A Última Floresta

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A Última Floresta
A Última Floresta
Pôster oficial do filme.
 Brasil
2021 •  cor •  74 min 
Gênero documentário
Direção Luiz Bolognesi
Produção
Roteiro
Cinematografia Pedro J. Márquez
Companhia(s) produtora(s) Gullane
Buriti Filmes
Distribuição Gullane Filmes
Lançamento 9 de setembro de 2021
Idioma português

A Última Floresta é um filme documentário brasileiro de 2021 dirigido por Luiz Bolognesi, com roteiro de Bolognesi e do xamã yanomami Davi Kopenawa.[1]

Produção[editar | editar código-fonte]

O filme tem parcialmente o caráter de documentário e é baseado no livro A Queda do Céu – Palavras de um Xamã Yanomami, escrito pelo antropólogo Bruce Albert e lançado em 2015, estando focado nas vivências e tradições do povo yanomami e suas lutas pela sobrevivência contra as múltiplas ameaças representadas pelo homem branco, reconstruídas principalmente através das falas de Kopenawa, que é o personagem central do livro e do filme.[2][3][4] Além da parceria com Kopenawa na escrita do roteiro, Bolognesi contou com a colaboração de outros indígenas.[2]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

O filme foi lançado em março de 2021 no Festival de Cinema de Berlim, sendo o único representante brasileiro, e foi lançado no Brasil no encerramento do festival É Tudo Verdade. Desde então participou de vários outros festivais e mostras de cinema, entre eles o rec•tyty (primeiro festival de arte indígena contemporânea), o Visions du Réel, o Docs Barcelona, o Festival Imagem dos Povos, e a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.[1][5]

Recepção crítica[editar | editar código-fonte]

Tem recebido críticas positivas e vem colecionando prêmios: Melhor Filme na competição oficial do Seoul Eco Film Festival, e o prêmio do público como Melhor Filme da Mostra Panorama do Festival de Berlim.[1][6][7]

Fazendo uma resenha do filme, Mariane Morisawa disse:

"A visão íntima da vida na aldeia faz diferença. Não há como não se maravilhar com a bolsa trançada na hora para carregar a caça, ou os ornamentos sofisticados de penas, sementes e miçangas. Ou se encantar com o pensamento yanomami, que vê tudo interligado, e a floresta como um organismo vivo do qual eles fazem parte. [...] A Última Floresta é eficiente em desmantelar qualquer noção de primitivismo dos povos originários. Os indígenas tinham razão o tempo inteiro, e os acontecimentos dos últimos anos deixam isso muito claro. A destruição da Floresta Amazônica causa poluição e falta de água no Sudeste e nas plantações de soja do Centro-Oeste. Uma doença registrada pela primeira vez na China paralisa o mundo inteiro. Que nós, não indígenas, possamos ouvir e aprender".[8]

Para o crítico Matheus Mans,

"Para reverenciar ao máximo esse povo, Bolognesi toma as melhores decisões estéticas possíveis. [...] Não há excessos de iluminação, nem um trabalho de fotografia que mais atrapalha do que ajuda. Tudo é natural. O roteiro, enquanto isso, segue dois caminhos. De um lado, mostra as raízes, lendas e entidades daquele povo com encenações realizadas pelo próprio povo. Isso, claro, engrandece a narrativa e deixa tudo ainda mais rico. [...] Do outro, e é aqui que encontramos os melhores momentos, vemos Davi Kopenawa batalhando por sua comunidade, seja tirando garimpeiros da região, ensinando os mais jovens a como lidar com os não-indígenas ou, ainda, articulando com outras comunidade. [...] Assim, Bolognesi, de novo, fala sobre esses povos originários com respeito. [...] É um filme que vai além de sua narrativa. É resistência".[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]