057/9781137427274_5|isbn=978-1-137-42727-4|editor2-last=Winterbottom|editor2-first=Anna|editor3-last=Lester|editor3-first=Alan}}</ref><ref name=":4">{{Cite journal |url=http://www.environmentandsociety.org/node/2827 |title=Famine in a Forest Tract: Ecological Change and the Causes of the 1897 Famine in Chotanagpur, Northern India |date=1995 |journal=Environment and History |issue=2 |last=DAMODARAN |first=VINITA |pages=129–158 |doi=10.3197/096734095779522636 |issn=0967-3407 |jstor=20722973 |volume=1 |s2cid=84650653}}</ref><ref name=":5">{{Cite journal |title=Famine in Bengal: A Comparison of the 1770 Famine in Bengal and the 1897 Famine in Chotanagpur |date=1-10-2006 |journal=The Medieval History Journal |issue=1–2 |last=Damodaran |first=Vinita |pages=143–181 |language=en |doi=10.1177/097194580701000206 |issn=0971-9458 |volume=10 |s2cid=162735048}}</ref>

A historiadora indiana Vinita Damodaran fez um perfil extensivo das práticas de manejo da fome pela [[East India Company|Companhia das Índias Orientais]] e relacionou essas práticas às grandes mudanças ecológicas provocadas pelas práticas de manejo florestal e da terra. Debjani Bhattacharyya mostrou como [[Calcutá]] foi construída como um centro urbano através do rastreamento de mudanças ecológicas provocadas por potências coloniais envolvendo terra, água e humanos ao longo de meados do século 18 até o início do século 20.<ref name=":3" /><ref name=":4" /><ref name=":5" /><ref>{{Cite book|url=https://www.cambridge.org/core/books/empire-and-ecology-in-the-bengal-delta/4741DB240F1EACD9E1AFDDDFD9EE74AA|title=Empire and Ecology in the Bengal Delta: The Making of Calcutta|last=Bhattacharyya|first=Debjani|date=2018|doi=10.1017/9781108348867|isbn=9781108348867|access-date=25-1-2020|language=en|s2cid=134078487}}</ref><ref>{{Cite journal |url=https://academic.oup.com/envhis/article/24/4/807/5550680 |title=Empire and Ecology in the Bengal Delta: The Making of Calcutta. By Debjani Bhattacharyya |date=1-10-2019 |journal=Environmental History |issue=4 |last=Siegel |first=Benjamin |pages=807–809 |language=en |doi=10.1093/envhis/emz053 |issn=1084-5453 |volume=24}}</ref>

Em termos de estudos recentes que se concentram mais na parte oriental do Delta de Bengala/Ganges, Iftekhar Iqbal defende a inclusão do Delta de Bengala como um marco ecológico dentro do qual estudar a dinâmica da prosperidade ou declínio agrário, conflitos comunais, pobreza e fome, especialmente durante todo o período colonial. Iqbal tentou mostrar como movimentos de resistência como o movimento Faraizi podem ser estudados em relação às práticas de manejo ecológico colonial.<ref name=":6">{{Cite book|title=The Bengal Delta: Ecology, State and Social Change, 1840–1943|last=Iqbal|first=Iftekhar|date=2010|publisher=Palgrave Macmillan UK|editor-last=Iqbal|editor-first=Iftekhar|series=Cambridge Imperial and Post-Colonial Studies Series|chapter=The Political Ecology of the Peasant: the Faraizi Movement between Revolution and Passive Resistance|doi=10.1057/9780230289819_4|isbn=978-0-230-28981-9|pages=67–92|language=en}}</ref><ref name=":7">{{Cite book|title=The Bengal Delta : ecology, state and social change, 1840-1943|last=Iqbal, Iftekhar.|date=2010|publisher=Palgrave Macmillan|isbn=978-0-230-23183-2|oclc=632079110|location=Basingstoke}}</ref>

Uma forte crítica aos estudiosos da história ambiental em relação ao delta de Bengala/Ganges é que a maior parte dos estudos se limita aos séculos 18 a 21, com uma escassez geral de história ecológica da região antes do século 18.<ref name=":6" /><ref name=":7" />

== Visão ==
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== Ver também ==
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== Links externos ==
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* The Golden Fibre Trade Centre: [https://web.archive.org/web/20051117232413/http://tradezone.com/tradesites/ganges_delta.html Ganges Delta: Most Fertile Land for Growing Raw Jute]
* {{cite book|title=Banglapedia: National Encyclopedia of Bangladesh|last=Rob|first=Md Abdur|publisher=[[Asiatic Society of Bangladesh]]|chapter=Ganges-Padma River System|year=2012|chapter-url=http://en.banglapedia.org/index.php?title=Ganges-Padma_River_System|editor1-last=Islam|editor1-first=Sirajul|editor1-link=Sirajul Islam|editor2-last=Jamal|editor2-first=Ahmed A.|edition=Second}}
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Revisão das 13h36min de 12 de novembro de 2023

O Delta do Ganges, Índia e Bangladesh

O delta do Ganges (também conhecido como Delta sunderbhan - Delta Bengala) é um Delta na região do Sul da Ásia, mais especificamente na região de Bengala que abrange o Bangladesh e o estado indiano de Bengala Ocidental. O delta do Ganges é o maior delta do mundo e desemboca no Golfo de Bengala. A região é também uma das áreas mais férteis do mundo, desta forma ganhando o apelido de O Delta Verde. O delta, também conhecido como o delta do Ganges-Brahmaputra, estendendo-se desde o Rio Hugli a oeste até o Rio Meghna a leste. O delta do Ganges ocupa cerca de 350 km da costa do Golfo de Bengala. Calcutá e Haldia, na Índia e Mongla, no Bangladesh.[1][2]

O delta do Ganges, na verdade, é formado pela confluência dos rios Padma (Baixo Ganges), Jamurra (Baixo Brahmaputra) e Meghna.

Geografia

O Delta do Ganges tem a forma de um triângulo e é considerado um delta "arqueado" (em forma de arco). Cobre mais de 105 000 km2 (41 000 sq mi) e fica principalmente em Bangladesh e Índia, com rios do Butão, Tibete e Nepal drenando para ele a partir do norte. A maior parte do delta é composta por solos aluviais formados por pequenas partículas de sedimentos que finalmente se depositam à medida que as correntes fluviais diminuem no estuário. Os rios carregam essas partículas finas com eles, mesmo de suas fontes em geleiras como fluvio-glaciais. Solos lateríticos vermelhos e vermelho-amarelos são encontrados quando se dirige mais para leste. O solo tem grandes quantidades de minerais e nutrientes, o que é bom para a agricultura.[3]

É composto por um labirinto de canais, pântanos, lagos e sedimentos de planícies de inundação (chars). O rio Gorai-Madhumati, um dos distribuidores do Ganges, divide o delta do Ganges em duas partes: o delta oriental geologicamente jovem, ativo, e o delta ocidental mais antigo, menos ativo.[3]

População

Cerca de 280 milhões (180 milhões de Bangladesh e 100 milhões de Bengala Ocidental, Índia) vivem no delta, apesar dos riscos de inundações causadas por monções, escoamento intenso das neves derretidas do Himalaia e ciclones tropicais do Oceano Índico Norte. Uma grande parte da nação de Bangladesh encontra-se no delta do Ganges; Muitas das pessoas do país dependem da Delta para sobreviver.[4]

Acredita-se que mais de 300 milhões de pessoas são apoiadas pelo Delta do Ganges; aproximadamente 400 milhões de pessoas vivem na bacia do rio Ganges, tornando-a a bacia hidrográfica mais populosa do mundo. A maior parte do Delta do Ganges tem uma densidade populacional superior a 200/km2 (520 pessoas por milha quadrada), tornando-se uma das regiões mais densamente povoadas do mundo.[4]

Geologia

O Delta do Ganges encontra-se na junção de três placas tectônicas: a Placa Indiana, a Placa Eurasiática e a Placa da Birmânia. A borda da paleoplataforma do Eoceno vai aproximadamente de Calcutá até a borda do Planalto de Shillong. A borda da paleoplataforma marca a transição da espessa crosta continental no noroeste para a fina crosta continental ou oceânica no sudeste. O enorme suprimento de sedimentos da colisão do Himalaia estendeu o delta cerca de 400 quilômetros (250 milhas) desde o Eoceno. A espessura do sedimento a sudeste da borda da paleoplataforma abaixo do Delta do Ganges pode exceder 16 km (9,9 milhas).[5]

Clima

O Delta do Ganges fica principalmente na zona de clima tropical úmido, e recebe entre 1.500 a 2.000 mm (59 a 79 pol) de chuva a cada ano na parte ocidental, e 2 000 a 3 000 mm (79 a 118 pol) na parte leste. Verões quentes e secos e invernos frios e secos tornam o clima adequado para a agricultura.[6]

Ciclones e inundações

Em novembro de 1970, o ciclone tropical mais mortal do século XX atingiu a região do Delta do Ganges. O ciclone Bhola de 1970 matou 500.000 pessoas (número oficial de mortos), com outros 100.000 desaparecidos. O Guinness Book of World Records estimou a perda total de vidas humanas do ciclone Bhola em 1.000.000.[7]

Outro ciclone atingiu o delta em 1991, matando cerca de 139 mil pessoas. Também deixou muitas pessoas desabrigadas.[6]

As pessoas têm que ter cuidado no delta do rio, pois graves inundações também ocorrem. Em 1998, o Ganges inundou o delta, matando cerca de 1 000 pessoas e deixando mais de 30 milhões de pessoas desabrigadas. O governo de Bangladesh pediu US$ 900 milhões para ajudar a alimentar a população da região, já que toda a safra de arroz foi perdida.[6]

História do Delta de Bengala

A história do delta de Bengala tem sido uma preocupação emergente dos historiadores ambientais.[8][9][10]

A historiadora indiana Vinita Damodaran fez um perfil extensivo das práticas de manejo da fome pela Companhia das Índias Orientais e relacionou essas práticas às grandes mudanças ecológicas provocadas pelas práticas de manejo florestal e da terra. Debjani Bhattacharyya mostrou como Calcutá foi construída como um centro urbano através do rastreamento de mudanças ecológicas provocadas por potências coloniais envolvendo terra, água e humanos ao longo de meados do século 18 até o início do século 20.[8][9][10][11][12]

Em termos de estudos recentes que se concentram mais na parte oriental do Delta de Bengala/Ganges, Iftekhar Iqbal defende a inclusão do Delta de Bengala como um marco ecológico dentro do qual estudar a dinâmica da prosperidade ou declínio agrário, conflitos comunais, pobreza e fome, especialmente durante todo o período colonial. Iqbal tentou mostrar como movimentos de resistência como o movimento Faraizi podem ser estudados em relação às práticas de manejo ecológico colonial.[13][14]

Uma forte crítica aos estudiosos da história ambiental em relação ao delta de Bengala/Ganges é que a maior parte dos estudos se limita aos séculos 18 a 21, com uma escassez geral de história ecológica da região antes do século 18.[13][14]

Visão

Rio Ganga/Padma do Espaço

Ver também

Referências

  1. «Ganges Delta». NASA (em inglês). Consultado em 5 de março de 2008. Arquivado do original em 10 de outubro de 2006 
  2. «Ganges River Delta». NASA (em inglês). Consultado em 5 de março de 2008. Arquivado do original em 2 de agosto de 2007 
  3. a b Chowdhury, Sifatul Quader; Hassan, M Qumrul (2012). "Bengal Delta". In Islam, Sirajul; Jamal, Ahmed A. (eds.). Banglapedia: National Encyclopedia of Bangladesh (Second ed.). Asiatic Society of Bangladesh
  4. a b Bowden, Rob (2003). The Ganges. A River Journey. Chicago: Heinemann-Raintree Library. ISBN 978-0739860700
  5. Steckler, Michael S.; Akhter, S. Humayun; Seeber, Leonardo (15 de setembro de 2008). «Collision of the Ganges–Brahmaputra Delta with the Burma Arc: Implications for earthquake hazard». Earth and Planetary Science Letters (3): 367–378. ISSN 0012-821X. doi:10.1016/j.epsl.2008.07.009. Consultado em 12 de novembro de 2023 
  6. a b c Bowden, Rob (30 de julho de 2003). The Ganges (em inglês). [S.l.]: Heinemann-Raintree Library 
  7. «History and Society/Disasters/Cyclone Deaths». web.archive.org. 19 de novembro de 2005. Consultado em 12 de novembro de 2023 
  8. a b Damodaran, Vinita (2015), «The East India Company, Famine and Ecological Conditions in Eighteenth-Century Bengal», in: Damodaran, Vinita; Winterbottom, Anna; Lester, Alan, The East India Company and the Natural World, ISBN 978-1-137-42727-4, Palgrave Studies in World Environmental History (em inglês), Palgrave Macmillan UK, pp. 80–101, doi:10.1057/9781137427274_5 
  9. a b DAMODARAN, VINITA (1995). «Famine in a Forest Tract: Ecological Change and the Causes of the 1897 Famine in Chotanagpur, Northern India». Environment and History. 1 (2): 129–158. ISSN 0967-3407. JSTOR 20722973. doi:10.3197/096734095779522636 
  10. a b Damodaran, Vinita (1 de outubro de 2006). «Famine in Bengal: A Comparison of the 1770 Famine in Bengal and the 1897 Famine in Chotanagpur». The Medieval History Journal (em inglês). 10 (1–2): 143–181. ISSN 0971-9458. doi:10.1177/097194580701000206 
  11. Bhattacharyya, Debjani (2018). Empire and Ecology in the Bengal Delta: The Making of Calcutta (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9781108348867. doi:10.1017/9781108348867. Consultado em 25 de janeiro de 2020 
  12. Siegel, Benjamin (1 de outubro de 2019). «Empire and Ecology in the Bengal Delta: The Making of Calcutta. By Debjani Bhattacharyya». Environmental History (em inglês). 24 (4): 807–809. ISSN 1084-5453. doi:10.1093/envhis/emz053 
  13. a b Iqbal, Iftekhar (2010). «The Political Ecology of the Peasant: the Faraizi Movement between Revolution and Passive Resistance». In: Iqbal, Iftekhar. The Bengal Delta: Ecology, State and Social Change, 1840–1943. Col: Cambridge Imperial and Post-Colonial Studies Series (em inglês). [S.l.]: Palgrave Macmillan UK. pp. 67–92. ISBN 978-0-230-28981-9. doi:10.1057/9780230289819_4 
  14. a b Iqbal, Iftekhar. (2010). The Bengal Delta : ecology, state and social change, 1840-1943. Basingstoke: Palgrave Macmillan. ISBN 978-0-230-23183-2. OCLC 632079110 

Links externos

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