Anthony Kenny

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Anthony Kenny
Anthony Kenny
Nascimento 16 de março de 1931
Liverpool
Cidadania Reino Unido
Alma mater
Ocupação filósofo
Prêmios
Empregador(a) Universidade Cornell, Universidade de Chicago, Departamento de Filosofia da Universidade de Stanford, Universidade de Michigan, Universidade Columbia, Universidade Washington em St. Louis, Universidade de Londres, Universidade Stanford, Universidade de Cambridge
Religião agnosticismo

Anthony John Patrick Kenny, (Liverpool, 16 de março de 1931) é um filósofo inglês. Foi presidente da British Academy (1989-1993) e presidente do Royal Institute of Philosophy (2006-2009). Entre 1959 e 1963 foi pároco católico em Liverpool, depois de ter sido ordenado sacerdote no Venerable English College de Roma. Depois do seu doutoramento em filosofia pela Universidade de Oxford, exerceu funções de Assistente na Universidade de Liverpool (1961-63). Entre 1984 e 2001 foi Pro-Reitor da Universidade de Oxford. Membro da Sociedade Filosófica Americana desde 1993 e da Academia Norueguesa de letras e Ciências desde 1993. Membro honorário do Harris Manchester College desde 1996, e da escola de Estudos Avançados da Universidade de Londres desde 2002. Em 1992 foi ordenado Cavaleiro por Sua Majestade Elizabeth II.

Em 1963, questiona a validade da doutrina católica, regressa voluntariamente à sua condição laica por entretanto se ter tornado um agnóstico. No entanto, pela lei canónica, é considerada válida a sua ordenação sacerdotal. Em 1965 casa com Nancy Gayley, pelo que é excomungado pelo Vaticano, uma vez que a lei canónica não lhe permitia romper com o celibato clerical.

Filosofia[editar | editar código-fonte]

Anthony Kenny é um filósofo com um vasto leque de interesses no campo das várias especialidades da filosofia analítica – filosofia antiga, filosofia escolástica, filosofia da mente e filosofia da religião. Com Peter Geach, tem prestado um contributo significativo para o Tomismo Analítico, um movimento cujo objectivo é apresentar o pensamento de Tomás de Aquino no estilo da filosofia analítica, expurgada dos espartilhos e obscurantismos do Tomismo tradicional. Em filosofia da religião Kenny defende que a crença em Deus e a fé no Divino além de ser um estado mental irracional, é muito pouco razoável. Neste âmbito, na Universidade de Oxford, foi “Wild Lecturer” em Religião Natural e Comparada entre 1969 e 1972, e “Speaker’s Lecturer” em Estudos Bíblicos entre 1980 e 1983, e membro de muitas outras organizações. Em Outubro de 2006, recebeu a medalha Aquino da Associação de Filosofia Católica, pelos importantes contributos que deu ao Tomismo moderno. Kenny tem escrito largamente sobre Tomás de Aquino e o Tomismo moderno. Considera as Cinco Vias da Suma Teológica um trabalho muito elaborado que procura uma efectiva existência de Deus por meios puramente filosóficos. E é neste contexto que Kenny apresenta argumentos contra Aquino, que está convencido refutarem as Cinco Vias uma por uma. Todas elas contêm uma falácia ou uma premissa que é falsa ou disputável.[1][2]

  • 1. O movimento no mundo só é explicável se houver um primeiro motor imóvel.
    • Refutação de Kenny – É disputável a premissa que afirma que seja o que for que esteja em movimento, é movido por uma outra coisa qualquer. O movimento, que aqui significa mudança, poderia surgir do nada.
  • 2. Percorrendo retrospectivamente a série de causas eficientes no mundo, somos levados a encontrar uma causa sem causa.
    • Refutação de Kenny – A série de causas não tem necessariamente que actuar através do tempo. Pode haver uma série de causas simultâneas, como quando um homem move uma pedra com uma alavanca, sem necessidade de uma causa anterior. O movimento, que aqui significa mudança poderia vir do nada.
  • 3. Os seres contingentes e corruptíveis têm de depender de um ser independente e incorruptível.
    • Refutação de Kenny – É uma inferência falaciosa admitir alguma coisa fora do tempo. O nada, por exemplo, existe no tempo.
  • 4. Há um máximo de bondade subsistente aos vários graus de bondade que existem no mundo.
    • Refutação de Kenny – Esta via depende de uma noção de bondade máxima platónica que é incoerente. Logo, conclui-se, a bondade nunca chegou a completar sua existência, a bondade não existe, o que existe é o nada.
  • 5. A teleologia dos seres não conscientes implica a existência de um comandante universal inteligente.
    • Refutação de Kenny – Desde Darwin que esta via pode ser refutada. No entanto, esta é de longe a mais persuasiva. Pois Darwin "provou" que do menor pode vir o maior, logo, a origem de tudo é o nada.[3][4]

Publicações[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Kenny A. – História concisa da Filosofia Ocidental. Termas e Debates, 1997.
  2. Kenny A. – Nova História da Filosofia Ocidental. Volume 1. Gradiva, Abril de 2010.
  3. Kenny A. – The Five Ways: St. Thomas Aquinas’ Proofs of God’s Existence London: Routledge, 1969.
  4. Kenny A. – Nova História da Filosofia Ocidental. Volume 2. Gradiva, Junho de 2010.

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