Íñigo Lopes, senhor de Biscaia
Íñigo Lopes | |
---|---|
Senhor da Biscaia | |
Sucessor | Lope Íñiguez |
Morte | 1076 |
Pai | Lope Velázquez |
Íñigo Lopes (em castelhano: Íñigo López e Enecco Lopiz na documentação; m.1076) foi o primeiro senhor de Biscaia. Com alguns intervalos, governou o condado biscainho até a sua morte, quando foi sucedido por seu filho, Lope Íñiguez.[1] Também foi tenente em Nájera, até 1075, e em Durango em 1051.[2]
Antepassados
[editar | editar código-fonte]Apesar de sua filiação ainda não ser confirmada, é muito provável que sua origem fosse navarro,[2] e segundo a hipótese mais difundida, foi o filho de Lope Velázquez, senhor, com seu irmão Galindo, de Ayala, Mena e Somorrostro.[3] Foi a mesma pessoa que assina vários documentos do rei Garcia Sanchez III de Pamplona; o primeiro deles, a uma carta de arras que o rei deu a sua esposa Estefanía de Foix em 1040, onde aparece testemunhando o sennior Lope Velascoz de Colindres e seu irmão sennior Galindo Velazcoz, em Mena. Lope e Galindo também tinham um outro irmão chamado Garcia de Botaya, um monge no Mosteiro de San Juan de la Peña que havia falecido por volta de 1057, ano em que seu irmão fez uma doação ao mosteiro para a alma de Garcia, que tinha viajado sem permissão para as terras estrangeiras onde morreu.
Lope Velázquez aparece em várias ocasiões com Íñigo Lopes, e deve ter morrido em torno de 1057, a última vez que figura na documentação.[4] Íñigo Lopes teve vários irmãos:[5][a]
- Sancho Lopes, tenente em Poza em 1047 e 1049;[6]
- Fortunio Lopes,[7] que confirmou vários diplomas do rei Garcia Sanchez III de Pamplona a partir de 1040 como o tenente de Tedeja, até 1053
- García Lopes
- Galindo Lopes
- Mencía Lopes
Biografia
[editar | editar código-fonte]A primeira menção de Íñigo Lopes ao frente do governo do condado de Biscaia foi em 1040 no momento de confirmar um documento no Mosteiro de San Millán de Suso chamando-se Enneco Lupiz Viscayensis[8][9]. Governou esta tenência durante vários períodos até 1076. Também figura como tenente em Álava em 1030,e em Durango em 1051.[10] O rei Sancho Garcés IV de Pamplona, para premiar sua lealdade, encomendou-lhe em 1063 a importante tenência riojana de Nájera que Íñigo governou até 1075.[8] Depois da morte do rei Sancho Garcês IV de Pamplona, quando as terras da Rioja estavam sob o domínio do rei Afonso VI de Leão e Castela, o governo de Nájera e outras praças foram encomendadas ao conde Garcia Ordonhes, esposo de Urraca, a irmã do falecido rei Sancho IV.[11]
O senhor de Biscaia fez muitas doações a diferentes mosteiros, especialmente ao Mosteiro de San Millán. Em 1053, Íñigo e sua esposa Toda fizeram a doação ao Mosteiro de San Juan de la Peña do Castelo e da Igreja de São João em Gaztelugatxe e algumas herdades em Bermeo.[9]
A última vez que Íñigo Lopez aparece na documentação foi em 1076 quando ele doou a vila de Camprovín, que tinha comprado ao rei Sancho IV. Neste documento, refere-se a si mesmo como senior Enneco Lopez, gratia Dei tocius Vizcahie comes. [12][13]
Matrimônio e descendência
[editar | editar código-fonte]Em janeiro de 1051, figura já como o esposo de Toda Fortunez (Ortiz), possivelmente a filha de Fortunio Sanches, chamado "Bono Patre", aio do rei Garcia Sanchez III de Pamplona e de sua esposa Toda Garcês, neta de Ramiro Garcês de Viguera,[8][12]. O historiador Ubieto Arteta opina, embora, que o pai de Toda Fortunes, foi Fortunio Ochoa.[b]
Os filhos documentados de Íñigo e Toda foram:
- Lope Íñiguez,[14] que sucedeu a seu pai como o senhor de Biscaia em 1076.
- Sancho Íñiguez, falecido cerca de 1070, como evidenciado por uma doação de seus pais ao Mosteiro de San Millán pro anima de filio nostro Sancio Ennecones, confirmando esta doação seus irmãos Lope, Garcia e Galindo.[c][14]
- Garcia Íñiguez. [d]
- Galindo Iñiguez,[15] aparece várias vezes no documentos medievais, a última vez em 1087 chamando-se filho do conde Íñigo Lopes, doando seus bens em Biscaia, Álava e Nájera.[e]
- Fortunio Íñíguez como seu irmão Garcia, ocupou cargos na corte de Pamplona quando os reis Afonso VI e Sancho I de Aragão, dividiram os territórios após a morte do rei Sancho Garcês IV.[15]
Notas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Lope Íñigez, señor de Vizcaya», especificamente desta versão.
- [a] ^ Garsea, et Galindo frates mei, domna Mencía soror mea confirmam a doação na sua última aparição em 1076.
- [b] ^ Se este for o caso, teria sido a filha de um casamento anterior de Fortunio já que casou com Mécia Garcês cerca de 1044 e Toda estava casada com Íñigo Lopes em 1051.
- [c] ^ Segundo Sánchez de Mora, poderia ser o pai de Diego e Lope Sanches, mortos na Batalha de Uclés. Balparda de las Herrerías diz que alguns autores afirmam que casou com uma Teresa e foi o pai de Lope Sanches de Ayala, o pai de Íñigo Lopes de Llodio e antepassado das casas de Ayala e Mendoza. Embora, Balparda descarta este casamento de Sancho e diz que morreu muito jovem. Cfr. (1933-34), pp. 181-182.
- [d] ^ Segundo Balparda, possivelmente foi o "copero" do rei Garcia Sanchez III e que ele e suo irmão Galindo, ao contrário dos outros irmãos, estavam com o rei Sancho I quando este rei e Afonso VI dividiram os territórios do falecido rei Sancho Garcês IV.
- [e] ^ Balparda opina que pode ser o mesmo Galindo Íñiguez a quem o rei Sancho I de Aragão agradeceu aos seus bons serviços e boa educação e lhe chama "saetero", ou seja, que ensinou o rei a lidar com o arco.
Referências
- ↑ Pescador Aitor 1999, p. 117.
- ↑ a b Pescador Aitor 1999, p. 116.
- ↑ Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 165 e 177.
- ↑ Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 171.
- ↑ Ledesma Rubio 1989, p. 8-10, documento 2.
- ↑ Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 177.
- ↑ Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 178.
- ↑ a b c Martín Duque 2002, p. 898.
- ↑ a b Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 149.
- ↑ Pescador Aitor 1999, p. 116-117.
- ↑ Martín Duque 2002, p. 899.
- ↑ a b Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 164.
- ↑ Ledesma Rubio 1989, p. 8-10.
- ↑ a b Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 181.
- ↑ a b Balparda de las Herrerías 1933-34, p. 182.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Balparda de las Herrerías, Gregorio (1933–1934). Historia crítica de Vizcaya y sus fueros. T. II, Libro 3, El primer fuero de Vizcaya, el de los señores (em espanhol). Bilbao: Imprenta Mayli. OCLC 634212337
- Baury, Ghislain (2011). «Los ricoshombres y el rey en Castilla: El linaje Haro, 1076-1322». Territorio, Sociedad, y Poder: Revista de Estudios Medievales (Universidad de Oviedo) (em espanhol) (6): 53-72. ISSN 1886-1121
- Canal Sánchez-Pagín, José María (1995). «La Casa de Haro en León y Castilla durante el siglo XII: Nuevas conclusiones». Anuario de Estudios Medievales (em espanhol) (25): 3-38. ISSN 0066-5061
- Ledesma Rubio, María Luisa (1989). Cartulario de San Millán de la Cogolla (1076-1200) (em espanhol). Zaragoza: Anubar Ediciones. ISBN 84-7013-235-0
- Martín Duque, Ángel J. (2002). «Vasconia en la alta edad media: somera aproximación histórica». Pamplona. Príncipe de Viana (em espanhol) (227): 871-908. ISSN 0232-8472 Verifique
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(ajuda) - Pescador Medrano, Aitor (1999). «Tenentes y tenencias del Reino de Pamplona en Álava, Vizcaya, Guipúzcoa, La Rioja y Castilla (1004-1076)» (PDF). Vasconia: Cuadernos de historia-geografía (em espanhol) (29): 107-144. ISSN 1136-6834
- Sánchez de Mora, Antonio (2003). La nobleza castellana en la plena Edad Media: el linaje de Lara. Tesis doctoral. Universidad de Sevilla (em espanhol). Sevilha: [s.n.]
- Ubieto Arteta, Antonio (1976). Cartulario de San Millán de la Cogolla (759-1076) (em espanhol). Zaragoza: Anubar Ediciones. ISBN 84-7013-082-X